terça-feira, 21 de dezembro de 2010

PORTARIA Nº 1.396, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2010

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA Nº 1.396, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2010

O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto no Decreto n 5.773, de 09/05/2006, com alterações do Decreto n 6.303, de 12/12/2007, na Portaria Normativa n 40, de 12/12/2007 e no Parecer n 192/2010, da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, conforme consta do Processo n 23000.003137/2004-53, Registro SAPIEnS n 20041000921, bem como a conformidade do Regimento da Instituição e de seu respectivo Plano de Desenvolvimento Institucional, com a legislação aplicável, resolve:

Art. 1 Credenciar a Faculdade do Sertão Baiano, mantida pela Faculdade do Sertão Baiano Ltda., a ser instalada na Rua Aloísio de Castro, s/nº, no Município de Monte Santo, Estado da Bahia, pelo prazo máximo de 03 (três) anos.

Art. 2 Nos termos do art. 10, § 7º do Decreto n 5.773/2006, alterado pelo Decreto n 6.303, de 12/12/2007, os atos autorizativos são validos até o ciclo avaliativo seguinte.

Parágrafo único. Caso entre a publicação desta portaria e o calendário para a realização do ciclo avaliativo citado no caput venha a ocorrer interstício superior a três anos, a instituição deverá solicitar seu recredenciamento, observadas as disposições processuais pertinentes, tendo em vista o prazo máximo do primeiro credenciamento estabelecido no art. 13, § 4 , do mesmo Decreto.

Art. 3 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação

FERNANDO HADDAD

(DOU Nº 238 - Seção 1, terça-feira, 14 de dezembro de 2010, pagina 44)

domingo, 5 de dezembro de 2010

Avaliação Institucional mostra visão de alunos e professores


Nove entre dez especialistas defendem que avaliar os docentes dentro de um processo institucional é fundamental para o aprimoramento da relação professor/aluno e o desenvolvimento de melhores práticas em sala de aula. Na primeira vez que a idéia é apresentada aos docentes, porém, difícil é encontrar alguém que a receba de braços abertos, e mais, sem questionar a razão pela qual a instituição decidiu "supervisionar" o seu trabalho. Os questionamentos vão desde o potencial crítico e maduro dos estudantes em fazer uma avaliação eficaz, até o destino das informações sobre a performance dos mestres em sala de aula. O temor tem razão de ser, afinal, ninguém quer ser perseguido pelos resultados de um questionário. No entanto, vale destacar que mais do que levantar desconfiança, a avaliação pode ser um instrumento muito valioso para o próprio professor. A gente percebe que, no primeiro ano, os estudantes avaliam o comportamento amigável do professor e até o jeito que ele se veste. Com o tempo, começam a perceber seu papel como avaliadores e mudam seus critérios. Quando a avaliação é aplicada com eficiência, ou seja, explicando para os alunos a sua necessidade e fazendo a avaliação optativa e não obrigatória, por mais que a adesão seja baixa, os resultados tendem a ser mais interessantes.
Mais benefícios para você, professor
Além da insegurança quanto ao bom-senso dos jovens na hora de avaliar, também pesa para o professor o que, de fato, será feito com os dados da avaliação. Há o medo de repreensão por parte da coordenação da escola, de achar que após um resultado negativo suas aulas passarão a ser monitoradas ou, ainda pior, que o resultado de sua avaliação seja divulgado para os colegas. Os coordenadores do processo, por sua vez, garantem que a finalidade do instrumento está longe de servir como método repressor ou para fazer ranking de docentes, postura considera antiética pelos educadores. O objetivo é monitorar o aprendizado a fim de oferecer um ensino cada vez melhor para os estudantes e, também, ajudar os professores com suas deficiências. A finalidade é ajudar professores a identificar as deficiências em sua prática pedagógica e criar estratégias para melhorá-las em sala de aula. O objetivo da avaliação dos docentes é servir de instrumento para o aprimoramento dos docentes. E contar com um departamento de apoio pedagógico que discute com os docentes os resultados alcançados e, se necessário, acompanhar suas aulas para identificar as deficiências do professor. A avaliação não se limita ao que os alunos apontam, mas procurar uma segunda opinião,tal orientação pode partir por uma decisão do departamento pedagógico, como também ser solicitada pelo próprio professor. O objetivo é ver como ele pode melhorar uma determinada prática em relação a uma turma específica. "As turmas têm perfis diferentes, por isso, não se trata de uma punição para o professor, mas uma adaptação de metodologia," a eficácia do modelo de avaliação dos docentes por parte dos alunos ainda é muito discutida, por isso, não há adesão em algumas instituições. O principal motivo da polêmica é, novamente, a questão da maturidade dos jovens. "Em geral, os estudantes não têm consciência do que é importante para seu aprendizado. Na hora de avaliar o professor, acabam atribuindo melhores notas ao que é mais amigável e não ao professor que, de fato, produz uma transformação no seu conhecimento. Assim, tal participação é muito criticada". Existem dois modelos de avaliação de docentes aplicados no exterior, Estados Unidos e Inglaterra, respectivamente, que estão mais próximos de ajudar no processo de ensino/aprendizagem e, ainda, criar subsídios para que os professos possam aprimorar suas práticas pedagógicas. "Nos Estados Unidos, por exemplo, há instituições em que a avaliação é feita anualmente do início ao fim do curso, mas só após seu término os dados são divulgados para os professores junto a uma análise para implementar mudanças e melhorias nas disciplinas. Dessa forma, creio que seja possível fazer uma análise mais criteriosa dos dados". Já, na Inglaterra, professores são convidados para assistir as aulas dos docentes e tecer comentários sobre o que acreditam ser práticas eficientes e inovadoras. “A opinião de outros docentes, especialistas em variados modelos pedagógicos tendem a ser mais eficientes do que resultados pontuais e dispersos por parte dos alunos”.


Por Karmem Amambahy

Escola e Inclusão

A escola é uma pratica social, o trabalho pedagógico uma prática profissional fundamentais da vida civil contemporânea, que esta em descompasso comparando a efervescência de outras instituições sociais.
Sabemos que as pessoas não nascem boas ou más. É a sociedade que queira, que não, que educa moralmente seus membros, a família, os meios de comunicação, o convívio com outras pessoas tem influencia marcante no comportamento de crianças jovens e adolescentes.
A verdadeira aprendizagem se dá na mudança de comportamento na amplitude de potencial relacionando o que esta aprendendo para a vida. O que leva a viver melhor ou pior, mas indubitavelmente, a viver de acordo com que aprende.
Vivemos em constante conflito entre os diferentes membros da escola:
De um lado alunos que reclamam das obrigações, das normas rígidas, dos controles, da alienação da escola em relação ao seu mundo.
Professores que reclamam do salário, da inquietude dos alunos, da falta de infra-estrutura, os demais funcionários reclamam das questões de ordem política e salarial. Os pais cujas preocupações e insatisfações na maioria das vezes negligenciadas influenciam também nesse processo.
São vários conflitos entre as diferentes culturas envolvidas.
E o engraçado é que se o aluno aprende é porque o professor ensina se não aprende é porque apresenta alguma defasagem ou disfunção. Temos ai uma contradição lógica e uma armadilha ética. Pois ao mesmo tempo em que responsabilizamos o professor pelo sucesso do aluno, dissociamos ele inteiramente do processo concorda?
Convenhamos que seria algo equivalente as seguintes situações:
O problema do médico são dos doentes, empecilho do escritor são os leitores, o entrave do político são os eleitores. Estranho no caso escolar não parece sê-lo, tamanha naturalidade com que temos depositado nos alunos grande parte da responsabilidade sobre nosso acidente de percurso, obstáculos que predominam o trajeto dessa profissão.
Todo o tempo ouvimos “aluno problema” mas aluno problema é aquele acometido por alguma espécie de distúrbio psicológico de ordem cognitiva ou comportamental. Então o que fazer?
Um primeiro passo é repensar novos posicionamentos rever algumas supostas evidencias sobre os alunos, a questão da avaliação, por exemplo, questionar o que temos priorizado como foco de nossa atuação profissional, relação que estabelecemos em sala de aula, contrato pedagógico (combinado) com regras claras para ambas as partes, revendo sempre que necessário o que se propuseram a fazer no inicio do ano.
Uma pratica abominável é mandar o aluno para fora da sala de aula, ou encaminhá-lo para diretoria sempre que uma atitude dissonante se faz presente. Ora expulsá-lo da sala é mais do que um prenuncio da exclusão, que tanto pregamos, é ela em ato. Inclusão palavra imprescindível, mas tão pouco exercida na pratica.
Vamos pensar nisso?
Karmem Abreu Amambahy

“Bullying”: agressividade entre estudantes

Enquanto a sociedade tenta recuperar-se do choque de seguidas notícias de envolvimento de jovens de classe média e alta em brigas e agressões graves nas portas de boates e em festas nas madrugadas, variadas especulações são feitas sobre o que estaria causando tal conduta. Seriam os jovens da atual geração, “piores” do que os das gerações passadas?
Estariam eles sendo mal orientados por suas famílias? A causa poderia ser, talvez, o grande número de famílias desestruturadas? Ou a ausência de ambos os pais, com cargas de trabalho cada vez maiores? Seria, por outro, lado influência da sociedade de consumo, da mídia, dos filmes e jogos violentos? Ou isso tudo, em conjunto? Seria uma forma de resposta à violência da sociedade?
Todo fenômeno social raramente tem apenas uma causa, parece-me que, antes de se achar o(s) culpado(s), mais oportuno seria discutir a ligação entre tais atitudes anti-sociais e o fenômeno do comportamento agressivo entre estudantes, conhecido internacionalmente como bullying.
O bullying compreende todo o tipo de agressões, intencionais, repetidas, e sem motivo aparente, que um grupo de alunos adota contra um ou vários colegas, em situação desigual de poder, causando intimidação, medo e danos à vítima. Pode apresentar-se sob várias formas, desde uma simples “gozação” ou apelido, (sempre depreciativos), passando por exclusão do grupo, isolamento, assédio e humilhações, até agressões físicas como chutes, empurrões e pancadas. Pode incluir também roubo ou destruição de objetos pessoais.
Em geral, os agressores costumam ser pessoas com pequeno grau de empatia, oriundos de famílias desestruturadas, que não trabalham adequadamente a questão dos limites, nas quais não há bom relacionamento afetivo, ou em que a agressão física é comumente utilizada como forma de solucionar conflitos.

Já as vítimas são, em geral, pessoas tímidas, sem muitos amigos, introvertidas e pouco sociáveis, com baixa capacidade, portanto, de reação a esse tipo de situação. São geralmente inseguras, têm baixa auto-estima e pouca esperança de conseguir ajuda por parte dos responsáveis. Costumam ainda ter dificuldades de se integrar aos grupos de colegas
O fato de muitas vezes o bullying passar desapercebido na escola, só reforça a baixa auto-estima e a convicção de menos valia das vítimas. Algumas tendem a aceitar a agressão como se as merecessem. O fenômeno tende a levar à queda no desempenho escolar, à simulação de doenças, a um ainda maior isolamento, e até ao abandono dos estudos. Pode também gerar ansiedade grave, depressão e até suicídio.
A vítima pode passar a agressor em algumas situações, em que encontre, por exemplo, colegas que considere mais fracos ou com menor possibilidade de defesa.
Existem ainda alunos que nem agridem nem são agredidos – são os expectadores, as testemunhas das agressões. Em geral, não tomam partido por medo de serem agredidas no futuro, ou porque não sabem como agir nessas situações. Também os expectadores do bullying podem ficar intimidados e inseguros, a ponto de apresentarem queda no rendimento escolar ou ficarem com medo de ir à escola.
O bullying é mais freqüente entre meninos; entre as meninas assume forma diferente: em geral, a exclusão ou a maledicência são as armas mais comuns.

Em longo prazo, o bullying – se não combatido de forma eficaz – pode levar à sensação de impunidade e, conseqüentemente, no futuro, a atitudes anti-sociais, dificuldades no relacionamento afetivo, delinqüência ou atos criminosos. Pode também levar a atitudes agressivas no trabalho ou à violência familiar – como as que têm acontecido atualmente nas portas de boates e festas, ou, há poucos anos, na cidade de Colombine, nos EUA, e outras noticiadas recentemente, em várias partes do mundo e no Brasil, nas quais estudantes armados, aparentemente sem causa específica, entram na escola atirando a esmo, matando ou ferindo colegas, professores e outras pessoas, sem um alvo definido. É o ato final de revolta, a tentativa de se inverter uma situação de alto sofrimento, as quais não mais conseguem tolerar.
É importante esclarecer que casos de agressões, chacotas e perseguições contra um ou mais alunos não é um fenômeno novo, embora atualmente venha assumindo características mais violentas dadas a facilidade de aquisição de armas e o exemplo que adolescentes e jovens recebem com freqüência da mídia em geral.
Para os educadores, tanto na família quanto nas escolas, o que realmente importa não é criar um clima de apocalipse, muito menos de desesperança. Ao contrário, quanto mais se estuda o assunto, mais claro fica que devemos agir de forma segura e assertiva. A intervenção dos adultos e atenção ao problema deve ser estimulada em todos os níveis.
De que forma atuar?
Nas escolas são necessárias, entre outras medidas:
• Treinamento para instrumentalizar todos os que lidam com alunos, no sentido de estarem atentos e aptos a perceberem quaisquer tentativas de intimidação ou agressão entre estudantes. Para tanto, é preciso conhecer os sinais, perceber os sintomas e as atitudes que caracterizam vítimas e agressores.
• Saber de que forma intervir;

• Assegurar a todos – através de atitudes, conversas nas turmas e outras iniciativas do gênero – que os alunos vítimas ou expectadores têm, e terão sempre, a proteção dos adultos que os cercam;

• Criar um esquema institucional de responsabilização para os agressores, esquema esse de preferência não excludente, ou seja, o aluno terá que arcar com as conseqüências de seus atos, mas essas conseqüências devem ter cunho educativo, devem reverter em prol da escola e da sociedade – expulsar ou suspender o aluno não forma a consciência, nem transforma agressores em bons cidadãos. Para fortalecer os que sofrem ou presenciam o bullying é mister oferecer canais de comunicação que garantam a privacidade dos que se dispõem a falar;

• A escola deve ter uma forma única e homogênea de agir nesses casos, para que todos se sintam protegidos: corpo técnico, alunos-vítimas e expectadores (só assim o silêncio se romperá)
• Ou mais importante: medidas educacionais formadoras devem ser incorporadas ao currículo e trabalhadas por todos os professores, independentemente da matéria, série ou grupo com os quais trabalhem, dando-se especial ênfase ao desenvolvimento de habilidades sociais tais como: saber ouvir; respeitar diferenças; ter limites; saber argumentar sem discutir ou agredir; ser solidário; ter dignidade; respeitar o limite e o direito do outro, etc.
Quanto à família, é necessário, que, não só apóiem a escola em todas essas iniciativas, mas também e principalmente que, em casa, eles próprios trabalhem a questão dos limites com segurança, a formação ética dos filhos, a não-aceitação firme ao desrespeito aos mais velhos e mais fracos, enfim a família deve reassumir o quanto antes o seu papel de formadora de cidadãos, abandonando a postura superprotetora cega, e a crença de que amar é aceitar toda e qualquer atitude dos filhos, satisfazer todos os seus desejos, não criticar o que deva ser criticado e nunca responsabilizá-los por atitudes anti-sociais. Enquanto é tempo.


karmem A. Amambahy

Orientação Familiar

Sabe-se que uma das maiores causas das dificuldades na aprendizagem é a desestrutura familiar. Este fenômeno tem aumentado significativamente e provocado dissonância entre a família e a escola. Neste sentido se faz necessário oferecer a educadores, em especial aos professores da rede pública de ensino, conhecimentos teóricos em relação à dinâmica familiar no contexto atual, com especial destaque aos temas concernentes à indisciplina dos educandos, a violência escolar e o papel da escola, do estado e da família na formação de crianças e adolescentes.
O afeto é fundamental, inclusive para o desenvolvimento cognitivo. Existem algumas experiências relatadas pela Psicologia constatando este fato: macacos órfãos criados por mãe de ferro e mãe aconchegante, orfanatos que supriam todas as necessidades mas não havia afeto, outro que deixava a desejar em alguns aspectos mas o afeto era primordial, e o desenvolvimento em ambos os casos foi daqueles que predominou o afeto. Não se trata apenas de opinião, existem estudos que comprovam isso

Entrevista com Bernard Charlot

Bernard Charlot é professor de Ciências da Educação na Universidade Paris VIII.
Dedica-se ao estudo das relações com o saber, principalmente a relação dos alunos de classes populares com o saber escolar. Ele esteve no país durante o Fórum Mundial de Educação, onde concedeu esta entrevista exclusiva ao site do CRE:


Durante suas pesquisas sobre a relação dos jovens brasileiros com o saber, o que lhe chamou a atenção na escola aqui no Brasil?
BC- Numa comparação com o meu país, a França, vejo que lá a escola é uma instituição mais forte do que no Brasil, uma instituição na qual o aluno tem o direito de pertencer para aprender coisas de que ele goste ou não. Mas o que mais me chama a atenção no caso brasileiro é a importância que é dada ao lado afetivo do saber. Existe aqui uma relação muito forte entre o saber e o corpo: o saber deve ter efeitos emocionais para ter valor. E isso acontece tanto na cabeça do aluno como na da professora. Acho que por isso ela tem uma grande dificuldade em deixar de ser "tia". Isso traz um problema: se a tia não gosta do aluno, ou se o aluno não gosta da tia, ele não vai aprender.

Se o senhor fosse professor numa classe de adolescentes brasileiros, qual seria a sua preocupação hoje, na hora de planejar suas aulas?
BC- Me preocuparia com a questão da auto-estima. O adolescente é frágil e tem uma imagem frágil de si mesmo. O saber deve permitir que ele reforce essa auto-imagem, ao invés de feri-la ainda mais como muitas vezes acontece. Porque quando o saber é uma fonte de sofrimento pessoal psicológico na sua auto-estima, você tende a desvalorizar esse saber que te desvaloriza.

O que é aprender, segundo sua visão?
BC-É algo que se manifesta de formas heterogêneas e que é bem mais amplo do que adquirir um saber. É, por um lado, apropriar-se de um enunciado que só tem existência através das palavras. Mas é também dominar determinadas formas de se relacionar com os outros e consigo: a se apaixonar, a ter ciúmes... Isso tudo se aprende, não é natural. O resultado da aprendizagem, portanto, não precisa vir necessariamente na forma de um enunciado verbal. Como saber se uma pessoa aprendeu a nadar? O resultado vem inscrito no seu próprio corpo, na maneira como ela se movimenta na água. Essas formas diferentes de aprender muitas vezes concorrem entre si no mundo do aluno. O desafio da escola é fazer com que o que se aprende lá possa também permitir ao adolescente se construir enquanto sujeito. Isso nem sempre acontece, principalmente nos meios populares.

Por que alguns alunos têm mais vontade de aprender do que outros?
BC- Toda pessoa tem uma atividade intelectual, mas o fato de mobilizar ou não essa potencialidade depende do sentido que ela confere àquilo que está ouvindo e à situação que está vivenciando. Isso varia, em primeiro lugar, com a história singular de cada aluno. Ou seja, os motivos que despertam o desejo de aprender numa criança podem não ter nenhum efeito sobre outra, que tem uma história pessoal diferente. Além disso, há uma explicação de origem sociológica: sabe-se que há uma postura diferente frente à escola entre as crianças de classes médias e de meios populares. Não sabemos muito bem como a classe influencia, mas é inegável que ela tenha um peso importante.

A classe social é um fator determinante na aprendizagem?
BC- Não há uma relação automática de causalidade. O que sabemos é que existe uma correlação estatística entre a posição social do aluno e o sucesso ou o fracasso escolar. Mas não devemos esquecer de que existem crianças de meios populares que são bem sucedidas na escola. E crianças de classe média que encontram dificuldade. Nas minhas pesquisas, venho tentando descobrir por que o risco de mau êxito é maior entre alunos de classes populares. E, além disso, por que alguns deles se dão bem, a despeito das condições desfavoráveis. Essa segunda questão é muito importante, porque pode nos dizer em que direção atuar para superar o fracasso escolar.

Como o professor pode interferir na relação dos alunos com o saber, de modo a despertar o desejo de aprender nos mais desmotivados?
BC- Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que o que vai determinar a aprendizagem é a atividade intelectual do próprio aluno. O professor é importante, mas pelo efeito que ele pode ter nessa atividade. Do mesmo modo, os aspectos institucionais são importantes pelos seus efeitos sobre a prática do professor e, por tabela, sobre a atividade intelectual do aluno.
O professor deve entender que a lógica do aluno, principalmente o de classe popular, é muitas vezes diferente da lógica da escola. Nesta, é o estudante que vai realizar uma atividade intelectual para adquirir saber. Na lógica do jovem, é o professor quem vai ter esse trabalho. Seu papel é apenas sentar-se na sala e aguardar que lhe passem esses conhecimentos. O professor tem de mudar essa situação, construindo o aluno na criança, no adolescente. Esse é um trabalho ao mesmo tempo terrível e apaixonante, que não sei se é a "professora tia" que pode fazer. Acho que deveria ser a "professora professora", a profissional.

Nessa tentativa de motivar os alunos, alguns professores tentam mil coisas. Até que ponto isso interfere na relação com o saber?
BC- Ao invés de falar em motivação, prefiro falar em mobilização. Há uma diferença importante entre essas duas palavras. Motiva-se alguém de fora, mas se mobiliza de dentro. Muitas vezes, constrói-se com esse discurso de motivação uma pedagogia muito artificial, em que o professor ensina a fazer um bolo para dar aula de Matemática. Isso só terá algum efeito se o dispositivo usado fizer algum sentido para o ensino. Mas normalmente não é isso que acontece. Uma motivação externa em geral cria um sentido enviesado. O que o aluno quer ao fazer um bolo? Quer comer o bolo. Ele não está nem aí com a Matemática. Essas motivações de fora são muito artificiais.
É importante compreender que a mobilização é interna e supõe um desejo do próprio aluno. Mobilizar é fazer uso de si, para si. E isso representa uma diferença fundamental.
Como aproximar o "aprender na escola" do "aprender na vida"?
BC- Essas duas formas são diferentes, mas não deveria haver uma barreira tão grande entre elas. O estudo da história de Portugal no século XIX, por exemplo, deve fazer sentido para que o aluno entenda o que é a vida no Brasil agora e o que está fazendo aqui. A escravidão, as batalhas, as conquistas... Isso tudo deveria produzir uma reflexão para que os estudantes entendessem melhor quem eles são. Dessa forma existirão pontes entre o ensino acadêmico e o que se vive. E a aula ganhará muito mais sentido.

Como deveria ser a escola ideal?
BC- Aquela que questiona, que primeiro traz os questionamentos e só depois o conhecimento. Que mobiliza a atividade intelectual e dá sentido aos saberes. Que é respeitada como instituição. Que estimula a auto-estima, a imagem que os alunos têm de si mesmos. Aquela, por fim, em que o saber é também fonte de prazer - o que não significa que não há esforço, pois o prazer mais importante para um indivíduo é se sentir inteligente.

Qual a sua opinião sobre o sistema de ciclos?
BC - O princípio da escola ciclada é mais justo do que o da seriada. O problema é que pode haver contradições entre esse projeto político e as práticas pedagógicas da sua implantação. Na França, temos há dez anos o sistema de ciclos e quase ninguém percebeu a mudança. Por que isso acontece? Porque muitas vezes o sistema de séries permanece camuflado nas escolas cicladas. O que temos de pensar é em que práticas pedagógicas são necessárias para concretizar efetivamente o projeto político dos ciclos.

E o que o senhor pensa sobre a repetência?
BC- A repetência é ruim, quanto a isso não tenho dúvidas. Mas também acho que, na prática, um aluno que passa sem saber acaba atrapalhando a si e aos colegas. Mais importante do que ficar discutindo sobre a repetência é refletir sobre as práticas que permitem que todos os alunos sejam bem sucedidos.

Como fazer um projeto pedagógico?
BC - Na base de um projeto pedagógico é preciso haver sempre uma escolha de valores, uma representação do mundo, do ser humano e da sociedade. Definida essa dimensão política, é preciso traduzi-la para a especificidade da escola, para a esfera pedagógica. E aí é importante lembrar que a escola não é só o seu projeto, mas também o que está fazendo na prática, os métodos que são efetivamente utilizados, o que os alunos estão aprendendo... Proponho, aos professores, que questionem seus atos pedagógicos. Por exemplo: devo prosseguir a aula se 5 dos meus 25 alunos não estão entendendo? E quando for apenas um? Essas escolhas não são apenas atos pedagógicos, há um significado político por trás delas.

O que é preciso para construir uma escola democrática?
BC - Que cada profissional envolvido com a educação reflita sobre seus atos políticos e pedagógicos. São as nossas contradições que devemos enfrentar se quisermos construir uma escola verdadeiramente democrática.
(Priscila Ramalho)

Orientação para os filhos

A forma mais segura de educar os filhos para o mundo de hoje é estabelecer uma boa comunicação com eles. para trabalhar a educação emocional é fundamental dar bons modelos em casa. Assim, é importante a maneira como os pais lidam com as próprias emoções e como se apresentam para os filhos são pessoas que erram, sentem, reconhecem suas falhas e enfrentam com maturidade e responsabilidade seus conflitos? É preciso dar modelos reais em contraposição à tendência, em determinadas fases do desenvolvimento, de mitificar os adultos.
O importante é que o diálogo ajude a criança/adolescente a reconhecer o certo e o errado a partir dos conceitos e valores apreendidos durante toda sua vida. Importante também nessas ocasiões é dar ênfase à relação entre atos e consequências, escolhas e responsabilidades.
A avaliação do que é certo ou errado depende de vários fatores, dentre eles o conjunto de regras internalizadas pela criança (ou jovem) a partir do seu relacionamento com a família e com os grupos sociais aos quais ela pertence – e aqui se inclui a escola”. Passado o choque da decepção, vem a compreensão de que certos atos têm conseqüências cuja responsabilidade o autor das ações deve assumir.
Citando Piaget (um estudioso do desenvolvimento cognitivo), a psicopedagoga explica que “crianças de aproximadamente cinco/seis anos têm como característica o absolutismo moral, ou seja, elas consideram as regras estabelecidas de maneira absoluta e inflexível. Assim, as regras de um jogo, por exemplo, são absolutamente fixas. Nesse estágio, uma criança considera que todas as quebras de regras resultam inevitavelmente em punição por parte dos adultos e julga as ações como boas ou más em função de suas consequências e não com base nas intenções de quem as executou. Conclusões do tipo “quem quebra seis copos sem querer é mais malvado do que quem quebra um de propósito” são comuns nesse estágio.
Já em torno dos sete anos, a criança desenvolve uma moralidade autônoma, ou de reciprocidade, na qual as regras são percebidas de forma mais mutável. Regras de jogos podem ser modificadas em comum acordo com os participantes. “A criança passa a notar, então, que violação de regras não resulta sempre em punição e leva em conta no seu julgamento moral as intenções de quem realiza as ações”.
"Então, ao conversar com a criança é preciso levar em consideração as limitações impostas pelo seu estágio de desenvolvimento para que a linguagem esteja adequada e se possa explorar apropriadamente sua capacidade de compreensão."
Se, infelizmente, as crianças estão mais expostas a esse tipo de notícia e de decepção, temos que usar essa mesma fonte para ajudá-las a desenvolver um olhar atento e crítico e reforçar valores fundamentais para que elas se desenvolvam como cidadãos e cidadãs (do bem).

Avaliação Escolar

É o processo que possibilita conhecermos a fundo a qualidade dos serviços, e do ensino. Momento para sabermos dos nossos alunos o que está certo e o que podemos melhorar.
Quando pensamos em avaliação escolar, as primeiras ideias que surgem são: avaliação do aluno (realizada pelo professor), notas, aprovação e reprovação, sucesso e fracasso, premio e castigo. Mas sempre do aluno. Por quê? Será o aluno o único sujeito que merece ser avaliado na escola? Será que ele é a única personagem importante dessa instituição? (E não é a mais importante?) será que na escola é só ele quem deve aprender? Será que, sozinho, ele faz o sucesso e o fracasso escolares?
Vamos buscar, juntos uma maneira de pensar a avaliação escolar para que ela venha a ser, realmente, mais um recurso pedagógico que contribua para que a escola possa desempenhar seu papel na educação e na formação do aluno-cidadão.
Ora, o aluno precisa, sim, aprender, e é uma personagem muito importante, se não a mais importante, no contexto escolar. Mas há outros elementos a considerar. É pensando no aluno, nos seus direitos á educação e á cidadania, que a escola deve se organizar e se estruturar. Essa organização resulta do trabalho de diversas pessoas, em diferentes níveis do sistema educacional. A forma como uma escola se acha organizada é expressão das ideias daqueles que dela participam e daqueles que elaboram as diretrizes para a sua organização seja em nível municipal, estadual, seja federal.
Se a organização da escola envolve tantas pessoas (direta ou indiretamente), tantas normas, diretrizes e parâmetros, na tentativa de assegurar uma boa educação aos alunos, por quês era que, ao pensar em avaliação, penamos em avaliar primeiro ou somente o aluno? E mais: pó que a idéia de avaliação esta sempre associada á idéia de erros, falhas. Limitações, deficiências?
Na avaliação teremos sim o aluno como o principal sujeito do processo ensino-aprendizagem, mas não o único a ser avaliado. Ele será um dos elementos desse processo que participará da avaliação, de diferentes formas e em diferentes momentos. Mas antes de penarmos em avaliar o aluno, é necessário que pensemos na avaliação de uma maneira mais global, envolvendo tudo e todos que participam do processo educacional que acontece na escola. Quando todos participam, todos avaliam e são avaliados.
A avaliação esta presente em nosso cotidiano, escolar ou não. Pois avaliar é refletir sobre uma determinada realidade, a partir de dados e informações, e emitir um julgamento que possibilite uma tomada de decisão.
Infelizmente ainda temos professores que medem a aprendizagem de seus alunos, em vez de avaliar, por que registram os dados obtidos, anotam, e em seguida guardam esses dados.
Medir é apenas descrever uma realidade, ou seja, é obter dados e informações sobre ela. Enquanto avaliar permite fazer sugestões, encaminhamentos, tomar decisões.
Exemplo disso é uma professora que corrige as provas de seus alunos, atribui à nota e comunica o resultado a seus alunos e aos pais. Ou dá a nota e organiza um quadro para expor os cinco melhores.
Outra corrige as provas, identifica as questões que seus alunos não conseguiram responder, procura saber o porquê das dificuldades e depois planeja novas atividades para eles. Ou atividades de recuperação.
Avaliar é mais que medir. A medida limita-se a constatar uma realidade, a obter informações.
A avaliação antecede, acompanha e sucede o trabalho pedagógico, possuindo, pois, funções diferentes conforme o momento em que acontece. É o ponto de partida e ponto de chegada de todo e qualquer trabalho pedagógico. É a reflexão sobre a prática pedagógica da escola, buscando nos dados da realidade elementos que possibilitem a emissão de um julgamento de valor, visando a uma tomada de decisão.
Referencias:
LUCKESI. C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

O grande líder

Por Sidnei Batista
O tema liderança está em destaque há alguns anos e, certamente, permanecerá como foco da atenção do universo corporativo por muito tempo. Nada mais natural quando consideramos a complexidade atual do mundo do trabalho, os desafios sócioeconômicos da globalização, a compreensão das empresas como espaços de desenvolvimento e realização tanto profissional quanto pessoal, o avanço de novas tecnologias, entre outras questões. As empresas necessitam de lideranças capazes de conduzi-las rumo a seus objetivos estratégicos, superando todas as dificuldades e cumprindo sua missão e visão.
As crises que temos visto ao longo das últimas décadas tornaram demasiadamente claras as diferenças entre lideranças reais e lideranças abstratas ou pseudolideranças.
Em todos estes casos, lideranças reais transformaram para melhor a vida em suas respectivas coletividades, o que não se pode dizer das pseudolideranças. Mas, afinal, quais as diferenças entre líderes reais e pseudolíderes? O que forma uns e outros? Ao nos voltarmos às organizações, poderíamos acrescentar mais questões: como as mesmas podem encontrar e/ou preparar seus líderes? Quais referências podem ajudá-las na tarefa?
Tais perguntas são absolutamente pertinentes e merecem nossa atenção. Vamos tratar disso a partir de agora. Começamos definindo um líder real: é aquele capaz de inspirar o pensamento e o comportamento das pessoas. Sua presença e sua atuação conduzem as pessoas e equipes ao seu redor, mobilizando-as e gerando avanços qualitativos. Um pseudolíder, ao contrário, não inspira coisa alguma, e sua presença geralmente passa despercebida.
É fácil identificar uns e outros, nós crescemos convivendo com ambos. Basta um esforço de memória para resgatar os professores que tivemos. Aqueles professores que nos marcaram certamente eram líderes reais, e exercitavam sua liderança na área da educação inspirando pensamentos e comportamentos nas crianças, nos adolescentes e na comunidade escolar de forma geral.
No entanto, um líder não nasce pronto, como muitas vezes ouvimos, e não encontra suas qualidades de repente. Ele se faz ao longo de uma história de vida, com permanente aprendizado e vontade de avançar. Investe em si mesmo, e se torna melhor passo a passo. Isso explica porque grandes líderes atingem seu máximo reconhecimento na maturidade. São como os ótimos vinhos: quanto mais maduros, melhor!
Há, em minha opinião, um conjunto de cinco competências essenciais ao líder. Estão classificadas de forma didática em blocos complementares para facilitar sua visualização: competência ética, intelectual, comercial, comunicacional e empreendedora.
Sucintamente, falaria da capacidade de mobilizar o que há de melhor em cada liderado pela competência ética, o exemplo de comportamento diante das situações sempre encontrando formas de lidar respeitosamente com as referências alheias, enquanto assintoniza as suas próprias; pela competência intelectual, o domínio do assunto com o qual trabalha e a capacidade de pensar e decidir; pela competência comercial, expressa no saber navegar nas pressões do mercado encontrando rotas firmes rumo aos resultados; pela competência comunicacional, com a qual consegue estabelecer contatos, gerar parceiros, criar vínculos e reunir as diferenças; e pela competência empreendedora, sem a qual jamais poderia transformar suas potencialidades em ação.




10 ótimas razões para mensurar a satisfação interna
Por Patrícia Bispo
Não existe algo mais arriscado para um dirigente organizacional do que desconhecer a realidade que está além das janelas e da porta do seu confortável escritório. Para muitos, as suas empresas são restritas às salas onde ocorrem as longas e exaustivas reuniões estratégicas e às conversas que podem gerar novos contratos. Contudo, para que as ações aconteçam e os acordos sejam cumpridos é indispensável que a empresa conte com o comprometimento dos profissionais dos mais variados níveis. Isso, por outro lado, só ocorre quando a alta direção reconhece que sua companhia é formada por pessoas que podem ou não estarem motivadas. Por isso, mensurar a satisfação interna é algo que não deve ser relegado a um segundo plano ou lembrado apenas quando o barco está preste a afundar. A seguir, confira boas 10 razões para se mensura a satisfação interna.
1 - Atração e retenção de talentos. Esse é um dos primeiros fatores para que a empresa realize, periodicamente, a mensuração de satisfação interna. Afinal, quem gostaria de ingressar ou permanecer em uma equipe, onde a grande maioria dos profissionais está estressada, apresenta péssimo humor e só fala "mal" de tudo e de todos?
2 - Vale lembrar que pela realização de uma pesquisa de clima, por exemplo, a organização tem a chance de identificar quais os fatores que promovem o esfacelamento das equipes, principalmente, aqueles que são agentes causadores de conflitos.
3 - Quando a empresa promove uma pesquisa de clima organizacional e usa essa ferramenta de forma adequada, inclusive, utilizando seus resultados para promover mudanças positivas, os profissionais sentem-se valorizados. Afinal, eles foram ouvidos e suas opiniões são importantes para a organização. Quando isso ocorre, o colaborador percebe que ele não está ali por acaso, mas que sua atividade é valiosa para o negócio.
4 - Através da mensuração do clima interno é possível identificar os pontos fortes, os que precisam ser trabalhados e até os que necessitam ser substituídos com de imediato. Além da economia de "cifras" para a companhia, os profissionais são poupados de situações desgastantes e a obtenção ou a superação de resultados torna-se mais focada.
5 - Uma vez identificado os pontos fracos e os que precisam ser substituídos, a empresa tem a chance de investir em ações eficazes, que gerem resultados mais significativos e, em alguns casos, em um tempo menor do que o esperado. E todos sabem que otimizar tempo no dia a dia corporativo, é um diferencial para ações estratégicas.
6 - Ao se preocupar como está o clima interno, a companhia abre as portas para ficar mais próxima dos funcionários. Quando isso ocorre, as chances de fazer com que os profissionais vistam a camisa da empresa tornam-se maiores e o comprometimento torna-se uma conseqüência natural.
7 - Muitas vezes, as organizações oferecem salários atraentes, benefícios diferenciados, mas perdem profissionais para a concorrência. A questão sempre surge: Por que isso acontece com freqüência? A resposta para essa indagação pode ser encontrada, quando a companhia preocupa-se com os percentuais de satisfação interna.
8 - A mensuração do clima interno traz outro benefício significativo para a empresa: se em uma pesquisa abre espaço para questões abertas, onde os profissionais podem apresentar sugestões, ideias, informações, é possível que surja algum fator ou um diferencial que faça a organização otimizar processos e reduzir custos.
9 - Ao avaliar o clima interno, a empresa tem a chance de identificar quais os gestores que são condizentes com seus valores corporativos e quais os pseudolíderes que só exercem o autoritarismo e contribuem para o aumento dos percentuais de turnover.
10 - A empresa que conhece o clima que em vivem seus colaboradores, também é capaz de identificar onde e como investir no talento dos profissionais, inclusive no que se refere ao desenvolvimento e à melhoria da qualidade de vida no trabalho. Isso porque ao ser ouvido, o colaborador revela quais seus sonhos pessoais e profissionais que o farão permanecer ou procurar novos desafios.

Por que é tão difícil mudar um comportamento?
Por Rodrigo Ramos
A razão prevalece sobre a emoção, ou é a emoção que fala mais alto que a razão? Eis a questão! Não é à toa que o velho slogan pronunciado diversas vezes no nosso cotidiano (se conselho fosse bom!) entra como uma luva no decorrer das décadas. Por que é tão difícil mudar o comportamento de uma pessoa? Por que, mesmo através de conselhos repetitivos, existem pessoas que preferem fazer as coisas do seu jeito, mesmo sendo o jeito improdutivo ou errado? O que faz um bom conselho perder sua força?
Seguindo a visão da psicanálise, através das ideias de pensadores como Freud, Lacan e Jorge Forbes, acredito que existe uma espécie de curto circuito na relação entre mente e corpo. Isto se torna perceptível quando paramos um pouco para refletir que não somos máquinas e nem perfeitos, que mudamos nossas emoções a todo o instante, que escorregamos, erramos e que, conseqüentemente, também temos sonhos, fantasias e desejos que vão além da nossa ilusão racional de completude. Ou seja, a nossa razão pode desejar a perfeição, desejar que a nossa trajetória seja estável, consistente e sem erros, mas sempre existirá o outro lado da nossa intimidade que nunca poderemos controlar. E isso, paradoxalmente, é muito bom, pois nos protege da possibilidade de acreditarmos que somos figuras padronizadas, sem desejo e singularidade.
Para clarificar mais a discussão, vou discorrer o texto dividindo as ideias e diferenciando a mente racional do corpo emocional. Podemos dizer que a mente racional relaciona-se muito bem com as ideias de perfeição, de completude, daquilo que é certo e moralmente correto. Já, quando falamos do corpo emocional, levamos em consideração o lado da vida que, a maioria das vezes, não está em harmonia com as ideias impostas pela razão. O corpo emocional está mais relacionado ao inconsciente, a parte fora da série, daquilo que, segundo Chico Buarque, escapa ao sentido.
Para ilustrar melhor, podemos citar o exemplo do motorista que percorre por uma rodovia com limite (mente racional) de velocidade de 100 km/h, mas prefere (corpo emocional) dirigir a 200 km/h, porque provavelmente lhe dá mais prazer "andar fora da linha", mesmo tendo noção do excesso cometido. O corpo acaba falando mais alto! Outro exemplo clássico e interessante é o da pessoa que fuma dois maços de cigarro por dia (corpo emocional), tendo total consciência (mente racional) sobre os males que o fumo lhe causa. Ou podemos citar o comportamento da pessoa consumista, que sempre quando passa ao lado de uma loja acaba gastando uma fortuna, mesmo consciente da falta de crédito e do excesso de dívidas.
Olha só que curioso! Ao refletirmos sobre exemplos triviais, já começamos perceber que no cotidiano do humano existem constantes conflitos internos entre a mente racional e o corpo emocional, irracional e inconsciente. É por este motivo, entre outros mais, que é tão difícil mudar um comportamento da noite para o dia. Muitas vezes, acessar somente a consciência através de conselhos não é o bastante para mudar uma atitude, ou mudar um método de como fazer as coisas. É preciso ir além da consciência, pois é necessário que o seu corpo emocional, e muitas vezes, seu inconsciente sejam tocados para ocorrer êxito. Quando não existe uma transformação neste sentido, percebemos uma mudança rasa, superficial e sem força.
Para descermos mais no assunto, gostaria de propor alguns pontos de reflexão para fortalecermos a nossa discussão: vamos falar um pouco da relação entre comportamento e prazer.

A relação entre comportamento e prazer
Seguindo as trilhas de Freud, em seu Best seller, Para Além do Princípio do Prazer, podemos notar que nesta grande obra o Pai da Psicanálise expõe de forma brilhante a existência de uma energia presente no comportamento do ser humano que vai além do equilíbrio, além das necessidades básicas, que nomeou de Pulsão. Sendo simplista na explicação, podemos descrever a Pulsão como uma energia que vai além do equilíbrio, que excede os limites da harmonia, que se repete e é dotada de prazer e, ao mesmo tempo, desprazer.
Para clarificar o conceito, podemos usar o exemplo da mulher que permanece casada durante décadas com o mesmo marido, mesmo sendo violentada verbalmente e fisicamente. Todos podem escutar suas lamentações, que seu casamento é terrível, que ele não presta, porém, não tem coragem de acabar com a "estabilidade" do matrimônio. É preferível sofrer com o que se tem, para evitar a dor de nada ter. Ela vive, ao mesmo tempo, o desprazer dos insultos lançados pelo marido e o prazer de manter o casamento em "equilíbrio", de estar com alguém, mantendo a ilusão do famoso slogan: "até que a morte os separe".
Outro exemplo interessante, que ilustra o paradoxo entre um comportamento dotado de prazer e desprazer, seria do próprio dependente químico que, mesmo consciente dos males que a droga lhe causa, permanece viciado. Basta escutarmos nos noticiários o quanto é difícil e paradoxal o relacionamento do dependente com a droga: "Isso aqui não presta, só faz mal, mas não consigo viver sem".
Agora, trazendo para a realidade profissional, o mesmo acontece com as pessoas insatisfeitas e frustradas com seus empregos atuais, que ficam paralisadas na hora de tomar uma decisão para mudar o ambiente, ou de ambiente, porque se acomodam no status quo e, por este motivo, também sentem sua cota de prazer na "estabilidade" ilusória. Ou seja, podemos concluir que, mesmo prejudicadas, pessoas que permanecem com a mesma forma de pensar, de se comportar, com o mesmo padrão, relacionamento afetivo péssimo, ou com o mesmo emprego ruim, carregam suas pitadas paradoxais de prazer e desprazer. Enfim, o ser humano e suas ironias. Agora, gostaria de correlacionar tudo isso que trabalhamos com outro ponto importante: a repetição do comportamento.
O comportamento repetitivo, para o bem ou para o mal

Outro ponto de reflexão que nos ajuda a pensar sobre o que faz as pessoas permanecerem com seus comportamentos engessados, acompanhados de prazer e desprazer, é a repetição constante. Pensando de forma lógica, aquilo que causa prazer e/ou desprazer, também causa repetição. Pontos de satisfação causam repetição. Crianças costumam fazer isso constantemente. Pedem toda hora para repetir de forma incansável uma atividade que lhes trouxe satisfação corporal. Já, quando crescem e se tornam "crianças-adultas", continuam repetindo comportamentos inconscientemente prazerosos e/ou desprazerosos.
É o que acontecia com um ex-colega de trabalho, que tinha satisfação em ser espaçoso. Interrompia as pessoas, falava alto, gritava e dispersava todos repetidamente. Este era o seu "barato", o seu "jeitão" de ser, pois tinha prazer em fazer isso, mas não tinha a menor consciência dos impactos que causava nas pessoas. No entanto, quando recebeu o famoso feedback sobre seu comportamento, os problemas começaram a surgir. Passou a vivenciar conflitos entre a mente racional e o corpo emocional. Sua mente racional dizia que deveria "arrumar" seu comportamento para não invadir o espaço das pessoas e o seu corpo emocional agia conforme o jeito espaçoso (e prazeroso) de ser. Olha só! Surge novamente o paradoxo entre prazer e desprazer. Sua mente racional gritava alto, dizendo que devia mudar e isso lhe causava muito desprazer. Porém, o seu corpo emocional continuava gozando do ato e isso lhe causava prazer. Após certo tempo, não teve jeito, nosso colega de trabalho foi procurar um lugar onde pudesse aumentar seu espaço, pois o contexto cultural onde trabalhávamos não permitia pessoas desse "estilo". Uma hora ele acertará sua trajetória.
Mas o que fazer para inserir nossas diferenças comportamentais, algumas insuportáveis, na relação com os outros?
Comportamentos prejudiciais devem ser eliminados?
O que fazer para solucionar os conflitos entre mente e corpo? Será que é preciso cortar o mau pela raiz? Será que é necessário punir aqueles que se comportam de maneira improdutiva? Será que deveríamos encaminhar todos os errantes para uma clínica da "padronização", para que sejam orientados de forma ortopédica? Creio que não. Não devemos e não podemos corrigir o ser falante, engessando seu comportamento e o adequando ao contexto, mas diria que a solução, como diria Jacques Alain Miller, seria legitimar suas diferenças. Não no sentido de aceitar o comportamento destrutivo do outro. Legitimar não é deixar o outro fazer o que bem entende, mas também não significa eliminar o mau pela raiz.
Se nos espelharmos em qualquer exemplo de vida, podemos perceber que as pessoas não eliminam seus comportamentos ruins, mas simplesmente conseguem realinhar a energia para uma coisa boa, ou melhor, construtiva. Um amigo meu, que se tornou um excelente palestrante, não por acaso, quando era jovem, gostava de se exibir, contava piadas na escola e adorava provocar as pessoas. Por conta deste comportamento, passou por diversas situações complicadas até perceber que poderia transformar seu defeito em qualidade.
Percebeu que poderia reinventar sua exibição e seu jeito provocador de forma construtiva e não destrutiva, como vinha fazendo. Percebeu que poderia usar suas ferramentas, anteriormente maléficas, para estimular as pessoas a se desenvolverem através da linguagem. Meu amigo não poderia eliminar um comportamento tão enraizado no seu inconsciente corporal, mas percebeu que poderia resolver o conflito do prazer e do desprazer, canalizando sua energia, seu "barato" para algo que enriquecesse o outro. Isso passou a ser a sua missão. Ele simplesmente lapidou o seu carvão na busca eterna pelo seu precioso diamante.
Que maravilha que é o ser falante! Quanto mais consegue ajustar seus comportamentos prejudiciais, canalizando sua energia para atitudes construtivas, sem arrancar o bom "barato", consegue se aproximar daquilo que é mais singular em seu íntimo. Mas este é um assunto para outro artigo.
Faça bom proveito de si, ou como diria o filósofo Martin Heidegger - devore o teu Dasein!



quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O COMBOIO DA VIDA


Numa viagem de comboio, ao longo do percurso, pode acontecer uma grande diversidade de situações.
A nossa existência terrena pode ser comparada a uma dessas viagens, mais ou menos longa.
Primeiro, porque é cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques, e grandes tristezas em algumas partidas.
Quando nascemos, entramos no comboio e deparamos com pessoas que desejamos que sigam sempre conosco: os nossos pais.
Infelizmente, isso não vai acontecer: em alguma estação eles descerão e deixar-nos-ão órfãos dos seus carinhos, amizade e companhia insubstituíveis.
Mas durante a viagem, outras pessoas especiais embarcarão e seguirão viagem conosco: os nossos irmãos, amigos, amores e filhos.
A viagem não é igual para todos. Alguns fazem dela um passeio, outros só vêem nela tristezas, e outros ainda circulam pelo comboio, prontos para ajudar quem precise.
Muitos descem e deixam saudades eternas... Outros passam de uma forma que, quando desocupam o seu assento, ninguém se apercebe.
Curioso é constatar que alguns passageiros que nos são caros se acomodam em carruagens distantes da nossa, o que não impede, é claro, que durante o percurso nos aproximemos deles e os abracemos, embora jamais possamos seguir juntos, porque haverá alguém ao seu lado ocupando aquele lugar.
Mas isso não importa, pois a viagem é cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas.
O importante, mesmo, é que façamos a nossa viagem da melhor maneira possível, tentando relacionar-nos bem com os demais passageiros, vendo em cada um deles o que tem de melhor.
Devemos lembrar-nos sempre que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e precisamos entendê-los, pois nós também fraquejaremos muitas vezes e gostamos que haja alguém que nos entenda.
A grande diferença, afinal, é que no comboio da vida, nunca sabemos em que estação teremos que descer, e muito menos em que estação descerão os nossos amores, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.
Porque não é fácil separar-nos dos amigos, nem deixar que os filhos sigam viagem sozinhos.
No entanto, em algum lugar, há uma estação principal para onde todos seguimos. Lá nos reencontramos todos.
E quando chegar essa hora, teremos grandes emoções em poder abraçar os nossos amores e matar a saudade que nos fez companhia por longo tempo...
Que a nossa breve viagem seja uma grande oportunidade de aprender e ensinar, entender e atender aqueles que viajam ao nosso lado, porque não foi o acaso que os colocou ali...
Que aprendamos a amar e a servir, compreender e perdoar, pois não sabemos quanto tempo ainda nos resta até à estação onde teremos que deixar o comboio.
Se a sua viagem não está a correr exatamente como esperava, dê-lhe uma nova direção.
Observe a paisagem maravilhosa com que DEUS enfeitou todo o trajeto...
Busque uma maneira de dar utilidade às suas horas.
Preocupe-se com aqueles que seguem viagem ao seu lado.
Deixe de lado as queixas e faça com que o seu percurso fique marcado com rastos de luz.
Pense nisso... E boa viagem!
(Desconheço a Autoria)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PROJETO UM PAI MELHOR

JUSTIFICATIVA
A equipe pedagógica da escola Navarro de Brito com base na observação das precárias relações familiares e da baixa afetividade entre pais e filhos, elaborou este projeto, visando o fortalecimento e uma maior integração familiar.
Infelizmente, a maior parte da responsabilidade familiar é concentrada nas mães. Os Pais trabalham fora, são ausentes da vida de seus filhos, muitas vezes saem de manhã e voltando estressados tarde da noite, quando seus filhos já estão dormindo. Se por acaso os encontram acordados, não conseguem transmitir-lhes nenhum tipo de afeto. Com isso, contribuem para a formação de crianças tristes, arredias, agressivas e carentes de uma palavra de carinho, daquele pelo qual ele gostaria de se orgulhar e desejaria ter como amigo e companheiro, seu Pai.
Integrar Pais e Filhos em um momento especial;
Promover o estreitamento dos laços familiares;
Valorizar a graça de ser Pai.
METODOLOGIA
A equipe pedagógica estará direcionando o seu trabalho, no propósito de promover uma integração maior entre pais e filhos, valorizando todo o empenho dos pais, na busca de melhores condições sociais e econômicas para seus filhos, abdicando com isso, da convivência diária tão importante para a formação pessoal e comportamental de seus filhos.
RECURSOS
Palestra de Abertura (A Importância de ser Pai)
Música;
Poesia;
Jogral;
Brincadeiras;
DESENVOLVIMENTO
A direção da escola fará a abertura do evento, com uma palestra abordando o tema, a importância de ser Pai. Saudando e parabenizando a presença dos Pais. Os Alunos do quinto ano apresentarão jograis e poesias exaltando a importância dos pais para os filhos. A equipe pedagógica promoverá as brincadeiras ao som de músicas.
CONCLUSÃO
Ao final do projeto “Um Pai Melhor” algumas turmas declamarão poesias e jograis valorizando o ato de ser pai. A Equipe pedagógica fará brincadeiras promovendo a participação e a integração de Pais e Filhos. Culminando com a oferta de torta salgada, e refrigerante para animar a comparação e fechar com chave de ouro.
Brincadeiras:
Corrida com os pés amarrados (Pais e Filhos) – Objetivo: Andar no mesmo passo.
Adivinhações: O que é O que é?
Somando pontos (Com dois Pais Diferentes)
Você conhece seu Filho.
Objetivos:
Aproximar Pais e filhos de acordo com seus gostos, experiências e expectativas.


PROJETO MEU PAI, MEU AMIGO

JUSTIFICATIVA:
A vida atribulada pela diversidade de compromissos de um pai de família o tem afastado do seu principal e mais importante compromisso que é a família, em especial os seus filhos. São Pais que quase não tem tempo, que muitas vezes pouco sabem da vida do filho, deixando-os carentes do amor paterno e tornando difícil até mesmo uma homenagem a sua luta diária. Pensando nisso, os professores juntamente com toda a escola, resolveu promover uma singela homenagem a esse personagem tão importante, com a intenção de fortalecer os laços que asseguram a união entre pais e filhos, valorizando os pais no seu dia.
OBJETIVO:
• Proporcionar a oportunidade de unir pai e filho numa confraternização;
• Reconhecer a importância do carinho, da atenção do estar mais presente no seio familiar;
• Valorizar a importância de ser pai e as qualidades de um pai.
DESENVOLVIMENTO:
Os professores trabalharão a confecção de livros, cartazes, poesias, teatrinhos, lembrancinhas e músicas, que valorizem o dia dos pais e promova o respeito, o amor e o carinho, que eles merecem dos seus filhos e de nós professores.
ATIVIDADES VALORATIVAS:
Meu pai é ______________
Meu Amigo.
Obrigado Papai.
Se eu fosse Pai.
O que Papai, mas gosta.
A profissão do Papai.
Qual o seu prato favorito.
Qual o seu time do coração.
CONCLUSÃO: A escola promoverá uma homenagem ao dia dos pais onde todas as atividades desenvolvidas durante o projeto serão apresentadas culminando com um almoço festivo

A coragem essencial: formação pessoal em Psicopedagogia.

Prof. MS. João Beauclair
Este artigo pretende abordar algumas questões essenciais no que concerne à formação pessoal em Psicopedagogia no nosso tempo presente. Compreende ser necessário ter coragem para re-significar os caminhos da Educação contemporânea e procura traçar os principais dilemas, desafios e tensões presentes na formação pessoal do/a psicopedagogo/a. A partir de uma sucinta discussão sobre os processos de autoria de pensamento como alternativa a tal questão, reforça que a pesquisa e práxis permanente, no agir e no pensar cotidiano, podem colaborar para que novas e significativas aprendências e ensinagens surjam no cenário da formação em Psicopedagogia no Brasil.
"A palavra coragem tem a mesma raiz que a palavra francesa coeur, que significa "coração". Assim como o coração irriga braços, pernas e cérebro fazendo funcionar todos os outros órgãos, a coragem torna possíveis todas as virtudes psicológicas. Sem ela os outros valores fenecem, transformando-se em arremedo da virtude." MAY, Rollo. A coragem de criar. Ver bibliografia.
Consultor e professor nos cursos de Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional da Fundação Aprender, Varginha, Minas Gerais; consultor e professor nos cursos de Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional e de Pós-graduação em Fundamentos do Ensino da Arte do Instituto de Educação Segmento, Salvador, Bahia; Conferencista e palestrante sobre temas educacionais em diversos eventos, congressos e fóruns nacionais; Professor nos cursos de Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional da Fundação São José, Itaperuna, RJ; Psicopedagogo pela UCAM - Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro; Mestre em Educação e Pós-graduado em Planejamento Educacional pela Universidade Salgado de Oliveira - Rio de Janeiro; graduado em História pela Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia; Especialista em História do Brasil pela UFF - Universidade Federal Fluminense; professor na rede pública estadual do Rio de Janeiro; Associado a ABPP: Associação Brasileira de Psicopedagogia e da ABRH: Associação Brasileira de Recursos Humanos; escritor, ambientalista, poeta, ensaísta e autor de diversos artigos sobre Psicopedagogia, Educação, Meio Ambiente, Ecologia Humana, Direitos e Valores Humanos. Coordenador da Coleção Olhar Psicopedagógico, da Editora WAK, Rio de Janeiro. e-mail: joaobeauclair@hotmail.com ou joaobeauclair@yahoo.com.br


Palavras-chaves: Psicopedagogia, formação pessoal, oficinas psicopedagógicas, processos de autoria de pensamento.
I - Coragem e essência no re-significar de caminhos em Educação.
"O esforço necessário para ver as coisas sem distorção
requer algo muito próximo à coragem;
e está coragem é essencial.".
Henri Matisse
"O que é a nossa inocência,
qual é a nossa culpa? Todos estão
nus, ninguém está seguro. E onde está
a coragem...
Marianne Moore

Coragem é o que me impulsiona sempre para a busca. É no encorajamento que vou adiante, superando as dificuldades, encontrando brechas para transpor obstáculos, refazendo percursos já elaborados, revendo posturas e estratégias: é a partir da vivência com o seu sentido mais pleno que motivo o meu agir/fazer/estar no mundo, para o caminhar, compreendendo sempre que, enquanto aprendentensinante, sou como o caminhante de Antonio Machado, poeta espanhol que nos diz que "caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar".
Mas para ter coragem, é preciso que haja algum tipo de cor-respondência, vocábulo que pode nos trazer algumas idéias: cor = coração (latim); co= prefixo latino, que pode significar partilha, companhia; e cor = colorido, algo vivo, repleto de luz e emergente de sentido. Coragem é sentimento do sujeito, mas é vivência coletiva, partilha de sentidos para a vida, para a trajetória humana evolutiva de todos nós.
Percebo que os nossos movimentos de formação humana no campo da Psicopedagogia deve ser uma preocupação constante, de cada um de nós que leva a sério o seu fazer e compreende todas as questões éticas que envolvem esta discussão.
Desde a década de 80 do século passado é possível perceber que a Educação Brasileira, como um todo e a Psicopedagogia em particular, estão se tornando cada vez mais sensíveis às questões da alteridade, da identidade, da diversidade cultural e dos saberes que estão presentes nos mecanismos internos das escolas. Diante deste trajeto, são inúmeras as práticas e produções teóricas advindas desde então. E em minha concepção enquanto formador de psicopedagogas/os em diferentes realidades e contextos que tenho vivenciado é muito complexo fazer um levantamento sobre este movimento.
Minha contribuição para este debate tem sido a de sistematizar, a cada nova vivência enquanto ensinante neste processo, elaborando um caminhar e construindo e reconstruindo uma metodologia de ação de formação em educação que denomino Oficinas Psicopedagógicas.
Nesta metodologia, trato de estabelecer relações entre os diferentes processos que caracterizam nossa trajetória de formação - entendida por mim como evolução enquanto seres complexos que somos -, levando cada novo grupo a se conscientizar que, enquanto personas também complexas, vivenciam em suas cotidianidades múltiplos processos inter-relacionais que amadurece e estimula nossos movimentos atitudinais, comportamentais e processuais.
Só podemos aprender e apreender com os outros, pois a aprendência só pode ocorrer de forma efetiva e realmente significativa dentro deste pressuposto: sem interação, há a negação do sentido humano do ato de educar. E aqui residem alguns dos dilemas e desafios, algumas das tensões que trato na próxima seção deste texto.
II - Formação Pessoal em Psicopedagogia: dilemas, tensões, desafios.
"Não haverá existência humana sem a
abertura de nosso ser ao mundo,
sem a transitividade de nossa consciência"
Paulo Freire
Nos processos de Formação Pessoal em Psicopedagogia o principal desafio que se coloca é o da própria formação em si: precisamos perceber com criticidade a efetiva e concreta relevância dos processos de ensinagem em nosso século, tempo e cultura. O ensino, a aprendizagem, a escola, enfim, todo o contexto educacional necessita voltar-se para os dilemas, as tensões e os desafios de nosso tempo presente. Para tal é essencial fazer a aliança entre a teoria e a prática, buscando nos pensadores complexos o aprofundamento de conhecimentos sistematizados, indo além dos modelos tradicionais do falar ditar do mestre.
Neste sentido, busco sempre suporte nas teorias construtivistas e sócio-interacionistas para referendar minhas análises, pesquisas e buscas de processos de sistematização, tecendo e mesclando os diversos fios que, com suas diferentes espessuras e matizes, trás a minha trajetória a prática permanente da construção teórica, com a intenção clara de compartilhar e contribuir a circularidade dos saberes nos campos da Educação e da Psicopedagogia.
Neste sentido, percebo que neste movimento de ser e estar em Psicopedagogia é essencial compreender o que nos falta: encontrar modelos mais abertos, onde seja possível observarmos as possibilidades de superarmos entraves que impedem que nossas interações com o mundo sejam mais plenas, abertas e tecidas numa práxis mais dinâmica e plena.
E para que isso de fato ocorra, ou seja, para que tenhamos de fato a percepção concreta daquilo que nos falta, é preciso tecer/re-tecer, fazer/re-fazer cada fio desta rede que nos envolve e que nos dá suporte às nossas vivências em Psicopedagogia. Sabemos que práxis é o processo reflexivo oriundo das interfaces entre práticas e teorias que presentificam-se nas diferentes maneiras que temos de atuar, de ser e estar neste complexo mundo relacional que vivenciamos.
Cada um desses fios, que faz com que a nossa rede seja tecida, é fruto de nossos próprios processos de formação, iniciados com o nosso nascimento e em permanente tessitura, à medida que desenvolvemos nossas autorias de pensamento ao longo de nossas vidas e, ao assim fazermos, ganhamos autonomia e estabelecemos pontos de partida e metas a serem alcançadas.
Aqui a práxis é conduta e ação presentes como necessidade de construção permanente; práxis é a concreta possibilidade de enquanto seres aprendentes, re-significarmos caminhos, revermos trajetos e percursos do vivido, resgatarmos valores que percebemos estar sendo, a cada dia, perdidos ou esquecidos pelo corre-corre de nossa cotidianidade.
A principal tensão que se configura então é esta: reconhecer em nós mesmos esta trajetória e sabermos que para cada pessoa ela se dá de modo diferenciado, e é resultante de um percurso único, visto que sensações, reações, movimentos sempre são diferenciados e percebidos de modos também distintos.
É tão somente a partir de nossas próprias vivências que podemos estar em movimentos permanentes de descobertas e redescobertas, de criação e recriação, de construção e reconstrução de sentidos e significados.
Urgente se torna estabelecermos vínculos de amorosidade nos diferentes espaços do nosso fazer, do nosso estar junto com os outros, nos distintos processos de ensinagem que, quer tenhamos consciência ou não, sempre vivenciamos. O desafio que se confirma aqui, mais uma vez, o é da necessidade permanente de melhoria das próprias condições para o aprender sempre, vivendo a "beleza de ser um eterno aprendiz", com nos ensinou, sabiamente, Gonzaguinha, tanto nas nossas ações clínicas quanto institucionais.
Reside neste movimento os processos de constituição de nossas autorias de pensamento, que "supõe diferenciação, agressividade saudável, "re-volta íntima" e a partir disso, possibilidade de re-encontro com o outro: o acesso a nós mesmos." Sem tal acesso, nossas cotidianas aprendizagens não nos leva a construção de vínculos positivos enquanto sujeitos aprendentes e ensinantes, e os processos múltiplos de cognição emergentes deste encontro não ganham a validação necessária.
Cabe lembrar que "
a criatividade, a busca por novas visões à construção de nossas subjetividades enquanto seres em aprendências permanentes, nos condiciona ao desafio de configurar/reconfiguar nossas competências e habilidades para interação com a humana diversidade que convivemos cotidianamente e com as infinitas tensões que caracterizam nossa contemporaneidade.

O fundamental, então, é nos determos nas propostas de renovação dos saberes científicos, percebendo que a aprendizagem é permanente e essencial para a construção de modos novos de sermos efetivamente aprendentes e não apenas meros reprodutores do que é tido como verdade, como saber, como conhecimento válido, como informação a ser reconhecida, efetiva e real no mundo da complexidade e da interatividade que ora vivenciamos.
Processos de formação em Psicopedagogia e autoria de pensamento: alternando pesquisa e práxis no cotidiano
"Andaria 30 km para ouvir o meu
inimigo se pudesse aprender
algo com ele".
Leibnitz
"O Homem cria, não porque gosta, e sim porque precisa;
ele só pode crescer, enquanto ser humano,
coerentemente, ordenado, dando forma, criando"
Fayga Ostrower

Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo.
Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens,
além daquele que há em sua própria alma.
Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade,
o impulso, a chave.
Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo,
e isso é tudo".
Hermann Hesse
Nos processos de formação em Psicopedagogia é mister salientar que ensinantes e aprendentes vão
"autorizando-se mutuamente, sendo autores dos pensamentos que constroem, movidos por seus desejos, em busca de seus processos e movimentos de autonomia, indo além do olhar do/a outro/a para reconhecer a autoria de seu pensamento e produção. Importante é perceber que "ensinagem" e "aprendência" são processos de permissão a autoridade de pensamentos, como movimentos diferenciados e conhecedores da alteridade."
Ensinar e aprender, aprender e ensinar são processos vitais na busca constante da conquista e do encantamento da autoria do pensamento, presente no universo da relação entre a magia da vida e a própria vida de cada aprendente, sendo espaçotempo de desenvolvimento de nossa poética existencial, essencial, pessoal, única, singular.
O desafio que se configura é o de mudar radicalmente os nossos modos institucionais e pessoais de sermos e estarmos atuando em Psicopedagogia e Educação. Fernández enfatiza este processo ao nos dizer que a nossa função
"está mais próxima da serpente do Paraíso: tentar com o conhecimento. Tentar, no duplo sentido de tratar (assistir, cuidar) e de tentação. Chamar à autoria, ainda que isso leve ao conhecimento de nossos limites, de nossa finitude, de nossa necessidade do outro para sobreviver, Saímos do Paraíso é certo. Perdemos a felicidade eterna. Porém existirá a felicidade sem o conhecimento (dela mesma e de nós)? " O conhecimento os fará livres", e com a liberdade podemos tentar ser felizes".

E tentar ser feliz é tarefa humana que reside em nossas essências: resta-nos a coragem em ousar, em desejar e em fazer com que este movimento torne-se latente atitude de querer ser si mesmo, de forma autêntica, encontro com espaços de reflexão, definição de espaçotempo para crescer, deixar de sofrer, alegrar-se, viver.
Aprendências e ensinagens em discussão na coragem essencial: idéias como ponto de chegada ou de partida?
"Durante muitos anos
esperamos encontrar alguém
que nos compreenda,
alguém que nos aceite como somos,
capaz de nos oferecer felicidade
apesar das duras provas.
Apenas ontem descobri
que esse mágico alguém
é o rosto que vemos no espelho."
Richard Bach
"A vida humana em comum só se torna possível
quando se reúne uma maioria mais forte
do que qualquer indivíduo isolado
e que permanece unida contra todos os indivíduos isolados"
Mal estar da civilização - Sigmund Freud

Escrever, pensar, refletir sobre aprendências e ensinagens numa discussão sobre a coragem essencial à formação pessoal em psicopedagogia me trouxe até aqui: são idéias como ponto de chegada ou de partida? Indago-me. Paro de escrever, olho o verde ao redor de minha casa e caminho entre o meu jardim, ainda em construção. Um beija-flor me trás a resposta: não é nem ponto de chegada nem de partida, é apenas processo, movimento natural, capacidade de ir e voltar, sem a pretensão da permanência e da estabilidade, mas sim com a compreensão do fluxo perene das idéias em nossas vidas, vivências, histórias.
Coragem e essência são palavras irmanadas na nossa humana trajetória como aprendentes, como ensinantes, como aprendenteensinantes nesta caminhada por todos nós percorrida. Coragem é tudo. MAY (1982) nos recorda que
"Nietzsche e Sartre afirmam que a coragem não é a ausência do desespero, mas a capacidade de seguir em frente, apesar do desespero". A característica dessa coragem é originar-se no centro, no interior do EU... O "vazio" interior corresponde à apatia exterior:... a apatia se transforma em covardia. O compromisso em que nos engajamos só é autêntico quando originado no centro do nosso ser."
Coragem, então é a essência de nosso compromisso em fazer o melhor e estarmos juntos com os outros nesta tarefa de fazermos, de nós mesmos, o viver intenso e repleto de mil sentimentos, que é a autoria de nossos pensamentos. E quanto ao resto?
"Quanto ao resto, é bom lembrar que a coragem não é o mais forte, mas sim o destino ou, é a mesma coisa, o acaso. A própria coragem está ligada a ele (basta querer, mas quem escolhe sua vontade?) e a ele permanece submetida. Para todo homem, há o que ele pode e o que ele não pode suportar. O fato de encontrar ou não, antes de morrer, o que o vai abater é uma questão de sorte, pelo menos tanto quanto de mérito. Os heróis sabem disso, quando são lúcidos: é o que os torna humildes diante de si mesmos e misericordiosos diante dos outros. Todas as virtudes se relacionam, e todas se relacionam com a coragem".
E na construção de nossas virtudes, a compreensão do nosso modo de olhar é fundamental, pois é pelo olhar constituído ao longo de nossa formação pessoal, que construímos nossas virtudes, nossos modos de ser e estar neste mundo. É Alícia, mais uma vez, que nos trás com lirismo, importante contribuição a este nosso interno movimento de busca por nossas autorias. Ao dialogar sobre o corpo e o saber a partir da Psicopedagogia e da Psicomotricidade reconstruindo conosco a história de Édipo, nos diz:
" na mesma pessoa encontra-se o testemunho que pode dar conta do passado e do presente de Édipo. "Conhece melhor" porque viu; seu conhecer baseia-se na experiência do visto. Não conhece deduzindo, especulando; não é inferência, uma conclusão ou uso da razão. Seu conhecimento corresponde ao saber sensível, à experiência direta, e ele sabe porque viu o que nenhum outro pode ver, pois seu corpo estava ali onde o drama transcorria, primeiro sentindo na superfície de sua pele o corpo de menino a quem o pai mandava matar. Anos depois, vendo como um homem matava o rei e substituía-o no trono. Seu saber é ocasional e segmentário, próprio do "" testemunho ocular e ocasional. Seu saber está dissociado, é precário. Em um caso, obtém o saber complementando ações que outros iniciam; em outro, como espectador, como testemunha. É Édipo, em um ato de conhecimento, quem deduz, ata, une o que na memória do escravo não tem associação. É Édipo , complementando sua experiência de aprendizagem, associando o conhecer ao saber, integrando o consciente e o inconsciente, o sonho e a vigília, a imagem e o pensamento, a emoção e o efeito, a palavra do corpo e o corpo da palavra, sua própria experiência completando-se com a experiência do outro."
A meu ver, é esta experiência de aprendizagem que nos possibilita ir além, pois se aprender é constituição de modificabilidade, mudar também é aprender. No começo, sei de um determinado modo, mas provoco mudanças em mim a partir do momento em que agrego a minha trajetória uma nova descoberta, uma outra informação que não fazia parte do repertório de minhas vivências.
Conhecer e saber, integrar e sonhar, imaginar e pensar: desejos de vida, motivação para a caminhada com a palavra no corpo e o corpo da palavra inteiro, com toda sua inteireza brilhando na nossa alma, no nosso ser que, como diz o poeta, é gente e gente nasceu para brilhar, não para morrer de fome, de nenhuma das fomes e sedes perversas que nos afastam da beleza e da plenitude da vida.
Aprendências e ensinagens na formação em psicopedagogia: uma discussão iniciada como ponto de chegada ou de partida. Não importa. O que importa, afinal, é sabermos estar neste movimento de mudança, lembrando que mudar
"não é vir a ser o outro, não é despojar-se do que se tem. Mudar é possuir -se um pouco mais na medida de suas experiências, é acolher sua vida no que ela tem de mais intimo e mais única. É se aproximar gradualmente do que constitui o centro de si mesmo."
Entretanto, sei que esta é uma trajetória que necessitamos desejar: mudar envolve olhar-se por inteiro, e isso pede iniciativa e criação de disponibilidade interna para tal. Mas desejando, encontramos o caminho, pois em
" relação a todos os atos de iniciativa e de criação, existe uma verdade fundamental cujo desconhecimento mata inúmeras idéias e planos esplêndidos: é que no momento em que nos comprometemos definitivamente,a Providência move-se também. Toda uma corrente de acontecimentos brotada decisão, fazendo surgir a nosso favorito da a sorte de incidentes, encontros e assistência matéria que nenhum homem sonharia que viesse em sua direção.O que quer que você possa fazer ou sonhar possa, faça-o. A coragem contém em si a genialidade, o poder e a magia! Comece agora! (Goethe)
E que assim seja! Que nossa coragem encontre tal magia, tal poder, tal genialidade.
Bibliografia básica:
ALESSANDRINI, Cristina Dias. Tramas criadoras na
construção do ser si mesmo. Casa do
Psicólogo, São Paulo, 1999.
ANDRADE, M.S. (org.) O prazer da autoria: a psicopedagogia e a construção do sujeito autor. Coleção Temas de Psicopedagogia, livro 3. Memnon, São Paulo, 2000.
BACH, Richard. A história de Fernão Capelo Gaivota. Editora Nórdica, 1976.
BARONE, L.M.C.. De ler o desejo, ao desejo de ler: uma
releitura do olhar do psicopedagogo. Editora Vozes, Petrópolis, Rio de Janeiro, 1993.
BEAUCLAIR, João. Psicopedagogia: trabalhando competências, criando habilidades. Coleção Olhar Psicopedagógico, Editora WAK, Rio de janeiro, 2004(a).
___________,___.(org). Psicopedagogia: espaço de ação, construção de saberes. Coleção Olhar Psicopedagógica. Editora WAK, Rio de janeiro, 2004(b). No prelo.
___________,____.Neuropsicologia e Biociências: aprendendo Ecologia Humana com um novo olhar - sobre si mesmo e os outros - a partir da autopoiese.IN.: RIBEIRO DO VALLE, Luiza Helena e CAPOVILLA, Fernando César. Temas Multidisciplinares de Neuropsicologia e Aprendizagem. Tecmedd, Ribeirão Preto, 2004(c).
___________,___.Autoria de pensamento, aprendências e ensinagens: novos modelos e desafios na produção de conhecimento em Psicopedagogia. Publicado no site da ABPP www.abpp.com.br , em abril de 2004(d) e no site www.pedagobrasil.com.br, em junho de 2004.
___________,___.Por entre permanências, aprendências e transcendências: (re) criando vínculos numa perspectiva psicopedagógica e inclusiva, Publicado no site da Fundação Aprender www.fundacaoaprender.org.br, Julho, 2004(e)
___________,___. Psicopedagogia institucional e formação do/a psicopedagogo/a numa perspectiva paradigmática: breve relato de uma experiência em processo. Publicado no site www.psicopedagogiaonline.com.br em maio 2004 (f)
___________,___. Mansidão, afabilidade e doçura nas relações humanas: o resgate necessário a partir das instituições. Publicado no site www.psicopedagogiaonline.com.br em agosto de 2004 (g)
___________,___.O lugar da teoria: aprender e ensinar em Psicopedagogia. Artigo inédito, ainda não publicado. 2004 (h)
___________,___. Oficinas psicopedagógicas como estratégias de formação: a arte da aprendizagem ou aprendizagem em arte. Artigo inédito, ainda não publicado. 2004(i)
____________,_____. Iniciantes idéias: a construção do olhar do/a psicopedagogo/a. Artigo publicado no site da Associação Brasileira de Psicopedagogia e no site www.psicopedagogiaonline.com.br em fevereiro/março de 2003.
________, ______. Da Educação Ambiental à Ecologia Humana: o caminhar necessário nos processos de Educação em Direitos Humanos. Trabalho aprovado (comunicação oral) para o XI Simpósio sobre Meio Ambiente da UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira, Campus São Gonçalo, outubro 2003.
____________,_____.Vencer o Medo, Nutrir a Esperança, Cuidar da Vida, construir a Paz: a contribuição (necessária) da Educação. Artigo apresentado como comunicação oral no Encontro de Diretores e Supervisores de Ensino da Coordenadoria Metropolitana IX, Itaboraí, Rio de Janeiro, dezembro de 2002.
____________,_____.Direitos Humanos na Prática Pedagógica: perspectivas, limites e possibilidades. Dissertação de Mestrado em Educação. Programa de pós-graduação e Pesquisa da UNIVERSO- Universidade Salgado de Oliveira, Campus são Gonçalo, Rio de Janeiro, dezembro de 2002.
____________,_____.Educação para a Paz: um estilo de 'aprenderensinar' e 'ensinaraprender' na perspectiva da Educação em Direitos Humanos como possível suporte psicopedagógico. Publicado no site www.aprender-ai.com.br e comunicação apresentada na mesa redonda "Estilos de Ensinar e Aprender", da II Jornada Regional de Psicopedagogia, promovida pela ABPp- Associação Brasileira de Psicopedagogia e organizada pelo Núcleo Sul Mineiro de Psicopedagogia, na cidade de Poços de Caldas, em 23/06/2001.
____________,_____. A prática de 'ensinagem' no desenvolvimento de projetos educativos: potencialidades e condições básicas" apresentado na III Jornada Cientifica da UNIVERSO / II Encontro Anual de Iniciação Científica da Universidade Salgado de Oliveira. Campus São Gonçalo, RJ e publicado no Caderno de Estudos e Pesquisas da UNIVERSO, volume especial, de setembro de 2001. Este artigo também se encontra disponível no site www.aprender-ai.com.br e na Revista PARADOXA - Projetivas Múltiplas em Educação, UNIVERSO, vol. 8 , n.º 10/11/2001 .
____________,_____. Um pé na escola e outro no mundo: idéias de Paulo Freire para um cotidiano escolar em Direitos Humanos. Revista PARADOXA - Projetivas Múltiplas em Educação, UNIVERSO, vol. 12, 2001.
BOSSA, N. A. e MONTTI, C. A. Pontos de encontro e
desencontro na prática psicopedagógica: Argentina e
Brasil. In: Revista Psicopedagogia, n. 22, São Paulo:
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BUJOLD, Raymonde. Crescimento pessoal. ASSOEB, Salvador, 1984. Material de curso (mimeo.).
D' ANDREA, Flávio Fortes. Psicodrama: teorias e
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___________,__________. A realidade interna - Psicodrama Aplicado. Editora Bertrand Brasil, São
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DINIZ, G.J.R. Psicodrama pedagógico: teatro -
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FERNANDEZ, Alícia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Editora Artes Médicas, Porto Alegre, 1991.
___________,_____. A mulher escondida na professora.
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FRIEDRICH W. A. A educação do homem.
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LACAN, J. O eu na teoria de Freud e na técnica da
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LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Editora 34, Rio de Janeiro, 1993.
MAY, Rollo. A coragem de criar. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1982.
MATURANA, Humberto. Cognição, ciência e vida cotidiana. Editora UFMG, 2001.
RIBEIRO DO VALLE, Luiza Helena e CAPOVILLA, Fernando César. Temas Multidisciplinares de Neuropsicologia e Aprendizagem. Tecmedd, Ribeirão Preto, 2004.
SARGO, Claudete et al. (Org.). A práxis psicopedagógica
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SOARES, D. C. A Caixinha de Insetos de Pedro.Editora Agora da Ilha, Rio de Janeiro, 2000.
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_______________. Indicadores para a construção de uma atuação psicopedagógica. IN.: PINTO, Maria Alice (org). Psicopedagogia, diversas faces, múltiplos olhares. Editora Olho d'Água, São Paulo, 2003b. http://www.segmento-ba.com.br/materias.php?i=300
" Procure ser uma pessoa de valor, em vez de procurar ser uma pessoa de sucesso.
O sucesso é consequência."







quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Jogos na prática educativa

O Jogo Ping-Pong na prática educativa
• Possibilita a melhoria do desempenho físico, propiciando um espaço de socialização, desenvolvimento de habilidades e competências necessárias.
• Melhora a circulação sanguínea;
• Desenvolve a velocidade de raciocínio e habilidades;
• Melhora a coordenação motora e reflexos;
• Melhora a visão escrita e exercita os nervos dos olhos;
• Melhora a capacidade de aprendizado, concentração e raciocínio abstrato;
• É considerado um dos esportes que mais utiliza o cérebro;
• Possibilita a percepção do próprio corpo e domínio corporal;
• Desenvolve a lateralidade;
• Desenvolve e aprimora o relacionamento social.
Desenvolve habilidades de raciocínio diante de situações que demandam respostas e contribui para a construção e organização do pensamento lógico-matemático. Além de aumentar a auto-estima e a confiança, diminui a dependência, desenvolve o sentido de cooperação, diminui a rejeição às tarefas, aumenta o interesse na participação das aulas, motiva, desenvolve a criatividade, aumenta a concentração e a atenção, diminui a indisciplina, também possibilita o desenvolvimento cognitivo do aluno, produzindo, construindo e aprimorando alguns conceitos matemáticos.
Os jogos proporcionam estratégias facilitadoras na construção do conhecimento, não esquecendo um planejamento prévio dessa ação, auxiliando assim, o raciocínio da criança, pois o jogo sendo bem direcionado faz deste ato de jogar por si só, suficientes para cumprir objetivos próprios e essenciais (predeterminados) para o desenvolvimento biopsicossocial da criança, porque ao jogar, a mesma está movimentando todos os músculos, o seu cognitivo (memória, percepção, etc.) e todo o envolvimento social, pois estará em contato com outras crianças, aprendendo também a perder e a ganhar, caracterizando uma situação de iniciativa em poder brincar com aquilo que é de seu interesse e de sua própria habilidade.
A brinquedoteca é um espaço de aprendizagens significativas, prazerosas e cooperativas. A criança aprende pelo manuseio de materiais, de cores, de tamanhos, de formas, de sons, de texturas e resistências diferentes. Com a riqueza do material lúdico e de sucata, reconhece, identifica as semelhanças e diferenças, abstrai, classifica, simboliza. Um ambiente lúdico tão rico, com certeza contribuirá para o desenvolvimento de experiências de sucesso no espaço escolar possibilitando à criança a oportunidade de desenvolver a iniciativa, a autonomia e enriquecer as interações sociais.
Bilboquê

Objetivo: Exercitar a coordenação motora.
Material:
2 garrafas de 1,5 litros de água mineral bolinhas de gude
Durex transparente e colorido Tesoura ou estilete
Confecção:
Pegue uma das garrafas e corte no intervalo do segundo gomo, contado de baixo para cima. Da mesma garrafa, corte a parte superior no vão formado pelo primeiro gomo. Pegue as duas partes cortadas e coloque a parte de cima dentro da parte de baixo com o gargalo para cima, como se estivesse encurtando a garrafa. Una estas duas partes com durex de modo que fique bem firme. Coloque dentro desta peça aproximadamente 8 bolas de gude
Corte a segunda garrafa no vão formado pelo quinto gomo, contado de baixo para cima.
Encaixe esta nova parte na outra peça, de modo que a garrafa que foi encurtada (primeira peça) fique fechada pela nova peça cortada, como se fosse uma tampa. Fixe este encaixe com durex de modo que fique bem firme
Dê um arremate final com durex colorido.
Como Brincar: Como se a garrafa estivesse em pé, deixe as bolas de gude fora da base da garrafa. O objetivo da brincadeira é passar as bolas de gude pelo gargalo da garrafa.
Bilboquê: É um brinquedo antigo de aproximadamente 475 anos que teve uma ampla disseminação pelo mundo, recebendo nomenclatura diferente em cada região. No Japão, o bilboquê recebe o nome de kendama; na maioria dos países latino-americanos, recebe o nome de balero;

Eixo contemplado: Movimento.
Objetivos:- Possibilitar a criança através da brincadeira com o bilboquê o desenvolvimento da motricidade, noção espacial e lateralidade.
-Aprimorar a capacidade de percepção e reflexo.
-Construir o próprio brinquedo através de materiais descartáveis, estimulando a criatividade dos alunos.
Como pode ser trabalhado na sala de aula:
Sendo o brincar um ato de movimentar-se, a criança tem a possibilidade de expressar-se espontaneamente, utilizando o movimento como forma de aprendizagem sobre si e sobre o universo que a cerca, conhecendo seus próprios limites, desenvolvendo a capacidade de solucionar problemas.
O objetivo desta brincadeira é segurar o copo com uma das mãos e tentar colocar a bolinha dentro, sem tocar nela.
Jogo dos 10
Jogo utilizando 2 garrafas pets, 10 bolinhas de gude, fita adesiva larga e cartões de papel para registro dos pontos. O nome do jogo é "jogo dos 10" é uma espécie de bilboquê onde as crianças devem colocar as bolinhas de gude dentro do funil, ganha o jogo quem colocar mais bolinhas dentro do funil.
Objetivos- trabalhar a contagem até 10, operações de subtração e adição, respeito às regras do jogo, esperar a sua vez de jogar.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A IMPORTANCIA DE PLANEJAR UMA AULA!

JP - O que é e para que serve o plano de aula?
MG - Falar sobre plano de aula, mesmo que se pretenda ser breve, encaminha a um referencial teórico que reúne dimensões filosóficas, psicológicas e sociais com repercussões diretas no que, para que e como ensinar.
A experiência cotidiana mostra que a concepção de planejamento tem passado por várias modificações: entendido como instrumento obrigatório, definitivo e inflexível, passando pela dispensabilidade, até chegar quase a sua rejeição. Trata-se, nesse caso, menos de uma questão técnica e mais de uma questão filosófico-pedagógica.
Um plano de aula tem sempre sua origem num projeto pedagógico institucional que dinamiza as direções do ensino, detalhadas num plano de curso e de unidade. É uma previsão de atividades vinculadas a um plano de ensino mais amplo desenvolvidas em etapas seqüenciais, em consonância com objetivos e conteúdos previstos. Serve para organizar a intenção do professor e o modo de operacionalizá-la. Expressa, ainda, as opções desse professor diante de seu contexto de trabalho, que implica pensar simultaneamente o conteúdo e os sujeitos com os quais interage.
Todo plano de aula, além de ser um guia, traz implícitas questões pessoais do professor comprometido com sua tarefa e com seus alunos: por que faço o que faço ao ensinar? O que é uma aula: espaço de parceria ou de resistência? Como mobilizar o aluno para aprender? Como verificar se o aluno aprendeu?
JP - Qual sua importância?
MG - O plano possibilita ao professor, na medida do possível e do desejável, manter a articulação da disciplina como um todo pela relação com o plano de ensino e ainda realizar uma auto-avaliação da aula ou uma avaliação cooperativa para orientar decisões futuras. Aspectos a serem mantidos ou a reformular poderão ser identificados com mais segurança. Cabe destacar que o plano de aula não implica obrigatoriamente seu cumprimento rígido. O cenário da aula exige permanente atitude reflexiva do professor para recriar e redirecionar ações sempre que novos interesses e necessidades imprevistas surgirem, o que não significa despreparo docente, mas competência para “agir na urgência e decidir na incerteza”, como ensina Perrenoud. Entretanto, um afastamento contínuo do plano necessita ser revisado. O plano, como resultado do processo de planejamento, permite ao professor distanciar-se de sua prática, sistematizá-la e tornar mais conscientes as opções para a organização da aula. O plano documenta a experiência em suas intenções iniciais e permite o retorno a ela após o vivido para sua avaliação.
JP - O que deve ser levado em consideração na elaboração de um plano?
MG - Um plano, para ser efetivo, deve apresentar, de forma precisa e orgânica, o objetivo da aula, o conteúdo a ser desenvolvido, as atividades e a avaliação. É preciso entender que avaliar não é sinônimo de prova nem de grau. É diagnosticar se a aprendizagem ocorreu ou não e explicitar ações para continuidade ou reorientação do processo de ensino.
JP - Modelo para construção de um plano de aula
MG - Mais do que saber elaborar um plano, é necessário acreditar que ele é o instrumento pessoal e intransferível de trabalho do professor, e expressa às concepções teóricas que sustentam suas atividades docentes. Importante não é estabelecer um roteiro / modelo padrão de plano, mas o registro dos aspectos que orientam o professor para estruturar a prática. O estabelecimento de modelos pode burocratizar o planejamento e restringir as possibilidades de auto-organização do professor na elaboração do plano.
JP - Dicas para professores novos
MG - Além de elaborar o plano, o professor deve levar em consideração a relação entre suas intenções e o modo como os alunos as percebem, pois às vezes são necessários pequenos ajustes em qualquer dos elementos do plano para uma boa condução da aula.

Fátima Schenini comenta que Ao identificar problemas de escrita e leitura em seus alunos do 5º ano, a professora percebeu que utilizar cordéis seria uma forma diferente e mais atrativa de ensinar. Aos poucos os alunos foram pegando o gosto pela leitura dos livretos, com contos recheados de rimas. O distrito foi contribuindo para o planejamento do projeto e alimentando o acervo dos cordéis.
Segundo a professora, todo o planejamento é baseado nas necessidades dos alunos. “A maior dificuldade dos meus alunos era diferenciar a linguagem falada para a escrita. Com o cordel eles aprenderam a identificar cada uma”, destaca. Após estimular a leitura dos cordéis, a professora sentiu a necessidade de que os próprios estudantes construíssem os seus, escrevendo sobre o cotidiano, histórias de família ou qualquer outra história que conheciam.
Estimulante – De acordo com as duas professoras, é muito mais estimulante trabalhar com projetos inovadores. Planejar aulas tendo como meta um objetivo maior do que o rotineiro alimenta a vontade de ensinar e estimula o planejamento de novos projetos. Aulas bem planejadas levam ao engajamento da escola e da comunidade e fazem a diferença no aprendizado de qualquer estudante.

Como interpretas essa?

NÃO DEIXE DE LER

Não havia no povoado pior ofício do que 'porteiro do prostíbulo'.
Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem?
O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do puteiro um jovem cheio de ideias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções.
Ao porteiro disse:
- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
- Eu adoraria fazer isso, senhor. - Balbuciou - Mas eu não sei ler nem escrever!
- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.
- Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa. - Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte.
Sem mais nem menos, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse. Que fazer?
Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho.
Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego.
Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado.
Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa.
Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra.
E assim o fez.
No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar ... já que..
- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.
- Se é assim, está bom.
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?
- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens mais próxima está a dois dias de viagem sobre a mula.
- Façamos um trato - disse o vizinho.
Eu pagarei os dias de ida e volta mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias.... aceitou.
Voltou a montar na sua mula e viajou.
No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo.
Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras.
Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda,um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora. E nosso amigo guardou as palavras que escutara: 'não disponho de tempo para viajar para fazer compras'.
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas.
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro trazendo mais ferramentas do que as que havia vendido.
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens.
A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam encomendas.
Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes.
Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois, comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira loja de ferragens do povoado.
Todos estavam contentes e compravam dele.
Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam seus pedidos.
Ele era um bom cliente.
Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, do que gastar dias em viagens.
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos.
E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc ...
E após foram os pregos e os parafusos...
Em poucos anos, nosso amigo se transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas.
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado.
Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício.
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e lhe disse: - É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de atas desta nova escola.
- A honra seria minha - disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.
- O Senhor?!?! - Disse o prefeito sem acreditar.
O senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado. Eu pergunto:
- O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever?
- Isso eu posso responder. - Disse o homem com calma.
Se eu soubesse ler e escrever... ainda seria o PORTEIRO DO PUTEIRO!!!




Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.





As adversidades podem ser bênçãos.
As crises estão cheias de oportunidades.
Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas.
Lembre-se da sabedoria da água:
'A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna'.
Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas, o importante é comemorar cada uma delas.
Quando você quiser saber o seu valor, procure pessoas capazes de entender seus medos e fracassos e,
acima de tudo, reconhecer suas virtudes.

Isso realmente e verídico, contado por um grande industrial chamado Tramontina