segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A IMPORTANCIA DE PLANEJAR UMA AULA!

JP - O que é e para que serve o plano de aula?
MG - Falar sobre plano de aula, mesmo que se pretenda ser breve, encaminha a um referencial teórico que reúne dimensões filosóficas, psicológicas e sociais com repercussões diretas no que, para que e como ensinar.
A experiência cotidiana mostra que a concepção de planejamento tem passado por várias modificações: entendido como instrumento obrigatório, definitivo e inflexível, passando pela dispensabilidade, até chegar quase a sua rejeição. Trata-se, nesse caso, menos de uma questão técnica e mais de uma questão filosófico-pedagógica.
Um plano de aula tem sempre sua origem num projeto pedagógico institucional que dinamiza as direções do ensino, detalhadas num plano de curso e de unidade. É uma previsão de atividades vinculadas a um plano de ensino mais amplo desenvolvidas em etapas seqüenciais, em consonância com objetivos e conteúdos previstos. Serve para organizar a intenção do professor e o modo de operacionalizá-la. Expressa, ainda, as opções desse professor diante de seu contexto de trabalho, que implica pensar simultaneamente o conteúdo e os sujeitos com os quais interage.
Todo plano de aula, além de ser um guia, traz implícitas questões pessoais do professor comprometido com sua tarefa e com seus alunos: por que faço o que faço ao ensinar? O que é uma aula: espaço de parceria ou de resistência? Como mobilizar o aluno para aprender? Como verificar se o aluno aprendeu?
JP - Qual sua importância?
MG - O plano possibilita ao professor, na medida do possível e do desejável, manter a articulação da disciplina como um todo pela relação com o plano de ensino e ainda realizar uma auto-avaliação da aula ou uma avaliação cooperativa para orientar decisões futuras. Aspectos a serem mantidos ou a reformular poderão ser identificados com mais segurança. Cabe destacar que o plano de aula não implica obrigatoriamente seu cumprimento rígido. O cenário da aula exige permanente atitude reflexiva do professor para recriar e redirecionar ações sempre que novos interesses e necessidades imprevistas surgirem, o que não significa despreparo docente, mas competência para “agir na urgência e decidir na incerteza”, como ensina Perrenoud. Entretanto, um afastamento contínuo do plano necessita ser revisado. O plano, como resultado do processo de planejamento, permite ao professor distanciar-se de sua prática, sistematizá-la e tornar mais conscientes as opções para a organização da aula. O plano documenta a experiência em suas intenções iniciais e permite o retorno a ela após o vivido para sua avaliação.
JP - O que deve ser levado em consideração na elaboração de um plano?
MG - Um plano, para ser efetivo, deve apresentar, de forma precisa e orgânica, o objetivo da aula, o conteúdo a ser desenvolvido, as atividades e a avaliação. É preciso entender que avaliar não é sinônimo de prova nem de grau. É diagnosticar se a aprendizagem ocorreu ou não e explicitar ações para continuidade ou reorientação do processo de ensino.
JP - Modelo para construção de um plano de aula
MG - Mais do que saber elaborar um plano, é necessário acreditar que ele é o instrumento pessoal e intransferível de trabalho do professor, e expressa às concepções teóricas que sustentam suas atividades docentes. Importante não é estabelecer um roteiro / modelo padrão de plano, mas o registro dos aspectos que orientam o professor para estruturar a prática. O estabelecimento de modelos pode burocratizar o planejamento e restringir as possibilidades de auto-organização do professor na elaboração do plano.
JP - Dicas para professores novos
MG - Além de elaborar o plano, o professor deve levar em consideração a relação entre suas intenções e o modo como os alunos as percebem, pois às vezes são necessários pequenos ajustes em qualquer dos elementos do plano para uma boa condução da aula.

Fátima Schenini comenta que Ao identificar problemas de escrita e leitura em seus alunos do 5º ano, a professora percebeu que utilizar cordéis seria uma forma diferente e mais atrativa de ensinar. Aos poucos os alunos foram pegando o gosto pela leitura dos livretos, com contos recheados de rimas. O distrito foi contribuindo para o planejamento do projeto e alimentando o acervo dos cordéis.
Segundo a professora, todo o planejamento é baseado nas necessidades dos alunos. “A maior dificuldade dos meus alunos era diferenciar a linguagem falada para a escrita. Com o cordel eles aprenderam a identificar cada uma”, destaca. Após estimular a leitura dos cordéis, a professora sentiu a necessidade de que os próprios estudantes construíssem os seus, escrevendo sobre o cotidiano, histórias de família ou qualquer outra história que conheciam.
Estimulante – De acordo com as duas professoras, é muito mais estimulante trabalhar com projetos inovadores. Planejar aulas tendo como meta um objetivo maior do que o rotineiro alimenta a vontade de ensinar e estimula o planejamento de novos projetos. Aulas bem planejadas levam ao engajamento da escola e da comunidade e fazem a diferença no aprendizado de qualquer estudante.

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