domingo, 27 de fevereiro de 2011

Todos pela qualidade gestão escolar

A forma como a escola usa o espaço, as relações interpessoais e a interação com a comunidade também são importantes na Educação das crianças. Escola limpa, bem conservada e equipada, com espaços adequados, equipe comprometida e comunidade atuante em seu cotidiano. Todos esses fatores são parte do que se entende por uma boa escola. O que nem sempre fica claro entre os integrantes da equipe, porém, é o objetivo primordial de buscar um ambiente como esse: oferecer condições para que as crianças, de fato, aprendam. Para que a gestão escolar seja bem-sucedida, cada medida tomada deve considerar esse preceito, funcionando como um verdadeiro filtro para todas as ações.
A maneira como diretor, professores e funcionários enxergam os alunos é outro ponto que pode determinar o funcionamento do ambiente. "É muito comum vermos equipes que parecem lidar com alunos invisíveis, condenados a usar banheiros sujos, comer com o prato na mão, de quem se pode falar mal em sua frente, como se não estivessem lá. O que existe é uma responsabilização do aluno (que é visto como quem depreda, é mal-educado) ou da comunidade (que é carente e violenta) pelas más condições da escola."
O gestor é o responsável pela criação de um ambiente acolhedor, que viabilize o trabalho educacional, cumprindo o projeto pedagógico da escola. Mas é essencial que ele envolva equipe, pais e alunos em torno desse objetivo. "Todos os atores da comunidade escolar ensinam e aprendem. E os espaços e práticas atitudinais também educam".
Por isso, o diretor deve estar muito atento ao que se transmite "nas entrelinhas" dos processos e das relações interpessoais que se estabelecem na escola. Seu desafio é o de coordenar diferentes gestões - equipe, espaços, parcerias, recursos - para promover a aprendizagem das turmas. "As questões burocráticas e administrativas são apenas meios para concretizar as propostas pedagógicas",
Nessa abordagem, o olhar do gestor se volta fundamentalmente para três eixos: a organização dos espaços da escola (não só o das salas de aula), a mobilização de uma equipe coesa (que trabalhe para alcançar uma proposta pedagógica definida) e o estabelecimento de um canal de comunicação com pais de alunos e a comunidade do entorno. Embora ninguém afirme que isso seja tarefa fácil, aplicar essa teoria no dia-a-dia talvez não transforme a instituição numa escola dos sonhos, mas certamente trará resultados positivos sob todos os aspectos.
Seja qual for o contexto em que se insira, a escola é, por definição, um local de aprendizagem. Mas o que ensina cada um de seus espaços? Salas de aula, locais de merenda, áreas de lazer, corredores e banheiros ajudam a construir e consolidar muitos valores. Se os alunos vêem que o banheiro está sempre sujo, se sentem menos estimulados a cuidar da higiene. "O diretor deve ver no respeito a locais públicos um valor a ser ensinado na prática e cuja importância deve ser trabalhada sempre.
O uso de todos os espaços da escola, refletindo sobre sua forma de organização e buscando condições que promovam a aprendizagem tem de ser uma pauta constante da equipe escolar. "No contato com as Secretarias para a obtenção de recursos, o grupo que defende uma proposta de aprendizagem envolvida na melhoria de espaços dispõe de um argumento de peso e se a proposta for boa, pode ser estendida a outras instituições de ensino."
Sabemos que a infra-estrutura é essencial no desenvolvimento dos estudantes por isso pensando no comportamento dos alunos de sua escola durante as refeições, proponho uma reflexão à equipe de professores e funcionários. O que as crianças aprendem com a forma como são servidas as refeições? Como comiam em pé, brincando ou em qualquer canto?
Em que situações se preparam uma mesa com toalha limpa, louça e flores num vaso? “Quando recebemos a visita de pessoas queridas e importantes”, não é verdade? “Porque não criar esse ambiente acolhedor em nossas refeições na escola para que as crianças se sintam bem recebidas e valorizadas?
Mas tudo isso depende do sentimento de colaboração entre a equipe, e à vontade de trabalhar juntos, com apoio dos gestores, equipe de professores e funcionários. A participação do "trio gestor" no planejamento, no acompanhamento e nas decisões sobre como encaminhar o projeto pedagógico em sala de aula, caso por caso, criando um ambiente de discussão focado na aprendizagem do aluno. e acompanhando de perto o trabalho de sala de aula. Com o olhar não é de "fiscalização", mas de avaliação sobre as decisões tomadas coletivamente. Tudo fluirá progressivamente para o conhecimento e aprendizagem significativa.

É um caminho interessante a ser seguido na gestão escolar. "O diretor precisa ter conhecimento pedagógico ou buscar parcerias para conseguir caminhar com os professores. "Só assim ele consegue dar sentido ao trabalho docente, fazendo cada educador se sentir parte de um grupo em que há espaço para tirar dúvidas e fazer sugestões de melhoria."
Muitas cabeças pensam melhor do que uma e idéias diferentes podem se complementar. Na escola, porém, essa lógica parece não funcionar com naturalidade. "A discordância é intrínseca à dinâmica de grupos, mas é preciso saber explicitar as divergências sem levar para o lado pessoal, "O diretor é a figura que deve coordenar esse processo e propiciar a construção de consensos, que serão sempre provisórios. “Toda decisão deve ser revista quando houver necessidade.”
Criar um ambiente de discussões objetivas e focadas no interesse coletivo pode ser uma tarefa árdua. Na escola pública, o gestor tem de lidar com o que tem - em termos de recursos materiais, de espaço e de funcionários. Diferentemente das instituições privadas, ele não tem liberdade para substituições e às vezes ainda precisa lidar com a rotatividade de profissionais, o que gera descontinuidade no trabalho.
O sentimento de grupo faz diferença: "O claro, para nós, é que o aluno é responsabilidade da escola e não de determinado professor. Assim, todo o corpo de servidores, docentes ou não, faz parte do processo educativo."
Minha sugestão sempre foi que se fizesse semanalmente reunião com a diretora sua vice e com os diferentes grupos de funcionários, equipe administrativa, de limpeza e merenda e outros, para discutir, em termos pedagógicos, os encaminhamentos de suas dificuldades. Além dos encontros de planejamento pedagógico com os professores, "Ainda promover atividades coletivas para a discussão de projetos, e oficinas. Diz professora Karmem.
Todos com certeza irão se sentir de fato, integrantes da escola, melhorando a qualidade da Educação das crianças e oferecendo à comunidade a oportunidade de um acesso de forma mais ampla. "Isso significa um enorme ganho e envolvimento no trabalho."
Cada escola pode detectar o que serve melhor à comunidade e elaborar propostas. Existem, por exemplo, as que promovem dinâmicas de grupo, brincadeiras ou atividades entre familiares e alunos, tudo para estimular o envolvimento.
O CARÁTER FORMADOR DO ESPAÇO
A infra-estrutura é essencial no desenvolvimento dos estudantes. Confira algumas sugestões que você pode aplicar na sua unidade de ensino

CONSCIÊNCIA
Com a intervenção da equipe escolar, evita-se o desperdício. Os estudantes também podem colaborar para a limpeza do espaço.

AUTONOMIA
É uma conquista quando as próprias crianças se servem de comida. Assim, exercem o poder de escolha e exercitam o respeito à vez do próximo.

CIDADANIA
Fazer as refeições sentado, partilhando esse momento com os colegas, é um valor a ser ensinado e vivenciado na hora da merenda.

COMUNICAÇÃO
Os corredores são espaços por onde todos circulam e, por isso, perfeitos para propiciar trocas entre toda a comunidade escolar.

ORGANIZAÇÃO
Trabalhos dispostos na altura das crianças favorecem a apreciação da produção dos colegas. A distribuição nas paredes deve buscar a valorização.

HIGIENE
Para lavar as mãos depois de usar os sanitários e antes das refeições, é preciso ter sabonete (ou alternativas, como sabão e detergente).

LIMPEZA
Noções de higiene só podem ser ensinadas se for possível praticá-las. Vasos com tampa e papel higiênico são itens obrigatórios. Sempre.

AUTO-ESTIMA
O espelho é importante para trabalhar a identidade e a afirmação do aluno, propondo que ele preste atenção em si mesmo.

LIVRE EXPRESSÃO
O mural no banheiro é um espaço para se expressar de forma anônima e sem censura. Com ele, a depredação nas portas das cabines tende a sumir.

Artigo instruir para não punir

A intuição é o momento de interiorização quase “mágico”, mas não sobrenatural, em que nos esvaziamos dos nossos preconceitos para ver o que não é perceptível aos olhos, para compreender o que é intangível, o que está nos bastidores.
Infelizmente, muitos pais, mães e professores só sabem julgar o comportamento dos jovens. São mestres em apontar falha, em ver o que é visível. Eles cometem gravíssimos erros porque não perscrutam intuitivamente o interior dos seus filhos e alunos. Não descobrem o que está por trás de suas irritações, rebeldia ou comportamento alienado. Quanto mais os criticam, mais os perdem.
Nesta linha de reflexão, recomendo o filme Escritores da Liberdade. Esse longa-metragem retrata a história de uma turma de alunos de uma escola nos Estados Unidos, onde os discentes eram discriminados por serem pobres, negros e por residirem em bairros de periferia.
A direção da escola e os professores tratavam os alunos como um caso perdido. Contudo, uma recém chegada professora foi designada para lecionar a estes estudantes. Não demorou muito para ela perceber que eles (os alunos) precisavam ser escutados, amados, valorizados, abraçados...
Nessa escola faltava a pedagogia da intuição, do abraço, do coração... Este episódio fez recorda-me Dom Bosco: “Em todo jovem mesmo no mais infeliz, há um ponto acessível ao bem e a primeira obrigação do educador é buscar esse ponto, essa corda sensível do coração e tirar bom proveito”.
A intuição surge através de um mergulho intrapsíquico, quando abrimos ao máximo as janelas para procurar compreender multifocalmente uma pessoa.
A intuição alicerça o raciocínio esquemático, promove a inspiração, a dedução e a indução. Albert Einstein confessou que a intuição foi a mola propulsora de sua teoria. A intuição fez profícuo Freud, Jung e outros... Sem ela os filósofos seriam estéreis, os músicos improdutivos. Para Foucault, a intuição dá a cada indivíduo a sua originalidade e subjetividade.
Pais e professores que passam os mesmos sermões fazem a mesma crítica, usam sempre o mesmo tom de voz podem ser substituídos por um computador, um robô. Mas, os pais, as mães e os educadores que usam a intuição para enxergar por múltiplos ângulos seus filhos e alunos, a fim de libertar sua criatividade e estimular a arte de pensar, são insubstituíveis...
Lenildo Santana da Silva é padre da Diocese de Juína (MT), licenciado em Filosofia, bacharel em Teologia e pós-graduado em Comunicação Social pelo Sepac/PUC-SP. Leciona Filosofia e História na Escola Estadual Dr. Artur Antunes Maciel – Juína –MT. E-mail: lenildosantana@yahoo.com.br


Linhas pedagógicas

Você está procurando uma boa escola para matricular seu filho? Tem dúvidas sobre as metodologias de ensino aplicadas por cada uma? Atualmente, as escolas passam por profundas alterações em suas propostas, baseadas em diferentes concepções de aprendizagem difundidas ao longo do século 20. É de fundamental importância saber que existem diferentes linhas pedagógicas que vêm apresentando-se como alternativas ao método tradicional. Construtivista, Montessoriana, Waldorf ou Tradicional, conheça agora as principais correntes pedagógicas adotadas pelas escolas.
Linha Construtivista
Inspirado nas idéias do suíço Jean Piaget (1896- 1980), o método procura instigar a curiosidade, já que o aluno é levado a encontrar as respostas a partir de seus próprios conhecimentos e de sua interação com a realidade e com os colegas.
Uma aluna de Piaget, Emilia Ferrero, ampliou a teoria para o campo da leitura e da escrita e concluiu que a criança pode se alfabetizar sozinha, desde que esteja em ambiente que estimule o contato com letras e textos.
O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo a dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. A partir de sua ação, vai estabelecendo as propriedades dos objetos e construindo as características do mundo.
Noções como proporção, quantidade, causalidade, volume e outras, surgem da própria interação da criança com o meio em que vive. Vão sendo formados esquemas que lhe permitem agir sobre a realidade de um modo muito mais complexo do que podia fazer com seus reflexos iniciais, e sua conduta vai enriquecendo-se constantemente. Assim, constrói um mundo de objetos e de pessoas onde começa a ser capaz de fazer antecipações sobre o que irá acontecer.
O método enfatiza a importância do erro não como um tropeço, mas como um trampolim na rota da aprendizagem. A teoria condena a rigidez nos procedimentos de ensino, as avaliações padronizadas e a utilização de material didático demasiadamente estranho ao universo pessoal do aluno.
As disciplinas estão voltadas para a reflexão e auto-avaliação, portanto a escola não é considerada rígida.
Existem várias escolas utilizando este método. Mais do que uma linha pedagógica, o construtivismo é uma teoria psicológica que busca explicar como se modificam as estratégias de conhecimento do individuo no decorrer de sua vida.
Linha Montessoriana
Criada pela pedagoga italiana Maria Montessori (1870-1952), a linha montessoriana valoriza a educação pelos sentidos e pelo movimento para estimular a concentração e as percepções sensório-motoras da criança.
O método parte da idéia de que a criança é dotada de infinitas potencialidades. Individualidade, atividade e liberdade do aluno são as bases da teoria, com ênfase para o conceito de indivíduo como, simultaneamente, sujeito e objeto do ensino.
Maria Montessori acreditava que nem a educação nem a vida deveriam se limitar às conquistas materiais. Os objetivos individuais mais importantes seriam: encontrar um lugar no mundo, desenvolver um trabalho gratificante e nutrir paz e densidade interiores para ter a capacidade de amar.
As escolas Montessoriana incentivam seus alunos a desenvolver um senso de responsabilidade pelo próprio aprendizado e adquirir autoconfiança. As instituições levam em conta a personalidade de cada criança, enfatizando experiências e manuseios de materiais para obter a concentração individual e o aprendizado. Os alunos são expostos a trabalhos, jogos e atividades lúdicas, que os aproximem da ciência, da arte e da música.
A divisão das turmas segue um modelo diferente do convencional: as crianças de idades diferentes são agrupadas numa mesma turma. Nessas classes, alunos de 5 e 6 anos estudam na mesma sala e seguem um programa único. Posteriormente eles passam para as turmas de 7 e 8, em seguida para as de 9 e 10, e, finalmente alcançam o último estágio, que agrega jovens de 11,12,13 e 14 anos. Até os 10 anos, os alunos têm aulas com um único professor polivalente, enquanto nas salas de 11 a 14, esse professor ganha a companhia de docentes específicos para cada disciplina.
Os professores dessa linha de ensino são guias que removem obstáculos da aprendizagem, localizando e trabalhando as dificuldades de cada aluno. Sugerem e orientam as atividades, deixando que o próprio aluno se corrija, adquirindo assim maior autoconfiança.
A avaliação é realizada para todas as tarefas, portanto, não existem provas formais.
Linha Waldorf
A Pedagogia Waldorf se baseia na Antroposofia (gr.: antropos = ser humano; sofia = sabedoria), ciência elaborada por Rudolf Steiner, que estuda o ser humano em seus três aspectos: o físico, a alma e o espírito, de acordo com as características de cada um e da sua faixa etária, buscando-se uma perfeita integração do corpo, da alma e do espírito, ou seja, entre o pensar, o sentir e o querer.
Foi criada em 1919 na Alemanha e está presente no mundo inteiro. O ensino teórico é sempre acompanhado pelo prático, com grande enfoque nas atividades corporais, artísticas e artesanais, de acordo com a idade dos estudantes. O foco principal da Pedagogia Waldorf é o de desenvolver seres humanos capazes de, por eles próprios, dar sentido e direção às suas vidas.
Tanto o aprimoramento cognitivo como o amadurecimento emocional e a capacidade volitiva recebem igual atenção no dia a dia da escola. Nessa concepção predomina o exercício e desenvolvimento de habilidades e não de mero acúmulo de informações, cultivando a ciência, a arte e os valores morais e espirituais necessárias ao ser humano.
O currículo, que se orienta pela lei básica da biografia humana, os selênios – ciclos de sete anos- (0-7/ 7-14/ 14-21) oferece ricas vivências, alternando as matérias do conhecimento com aquelas que se direcionam ao sentir e agir. Não há repetência, justamente para que as etapas de aprendizagem possam estar em sintonia com o ritmo biológico próprio de cada idade.
No primeiro ciclo (0-7), a ênfase é no desenvolvimento psicomotor, essa fase é dedicada principalmente às atividades lúdicas, ela não inclui o processo de alfabetização. O segundo ciclo (7-14), que corresponde ao ensino fundamental, compreende a alfabetização e a educação dos sentimentos, para que os alunos adquiram maturidade emocional. Nesta fase, não existe professores específicos para cada disciplina, mas sim um tutor responsável por todas as matérias, que acompanha a mesma turma durante os sete anos. O tutor é uma referência de comportamento e disciplina para que o aluno possa se espelhar.
Já no terceiro ciclo, equivalente ao ensino médio (14-21), o estudante está pronto para exercitar o pensamento e fazer uma análise crítica do mundo. As disciplinas são dividas por épocas, em vez de ter aulas de diversas disciplinas ao longo do dia ou da semana, o estudante passa quatro semanas vendo uma única matéria. Nessa fase entram os professores especialistas, mas as classes continuam com um tutor.
A avaliação dos alunos é baseada nas atividades diárias, que resultam em boletins descritivos. O progresso dos alunos é exposto detalhadamente em boletins manuscritos, nos quais são mencionadas as habilidades sociais e virtudes como perseverança, interesse, automotivação e força de vontade. Como conseqüência, o jovem aluno tem grandes chances de se tornar um adulto saudável e equilibrado capaz de agir com segurança no mundo.
Linha Tradicional
A linha tradicional de ensino teve a sua origem no século XVIII, a partir do Iluminismo. O objetivo principal era universalizar o acesso do indivíduo ao conhecimento. Possui um modelo firmado e certa resistência em aceitar inovações, e por isso foi considerada ultrapassada nas décadas de 60 e 70. As escolas que adotam a linha tradicional acreditam que a formação de um aluno crítico e criativo depende justamente da bagagem de informação adquirida e do domínio dos conhecimentos consolidados. Não há lugar para o aluno atuar, agir ou reagir de forma individual. Não existem atividades práticas que permitem aos alunos inquirir, criar e construir. Geralmente, as aulas são expositivas, com muita teoria e exercícios sistematizados para a memorização.
O professor é o guia do processo educativo e exerce uma espécie de “poder”. Tem como função transmitir conhecimento e informações, mantendo certa distância dos alunos, que são “elementos passivos”, em sala de aula.
As avaliações são periódicas, por meio de provas, e medem a quantidade de informação que o aluno conseguiu absorver.
São escolas que preparam seus alunos para o vestibular desde o início do currículo escolar e enfatizam que não há como formar um aluno questionador sem uma base sólida, rígida e normativa de informação.
http://www.pedagogia.com.br/artigos.php 25/02/2011

O SEGREDO

Um médico saiu a caminhar e viu essa velhinha da foto sentada no banco de uma praça fumando um cigarrinho.

Aproximou-se e perguntou:

"Nota-se que está bem, qual é seu segredo??

Ela então respondeu:

"Sou PROFESSORA, durmo às 4 da manhã elaborando provas, me levanto às 6. Nos fins de semana não pratico esportes, não me divirto. Trabalho corrigindo avaliações, organizando as aulas, preenchendo DIÁRIO de classe, fazendo planejamentos, procurando músicas para passar para os alunos, procurando vídeos na INTERNET para não deixar as aulas MONÓTONAS, não tenho tempo para os meus filhos, só para os FILHOS DOS OUTROS, todo final de semana estou sempre com algo para elaborar ou corrigir, inclusive nos feriados, como hoje 1º DE MAIO,DIA DO TRABALHO. Não tomo café da manhã, não almoço e nem janto porque não dá tempo.

O doutor então exclamou:

- "Mas isso é extraordinário". A senhora tem quantos anos? 37, respondeu-lhe a velhinha.

LIÇÃO DE VIDA

O famoso cirurgião Pietro Valdoni disse certa vez: hoje, que já estou quase no fim da vida. Fico me perguntando se não devotei tempo demais ao meu trabalho – ao estudo, aos pacientes, ao hospital, á clínica. Nunca olhei para o relógio, nunca dei importância a minha exaustão, de dia ou de noite. Quantos domingos passei debruçado sobre os livros ou sobre as fichas dos pacientes? Milhares. Poderia estar me divertindo, cavalgando, assistindo a uma partida de futebol, conversando com amigos ou com uma bela mulher. Em vez disso preferi arruinar minha vista, mergulhado sobre papeis. Mas sentia-me feliz e não teria trocado esta vida por nada. Hoje não tenho tempo para mais nada, mas não me lamento. Vivi da forma que queria.
Moral da historia: viva como quizer alguns preferem correr mundo. Empanturrar-se durante o jantar, fazer amor uma vez por dia; outros encontram a paz e a recompensa na solidão, no estudo, nas responsabilidades da família, no trabalho, no sacrifício, no auxilio ao próximo. Só a monotonia faz da vida um desperdício. Nada mais.
Vitorio Buttafava

Dieta dos 7 dias

Primeiro Dia – Segunda-feira
Frutos. Comer todo o tipo de frutos que lhe agradem menos bananas.
O primeiro dia começa com a fruta, porque é a melhor forma natural para normalizar o corpo e prepará-lo para os próximos dias da dieta
Segundo Dia – Terça
Legumes. Seja em Sopas ou saladas. Comece o dia com uma ou outra batata assada ou cozida para assim poder repor a perda de energia do dia anterior.
A batata garante que você tenha energia para o dia, bem como energia para continuar a permanecer na dieta. Os legumes que você vai comer hoje são fibras, para nutrir o corpo. Os legumes têm uma quantidade moderada de carboidratos – mas mais importante, eles são ricos em minerais e vitaminas. A fibra ativa o seu sistema para o processo de desintoxicação.

Terceiro Dia – Quarta
Frutos e legumes. Combinação do primeiro e segundo dia. Sem bananas e batatas.
O terceiro dia é uma maneira eficaz de combinar o primeiro e segundo dia, recebendo os benefícios de ambos os dias. A química de seu corpo está mudando, porque você não está recebendo nenhuns carboidratos refinados. O seu corpo está recebendo alimentação completamente natural – o que vai otimizar o processo de perda de peso.

Quarto Dia – Quinta
Bananas e leite. Coma até 6 bananas e beba até 3 copos de leite.
O quarto dia serve para compensar a redução dos níveis de cálcio (do leite), potássio, carboidratos e fibras (das bananas).

Quinto Dia – Sexta
Proteína e tomates. Você pode comer dois pedaços de carne / peixe grelhado ou cozido ao almoço e jantar com tomates.
No quinto dia você vai compensar todas as proteínas.

Sexto Dia – Sábado
Proteína e legumes. Semelhante ao quinto dia exceto que, adiciona mais legumes ou saladas. Pode deixar o tomate se quiser.
Não tem muito de diferente do dia anterior este sexto dia, para além de comer uma boa quantidade de legumes você pode se quizer deixar de lado o tomate.

Sétimo Dia – Domingo
Frutas, legumes e sucos. Consuma uma variedade de frutas, legumes e sumos de vegetais.
Parabéns! Último dia da dieta. Esta manhã pode se sentir um pouco fraco, porque o seu corpo não tem consumido muitos carboidratos nos últimos dias. Hoje, você pode comer frutas, verduras e sumos de vegetais.

Segunda-feira
Café da manhã: 1 e 2
Almoço: 4 e 5
Jantar: 6 e 15
Terça-feira
Café da manhã: 3
Almoço: 5, 6 e 7
Jantar: 16
Quarta-feira
Café da manhã: 3
Almoço: 4, 8 e 9
Jantar: 17
Quinta-feira
Café da manhã: 3
Almoço: 10, 11 e 12
Jantar: 18 e 19

Sexta-feira
Café da manhã: 3
Almoço: 9 e 13
Jantar: 20
Sábado
Café da manhã: 3
Almoço: 14
Jantar: 4
Domingo
Café da manhã: 3
Almoço: 6 e 7
Jantar: 21
Agora a tabela:
01 CAFÉ COM ADOÇANTE OU SEM AÇÚCAR
02 CHÁ COM ADOÇANTE OU SEM AÇÚCAR
03 CAFÉ COM UM BISCOITO AGUA E SAL
04 2 OVOS COZIDOS COM SAL
05 VERDURAS A VONTADE
06 1 BIFE GRANDE
07 FRUTAS A VONTADE
08 SALADA A VONTADE
09 TOMATE A VONTADE
10 1 OVO COZIDO
11 CENOURA CRUA OU RALADA
12 UMA FATIA DE QUEIJO
13 1 FILÉ DE PEIXE FRITO
14 FRANGO ASSADO A VONTADE
15 SALADA DE PEPINO
16 SÓ PRESUNTO A VONTADE
17 PRESUNTO E SALADA DE REPOLHO, CENOURA E CHUCHU A VONTADE
18 SALADA DE FRUTAS A VONTADE
19 IOGURTE NATURAL
20 BIFE E SALADA DE FRUTAS A VONTADE
21 COMER O QUE QUISER DENTRO DO REGIME
http://www.dietaebeleza.com/dieta-japonesa/
http://www.copacabanarunners.net/perda-de-peso.html#ferramenta
www.intestinopreguicoso.com.br
• Força de vontade — você não vai muito longe sem ela. Mantenha-se focado em seu objetivo e vá até o fim.
• Olho na programação — mantenha-se dentro de seu programa de emagrecimento. Evite concessões em demasia.
• Perseverança — não desista. Os caminhos para emagrecer rapidamente são duros e as tentações são grandes, mas somente com perseverança você superará estes obstáculos.
• Conheça seus limites — emagrecer rapidamente é emagrecer no seu ritmo, e ele pode não ser igual ao que você espera ou quer. Seja compreensivo com seu corpo.
• Força de vontade — não custa lembrar!

A Interação família e escola

Hoje se prega que a escola se transforme saia do cenário transmissivo para o de comunidade de aprendizagem, onde professores e alunos têm coisas a aprender e a ensinar. Isso exige um modelo diferente de ensino. O objetivo não é que apenas os professores ensinem e os alunos aprendam, mas que toda a comunidade educativa – professores, pais e alunos – participem do processo de aprendizagem, estabelecendo uma nova relação entre a escola e a família. A parceria da família nas atividades escolar visa possibilitar ao aluno a construção do conhecimento e dos valores e é uma grande contribuição para melhoria das ações gestoras e docentes. O processo educacional depende da articulação desses dois âmbitos constitucionais que se complementam. Compreender o indivíduo em sua totalidade coloca o processo ensino-aprendizagem em outro patamar que é o de buscar sua gênese, sua origem com posturas mais abrangentes incorporando não só os aspectos cognitivos, mas afetivos e sociais. É preciso observar quais interesses e atividades predominam na escola e em cada família para criar redes de relações e de responsabilidade entre as pessoas, pois se todos se sentirem acolhidos passarão a participar de outras atividades ao lado de seus filhos. Não se apegando apenas a aquisição de conhecimento conteudista, mas sim, a uma diversidade de atividades, que venham estabelecer uma ponte entre a comunidade dos pais e a comunidade escolar. Toda escola tem ao menos um canal institucionalizado de comunicação com as famílias: a reunião de pais. O modelo desses encontros, porém, pode mais afastá-los do que aproximá-los da instituição. "Eles devem ser chamados para compartilhar conquistas no desenvolvimento dos filhos e não apenas quando a escola necessita que eles façam alguma coisa". Alguns aspectos abordados nas reuniões fazem com que as famílias percebam a importância de garantir a freqüência dos filhos às aulas. Entre eles estão as apresentações dos assuntos que serão abordados a cada semestre, a forma como as crianças costumam aprender determinados conteúdos e as atividades previstas para serem realizadas no período. Cada escola pode detectar o que serve melhor à comunidade e elaborar propostas de reunião. Existem, por exemplo, as que promovem dinâmicas de grupo, brincadeiras ou atividades entre familiares e alunos: tudo para estimular o envolvimento. O que não pode haver é a limitação das reuniões a questões como a indisciplina dos estudantes: acima de tudo, a reunião deve ter caráter pedagógico. "Algo precisa ficar claro: é a escola que presta serviço à comunidade, não o contrário”. Por isso, a equipe escolar deve, sim, prestar contas e envolver os pais no trabalho que desenvolve e todos saem ganhando com isso.”
Afinal, a relação entre a escola e os pais deve ser de parceria, e as reuniões têm um grande poder de aproximar família e escola. Os pais recebem orientações, esclarecem dúvidas e, assim, estabelecem uma relação de confiança e cooperação com os professores. traz benefícios aos pais e, conseqüentemente, ao aluno, pois a troca de vivências é grande. E o importante que os pais dos alunos se conheçam e troquem experiências.
É importante o acompanhamento dos pais para o bom desempenho dos filhos no processo de escolarização. Fortalece os vínculos entre a escola e a família. A construção com os pais no desenvolvimento das ações efetiva a participação.
É preciso propiciar uma caminhada lado a lado efetivando uma cumplicidade entre pais alunos e professores, fazer reunião não é só aplicar dinâmicas, dar lanchinho ou diverti-los, mas envolver os pais e estabelecer uma relação construtiva com a escola e despertar o interesse, prazer e consciência de que é necessário ser ativo na vida escolar do seu filho, independente de carência cultural, de problemas de aprendizagem ou de comportamento.
Que eles cheguem ate a escola por vontade própria, para compartilhar suas duvidas, manifestar suas dificuldades e ser ouvido de verdade.
E essa mudança deve começar pela reunião de pais e mestres onde ira favorecer um entrosamento maior entre os pais e dos pais com os professores em um ambiente descontraído e dinâmico, Com empolgação, cooperação e participação de todos.
Dessa forma a troca de experiência, a parceria pode contribuir para a formação cidadã dos alunos e solidificar a construção dos conhecimentos. Com certeza o envolvimento dos pais na reunião será gratificante porque os aproximará não apenas da escola como também de outros pais e toda comunidade. A reunião de pais sozinha não faz a qualidade da relação entre família e escola, mas a consciência do seu papel na complementação da educação dos filhos e na sua formação e a responsabilidade da escola não é só pelo momento que acolhe o aluno, sua atuação tem reflexos posteriores na própria vida e na vida da sociedade.
Ressaltando que a proximidade e a confiança entre escola e família quando transmitidas aos alunos, fazem com que eles se sintam mais seguros, aprendam mais e se relacionem melhor.
Não podemos ter uma educação de qualidade sem a participação ativa de toda comunidade escolar, a parceria quando esta afinada pode contribuir para estabelecer um objetivo comum em casa e na escola de formar pessoas melhores e humanizadoras para a sociedade.
O grande desafio e fazer uma escola bem relacionada com as famílias dos alunos, não apenas trazer os pais para a escola, mas fazer com que eles entendam a escola de seus filhos, como eles se relacionam com os colegas, o que eles aprendem e como aprendem. E a reunião de pais pode ser um dos momentos relevantes para isso. Pois sabemos que as crianças precisam acreditar que são queridas e este carinho deve ser demonstrado pela atenção individual que recebem uma atenção que respeita seu nível de inteligência, seus sentimentos e sua capacidade.
Karmem Amambahy

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Elefante acorrentado


Você já observou o elefante no circo?
Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais.
Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto,
contido somente por uma corrente que aprisiona uma de suas patas
a uma pequena estaca cravada no solo.

A estaca é só um pequeno pedaço de madeira.
E, ainda que a corrente fosse grossa, parece óbvio que ele,
capaz de derrubar uma árvore com sua própria força,
poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir.

Que mistério!
Por que o elefante não foge?

Há alguns anos descobri que, por sorte minha,
alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta:
o elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno.
Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso:
naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar.
E, apesar de todo o esforço, não pôde sair.

A estaca era muito pesada para ele.
E o elefantinho tentava, tentava e nada.
Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino:
ficar amarrado na estaca, balançando o corpo de lá para cá, eternamente,
esperando a hora de entrar no espetáculo.

Então, aquele elefante enorme não se solta porque acredita que não pode.
Para que ele consiga quebrar os grilhões é necessário que ocorra
algo fora do comum, como um incêndio por exemplo.
O medo do fogo faria com que o elefante
em desespero quebrasse a corrente e fugisse.

Isso muitas vezes acontece conosco!
Vivemos acreditando em um montão de coisas que não podemos ter,
que não podemos ser,
que não vamos conseguir,
simplesmente porque, quando éramos crianças e inexperientes,
algo não deu certo ou ouvimos tantos nãos
que a corrente da estaca ficou gravada na nossa memória com tanta
força que perdemos a criatividade e aceitamos o
sempre foi assim.

Poderia dizer que o fogo para nós seria: a perda de um emprego,
doença de alguém próximo sem que tivéssemos dinheiro para fazer o tratamento, ou seja,
algo muito grave que nos fizesse sair da zona de conforto.

A única maneira de tentar de novo é não ter medo de enfrentar as barreiras,
colocar muita coragem no coração e não ter receio de arrebentar as correntes!

Não espere que o seu circo pegue fogo para começar a se movimentar.

Vá em frente!



Como fazer nossos alunos aprenderem a pensar?

Declev Dib-Ferreira

Não sei se é verdadeira este texto ou não, mas achei interessante. Copio e colo aqui, após meus comentários.
Isto é que é aprender a pensar.
Talvez seja exatamente isto que devemos fazer com nossos alunos, fazê-los aprender a pensar, a raciocinar sobre qualquer assunto, em qualquer lugar.
Mesmo em situações inexistentes.
Eles devem saber buscar as informações, a pesquisar, a retirar das fontes de conhecimento os dados que vão colocar nas mentes e, com eles, reorganizá-los para gerar um conhecimento.
Mas tá tão difícil…
Ontem, em uma turma da 6a série (7o ano agora), coloquei um exercício no quadro:
“Ler o capítulo 2 e fazer os exercícios da página 41″
Começa a confusão pelo fato de mais da metade da turma não trazer o livro. Este foi distribuído aos alunos – algo que sou extremamente contra, devido esta realidade que vos conto – e eles não levam à escola.
Mas pedi para que fizessem em dupla.
Depois de uns dois ou três minutos começa a chuva de perguntas:
“Professor, é pra fazer o quê?”
“Professor, é pra ler onde?”
“Professor, é pra ler estas perguntas aqui?”
“Professor, é pra ler esta página?”
“Onde achamos as respostas?”
Reconstato, quase desesperançado, que eles simplesmente não sabem nem mesmo como olhar, folhear e buscar as informações de um livro didático! Na 6a série!!
Não sabem o que significa “capítulo 2″…
Pego o livro, subo em uma cadeira para que todos me vejam – eram 38 adolescentes em sala – e começo:
“Gentes, este é um livro. É um livro didático, para ser utilizado na escola para estudar e aprender sobre determinado assunto. Aqui temos a capa, esta folha com papel mais duro. Na capa, temos informações que permitem saber o que vamos encontrar no livro – neste caso Ciências Naturais -, quem fez o livro – o autor -, a editora que o imprimiu e a série que vai trabalhar com ele. Dentro, vocês podem perceber em todos os livros didáticos que vocês têm, que ele é dividido em ‘pedaços’, que são chamados de ‘capítulos’. Cada capítulo é como se fosse um pequeno livrinho dentro do livro, sobre um tema específico, mas sempre sobre o grande assunto do livro, que, como eu disse, neste caso é sobre Ciências Naturais. Cada capítulo, por sua vez, ainda é dividido por subtemas. Como podemos então, achar o que queremos dentro de um livro? Vemos aqui no início. Todo livro didático tem, no início, uma parte chamada sumário, ou índice, onde encontraremos todos os assuntos – capítulos e subtemas – que o livro traz. Então [mostrando o sumário], daqui até aqui, é o capítulo 1 e as páginas onde encontraremos seus assuntos. Daqui até aqui, o capítulo dois, daqui até aqui o capítulo três e assim por diante. E, por fim, vocês vão perceber que nos livros didáticos – podem comparar com os outros, de História, Geografia etc., – existe, geralmente no final de cada capítulo, uma série de questões, de perguntas para serem respondidas. Estas perguntas servem para ajudar os alunos a estudar, a olhar novamente o texto, a buscar informações e fixar aquilo que ele leu. Portanto, quando eu falo para ler o capítulo dois, estou falando para ler… ‘da página tal à página tal’ [eles respondem], e quando falo para responder as perguntas da página 41 vocês vão procurar as informações para dar as respostas onde? ‘no capítulo dois!’ [eles repondem]“.
Caras de quem estava vendo e ouvindo isto pela primeira vez.
Acho que alguma coisa está errada no nosso ensino, não?
Vamos ao texto ao qual me referi lá no início.
Divirtam-se…

Engenharia Química da UFBA
Pergunta feita por Professor(a) da matéria Termodinâmica, no curso de Engenharia química da UFBA em sua prova final.
Esse Professor é conhecido por fazer perguntas do tipo “Por que os aviões voam?” em suas provas finais.
Sua única questão, nessa prova, foi:
“O inferno é exotérmico ou endotérmico? Justifique sua resposta.”
Vários alunos justificaram suas opiniões baseadas na Lei de Boyle ou em alguma variante da mesma.
Um aluno, entretanto, escreveu o seguinte:
“Primeiramente, postulemos que o inferno exista e que esse é o lugar para onde vão algumas almas. Agora postulemos que as almas existem, assim elas devem ter alguma massa e ocupam algum volume. Então um conjunto de almas também tem massa e também ocupa um certo volume. Então, a que taxa as almas estão se movendo para fora e a que taxa elas estão se movendo para dentro do inferno? Podemos assumir seguramente que,uma vez que uma alma entra no inferno, ela nunca mais sai de lá. Por isso não há almas saindo.
Para as almas que entram no inferno, vamos dar uma olhada nas diferentes religiões que existem no mundo e no que pregam algumas delas hoje em dia. Algumas dessas religiões pregam que se você não pertencer a ela, você vai para o inferno … Se você descumprir algum dos 10 mandamentos ou se desagradar a Deus você vai para o inferno.
Como há mais de uma religião desse tipo e as pessoas não possuem duas religiões, podemos projetar que todas as almas vão para o inferno. A experiência mostra que pouca gente respeita os 10 mandamentos. Com as taxas de natalidade e mortalidade do jeito que estão, podemos esperar um crescimento exponencial das almas no inferno.
Agora vamos olhar a taxa de mudança de volume no inferno. A Lei de Boyle diz que para a temperatura e a pressão no inferno serem as mesmas, a relação entre a massa das almas e o volume do inferno deve ser constante. Existem, então, duas opções:
1) Se o inferno se expandir numa taxa menor do que a taxa com que as almas entram, então a temperatura e a pressão no inferno vão aumentar até ele explodir, portanto EXOTÉRMICO.
2) Se o inferno estiver se expandindo numa taxa maior do que a entrada de almas, então a temperatura e a pressão irão baixar até que o inferno se congele, portanto ENDOTÉRMICO. Se nós aceitarmos o que a menina mais gostosa da UFBA me disse, no primeiro ano: “Só irei pra cama com você no dia que o inferno congelar”, e levando-se em conta que AINDA NÃO obtive sucesso na tentativa de ter relações amorosas com ela, então a opção 2 não é verdadeira.
Por isso, o Inferno é exotérmico.”
O aluno tirou 10 na prova.
CONCLUSÕES:
“A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original.”
“A imaginação é muito mais importante que o conhecimento.”
“Um raciocínio lógico leva você de A a B. A imaginação leva você a qualquer lugar que você quiser.”

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Como manter todos na escola?

Como manter todos na escola?
Rodrigo Ratier
Imagine por um instante o momento mais agudo da aula mais difícil. Meia dúzia de alunos dorme nas ultimas fileiras. Um trio troca mensagens de celular. Dois meninos se estapeiam. Uma turma discute sobre futebol, nas primeiras carteiras, só um pequeno e compassivo grupo se esforça para prestar atenção naquilo que você aos berros, tenta dizer. Nessas horas, um pensamento emerge gostaria de ensinar apenas para os que querem aprender. Quem não esta afim que saia... Será melhor assim! Não será. O desafio de ser professor exige educar todos, sem exceção. O Brasil, por enquanto, esta perdendo esta batalha. É verdade que os índices de acesso á Educação avançaram nas últimas três décadas, mas os indicadores de permanência a taxa de abandono, que mostra os que não concluíram o ano letivo, e a de evasão, que aponta os que não se matricularam no ano seguinte – não caminharam no mesmo ritmo. Hoje cada de 100 estudantes que ingressam no ensino fundamental, apenas 36 concluem o ensino médio.
Responsabilizar o aluno pelo abandono é a saída mais fácil. Na verdade, ele é o menos culpado. Pesquisas indicam que existem dois conjuntos de fatores que interferem no abandono escolar. O primeiro deles é o chamado risco social. Fatores como a condição socioeconômica e o lugar de residência podem aumentar a pressão para a desistência: com a necessidade de complementar a renda familiar, muitos jovens são atraídos pelo trabalho precoce e largam os livros.
POR QUE O ALUNO SE SENTE DESMOTIVAD?
Segundo dados da Pesquisa Nacional os adolescentes que têm ocupação continuam indo às aulas. Entretanto, os estudos mostram que a própria escola colabora para agravar a evasão. Os altos índices de repetência exercem um papel fortíssimo - longe de sua faixa etária original, o aluno se sente desmotivado a seguir aprendendo.
ESCOLA NÃO SERVE PARA NADA?
A miopia para enxergar o problema atrapalha. Em geral, a interrupção dos estudos é o passo final de um processo que deixa sinais. O primeiro costuma ser o desinteresse em sala. Indisciplina e atos de violência também são comuns. Logo começam as faltas, cada vez mais freqüentes. Por fim, a ausência definitiva. Também são recorrentes, sobretudo entre os jovens, as queixas de que a escola "não serve para nada".
POR QUE IR Á ESCOLA?
Estudioso da relação entre os jovens e o saber, o pesquisador francês Bernard Charlot descobriu que a maioria só vê sentido em ir à escola para conseguir um diploma, poder ganhar dinheiro num emprego ou ter uma vida tranqüila no futuro. Como predomina a idéia de um aprendizado sem sentido, muitos se desestimulam e desistem. O desinteresse é a causa principal da saída definitiva para adolescentes entre 15 e 17 anos.
COMO REVERTER A EVASÃO?
Fica claro que a escola precisa olhar para si própria. Do ponto de vista da gestão, uma providência essencial é atacar as causas da evasão. O acompanhamento eficiente da freqüência - que também deve estar na pauta das reuniões pedagógicas - ajuda a mapear o problema e identificar os motivos das faltas. Dependendo da razão, é possível escolher a melhor forma de reverter o quadro: conversas com pais e alunos, visitas às famílias, aulas de reforço e campanhas internas e na comunidade.
SUSPENSÕES E EXPULSÕES SAO EFICAZES?
O tom deve ser de parceria e acolhimento, nunca de punição. Suspensões e expulsões podem ser rediscutidas. A idéia é simples: se a indisciplina é um dos caminhos que levam à evasão, não faz sentido punir o aluno impedindo que ele vá à escola. Em vez disso, é possível pensar em medidas que modifiquem a rotina do estudante, mas que o mantenham na instituição - estudar sozinho, com a obrigação de acompanhar o conteúdo, é uma alternativa.
POR QUE REPENSAR O CURRICULO?
Uma revisão curricular, sobretudo nas séries em que a evasão é maior, parece inevitável. O projeto pedagógico precisa garantir que a escola não seja vista como uma obrigação, mas como um espaço de formação para a vida. Isso inclui, de um lado, diálogo com o universo dos jovens (refletindo, por exemplo, sobre o papel das novas tecnologias). De outro, um esforço para mostrar como conteúdos importantes, mas sem tanta aplicação direta (como boa parte dos tópicos da Matemática), são fundamentais para fazer avançar a capacidade intelectual. A mesma preocupação tem de estar presente em iniciativas de Educação em tempo integral ou no contra turno, que para serem efetivas devem estar articuladas com o projeto pedagógico da escola.
COMO GARANTIR QUE OS ALUNOS ESTAO APRENDENDO?
É necessário também arrumar o "lado de fora" dos muros, atacando o risco social. Em termos de políticas públicas, atrelar benefícios sociais como a Bolsa Família à freqüência escolar funcionou. Reduzindo na população atendida de 4,4 para 2,8% o total de crianças e jovens entre 7 e 14 anos fora da escola. Ampliar a ação pode dar bons resultados. Mas é preciso também garantir que esses alunos aprendam. Nesse sentido, uma boa sugestão é adicionar critérios que possam indicar se o estudante de fato avançou, aproveitando o direito a uma Educação de qualidade - e para todos.
Postado por Karmem
http://educarparacrescer.abril.com.br/gestao-escolar/index.shtml

domingo, 20 de fevereiro de 2011

AVALIAÇAO ESCOALR E AFETIVIDADE


A observação assistemática de crianças das séries iniciais do ensino fundamental vem produzindo discussões pedagógicas, uma vez que é cada vez mais comum encontrar no espaço escolar uma avaliação ameaçadora. Ainda, esta avaliação não vem considerando o aspecto sócio-emocional, o que resulta num distanciamento entre professor e aluno.
Temos como objetivo discutir e analisar os instrumentos de avaliação utilizados na escola, verificando as práticas que eles revelam dentro de uma perspectiva afetiva na relação entre ambos.
O cotidiano na sala de aula nos leva a verificar que existe uma proximidade entre a afetividade e o desenvolvimento cognitivo do aluno, conseqüentemente também na sua avaliação. O que confirma os problemas de aprendizagem causados pela má organização dos esquemas afetivos, principalmente na faixa etária de 6 à 10 anos, que compreende as séries iniciais do ensino fundamental.
Considerando que pensar e sentir são ações intimamente ligadas, indissociáveis, ao longo deste texto, tentaremos defender esta idéia, direcionando-a ao campo educacional. Através de algumas reflexões acerca do papel da afetividade no funcionamento psicológico e na construção de conhecimentos cognitivo-afetivos.

INTRODUÇÃO
Atualmente na escola, a avaliação tem sido praticada para aprovar ou reprovar os alunos, caracterizando-se como uma ameaça que intimida o aluno.
Descomprometida com a aprendizagem do aluno, contribui para auto-imagem negativa, causando reprovação e repetência e ainda, fracasso escolar, sendo cada vez mais comum encontrar no âmbito escolar uma avaliação que prenuncia castigo.
Muitas vezes a avaliação do rendimento escolar em algumas instituições não é usada corretamente pelos professores, pois não respeitam o ambiente no qual o aluno está inserido.Ainda, numa educação que prioriza o depósito de informações, onde um ensina e o outro aprende, os instrumentos de avaliação são utilizados apenas como medidores do conhecimento, e com isso afastam-se das características humanas, caracterizando-se como uma ferramenta de exclusão escolar e social.
Observa-se ainda que esta avaliação apresenta um caráter descontextualizado, autoritário e punitivo, que não considera o aspecto sócio-emocional, resultando num distanciamento entre professor e aluno.Muitas vezes, caracterizada por um processo de julgamento de valores, sobre dados relevantes da realidade em que ocorre a aprendizagem, inerentes ao contexto social ou individual de cada aluno.Este processo é subjetivo e realiza julgamentos segundo padrões pré-estabelecidos.
Neste texto, levantamos algumas questões teóricas sobre a relação da afetividade e o desenvolvimento cognitivo da criança embasadas em aportes teóricos do desenvolvimento cognitivo e do desenvolvimento afetivo analisados com uma visão psicanalítica.
Buscaremos fornecer subsídios para discussões referentes a compreensão da avaliação como processo contínuo de aprendizagem, ponderando as diferenças de cada aluno no processo ensino-aprendizagem, com respaldo teórico em autores consagrados, sensibilizando os atores do processo para essa situação-problema. Inseridos num paradigma sócio-crítico; Vygotsky, Piaget, Luckesi, Wallon, Aussubel, Esteban, Chalita, Libâneo e outros fundamentam este texto.
Como objetivo principal, buscamos valorar a afetividade como pressuposto básico para a aprendizagem e a sua eficácia na avaliação do rendimento escolar.
As escolas deveriam entender mais de seres humanos e de amor do que de conteúdos e técnicas educativas. Elas têm contribuído em demasia para a construção de neuróticos por não entenderem de amor, de sonhos, de fantasias, de símbolos e de dores”.
CLÁUDIO SALTINI

DESENVOLVIMENTO
A palavra afeto vem do latim affectur (afetar, tocar) e constitui o elemento básico da afetividade.
Segundo caracterização do Dicionário Aurélio (1994), o verbete afetividade está “Psicol. Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.
Compreendemos então que afetividade e inteligência portanto, são aspectos indissociáveis, influenciados pela socialização.
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei 9.394, nos oferece os dois mais importantes princípios da afetividade e amor no âmbito escolar, o respeito à liberdade e o apreço à tolerância, que são inspirados nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana. Ambos têm por fim último o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania ativa e sua qualificação para as novas ocupações no mundo do trabalho.
Piaget define a afetividade como todos os movimentos mentais conscientes e inconscientes não-racionais (razão), sendo o afeto um elemento indiferenciado do domínio da afetividade. Afirma ele, que o afeto é a energia necessária para o desenvolvimento cognitivo e estudos que integram as pesquisas de Freud e de Piaget especificam que a afetividade influi na construção do conhecimento de forma essencial através da pulsão de vida e da busca pela excelência.
Henri Wallon traz a dimensão afetiva como ponto fundamental em sua teoria psicogenética.
"As emoções, assim como os sentimentos e os desejos, são manifestações da vida afetiva. Na linguagem comum costuma-se substituir emoção por afetividade, tratando os termos como sinônimos. Todavia, não o são. A afetividade é um conceito mais abrangente no qual se inserem várias manifestações." ( p.61)
A afetividade tem um respaldo significante sob a avaliação do aluno como um todo.

Segundo Teresa Esteban:
“Avaliar o aluno deixa de significar um julgamento sobre a aprendizagem do aluno, para servir como modelo capaz de revelar o que o aluno já sabe, os caminhos que percorreu para alcançar o conhecimento, o que o aluno não sabe, o que pode vir a saber, o que é potencializado e revelado em seu processo, suas possibilidades de avanço e suas necessidades para superação, sempre transitória do saber.”

Uma reflexão ampla sobre a avaliação do rendimento escolar intimamente ligada à aprendizagem construída, identificando a interação professor-aluno, é um aspecto fundamental da organização “da situação didática” tendo em vista alcançar os objetivos do processo de ensino dentro dos fatores cogniscitivos e sócio-emocional.

“A avaliação é um ato amoroso”
LUCKESI, 1997.


Fazendo uma análise da história da educação, especificamente a questão da avaliação, através dos tempos, percebe-se que desde o princípio da história da educação no Brasil e em muitos outros momentos desta história a questão de avaliar sempre esteve ligada a uma prova escrita ou oral, centrando-se o poder absoluto no professor, que avaliava e dava nota sobre o que o aluno sabia de determinado conteúdo.
E dentro desta perspectiva histórica, por muitos anos fez-se uso de métodos de avaliação como um instrumento a serviço de quem a aplicava, buscando-se em uma série de perguntas com respostas prontas a ser estudada, decoradas e transmitidas em dias de prova. Julgava-se, dentro desta visão, que existia um controle do professor sobre a aprendizagem e sobre todo um grupo de alunos, aplicando-se a idéia de homogeneidade do saber das crianças. Isto, baseado no princípio de que o professor ensina e o aluno devolve a informação tal como foi recebida.

“... o ato de avaliar não se encerra na configuração do valor ou qualidade atribuídos ao objeto em questão, exigindo uma tomada de posição favorável ou desfavorável ao objeto da avaliação, com uma conseqüente decisão de ação.“ (LUCKESI: 1998, p. 76)

Ao longo da história da educação moderna e de prática educativa, a avaliação da aprendizagem escolar, por meio de exames e provas, foi se tornando algo místico, onde se faz porque tem que ser feito, na maioria não se explica ou se entende o porquê, faz porque tem que ser feito, na maioria não se explica ou se entende o porquê. Transformou-se numa espécie de “entidade” criada pelo homem para atender uma necessidade, mas que se torna independente dele e o domina.
Atualmente, a avaliação da aprendizagem escolar, além de ser praticada com uma tal independência do processo de ensino / aprendizagem, vem ganhando aspectos de independência da relação professor-aluno. As provas e exames são realizados conforme o interesse do professor ou do sistema de ensino. Nem sempre se leva em consideração o que foi ensinado.

“Mais importante do que ser uma oportunidade de aprendizagem significativa, a avaliação tem sido uma oportunidade de prova de resistência do aluno aos ataques do professor”.
(LUCKESI, 2002, p. 23).

As notas são operadas como se nada tivessem a ver com a aprendizagem. A concepção de avaliação deve ir além de uma visão tradicional, que visa apenas o controle externo do aluno mediante notas ou conceitos, para ser compreendida como uma parte integrante ao processo educacional.
... O conceito "avaliação" é formulado a partir das determinações da conduta de "atribuir um valor ou qualidade a alguma coisa, ato ou curso de ação...", que por si, implica um posicionamento positivo ou negativo em relação ao objeto, ato ou curso de ação avaliado. (LUCKESI, 1998, p. 76).

A avaliação escolar deve ser mais estudada e detalhada cientificamente, buscando considerar relações de afetividade entre professor e aluno que possam ser garantidas dentro das variadas formas de avaliação. A afetividade tem um respaldo significante sob a avaliação do aluno como um todo, devendo ter como aspecto fundamental, alcançar os objetivos do processo de ensino dentro dos fatores cogniscitivos e sócio-emocional, intimamente ligada a interação professor-aluno.

“Na avaliação inclusiva, democrática e amorosa não há exclusão, mas sim diagnóstico e construção. Não há submissão, mas sim liberdade. Não há medo, mas sim espontaneidade e busca. Não há chegada definitiva, mas sim travessia permanente em busca do melhor. Sempre!”.
LUCKESI, 1997.

Para Wallon, a afetividade, além de ser uma das dimensões da pessoa, é uma das fases mais antigas do desenvolvimento, pois o homem logo que deixou de ser puramente orgânico passou a ser afetivo e, da afetividade, lentamente passou para a vida racional. Nesse sentido, a afetividade e inteligência se misturam, havendo o predomínio da primeira e, mesmo havendo logo uma diferenciação entre as duas haverá uma permanente reciprocidade entre elas.

“(...) a afetividade depende, para evoluir, de conquistas realizadas no plano da inteligência, e vice-versa”.
(DANTAS, p.90, 1992).

A maneira como a escola avalia é o reflexo da educação que ela valoriza. Quando indagamos a quem ela beneficia, a quem interessa, questionamos o ensino que ela privilegia. Como instrumento de medida de conhecimento, a avaliação tem como enfoque principal aprovar ou reprovar o aluno.Desta forma, a garantia do ensino de qualidade foi abolida do processo escolar.
Assumindo um caráter pedagógico, a avaliação precisa desvincular do processo classificatório, seletivo e discriminatório, para estabelecer o básico da sua função que se aplica principalmente ao professor que a utiliza, analisando e refletindo os resultados dos alunos. Desta forma, a avaliação propicia retomada de conteúdos, novas metodologias e um redimensionamento de trajetória conforme a necessidade do momento. Enfatizando assim o processo, refletindo o ensino que busca a construção do conhecimento.
A avaliação deve ir muito além de avaliar a aprendizagem do aluno, ela ultrapassa essa dimensão avaliando em contra-partida o trabalho da escola e o desempenho do professor, promovendo a revisão e a redefinição dos objetivos propostos.
Para Philippe Perrenoud:
"Mudar a avaliação significa, provavelmente, mudar a escola".

A avaliação se apresenta desta forma como o retrato da escola, demonstrando a educação que ali se aplica, desvelando a concepção de escola, de homem, de mundo, de sociedade. Acreditamos que esse é o caminho.
Avaliar o rendimento escolar portanto, é um dos elementos para reflexão e transformação da prática escolar e deve ter como princípio o aprimoramento da qualidade do ensino. Os aspectos qualitativos devem prevalecer sobre os quantitativos.
“... a inspirar amor ao trabalho sem sanções arbitrárias, já existem sanções naturais e inevitáveis. Sobretudo, evitemos fornecer às crianças a noção de comparação e medidas entre compreender a diversidade infinita que existe de caracteres e inteligência, é necessário evitar a figura de concepção imutável do bom aluno.” (FRANCISCO FERRE – de um artigo de Maurício Tragtemberg).

Avaliar, mais do que saberes técnicos, exigem sabedoria para compreender a complexidade do ser humano em desenvolvimento, para relevar suas deficiências menores, para despertar valores e virtudes, muitas vezes adormecidos, e, sobretudo, um depósito de discernimento, equilíbrio, afetividade, valores morais, intelectuais, estéticos, religiosos, elementos fundamentais para a importância e a grandeza da ação do professor.

“Avaliação significa ação provocativa do professor, desafiando o educando a refletir sobre as situações vividas, a formular e reformular hipóteses, encaminhando-se a um saber enriquecido.”
(HOFFMANN: 1994, p. 58)

CONCLUSÃO
A avaliação do rendimento escolar tem sido utilizada, como parte de uma ação política, que visa através do processo educativo, como um instrumento de legitimação da seletividade da educação, conferindo ao ensino e às escolas particular e pública um papel subsidiário diante do fracasso do aluno.
Nas escolas, onde as variáveis sócio-econômicas não justificam diretamente diferenças de desempenho, é clara a convicção de que o aluno é responsável pelo seu sucesso ou fracasso na educação.
Atualmente, a avaliação ainda não é capaz de formar sujeitos com autonomia, o que é sem dúvida uma forma de promoção do ser humano, que é essencialmente o significado da educação.

A concepção de avaliação ainda é comumente relacionada a idéia de mensuração de mudanças do comportamento humano. Essa abordagem viabiliza o fortalecimento no aspecto quantitativo.
A avaliação do rendimento escolar tem como alvo a classificação do aluno. Necessita ser redirecionada, pois a competência ou incompetência do aluno não resulta apenas da escola ou do professor, e sim de todos aqueles que participam do contexto escolar e social do educando.
A avaliação ainda não contempla os aspectos qualitativos que são difíceis de serem mensurados pois, envolvem objetivos subjetivos, postura, política, crenças e valores.
Serve como um meio de controle, feito através de atribuição de pontos ou notas, para que os alunos realizem as tarefas e tenham comportamentos esperados, no qual o professor e a instituição desejam. Não se importam com o tipo de conhecimento que o aluno adquiriu, e sim, com o tipo de nota que o aluno obteve. A nota portanto, passa a apresentar um objetivo diferente da representação do rendimento do aluno.
O ponto chave da educação deve ser o aluno aprender a prender, saber pensar, ser crítico e analítico. E é dentro dessa perspectiva que a avaliação deve trabalhar
Em relação a interação professor-aluno, percebemos que a educação atual abre um espaço para essa parceria entre ambos, verificamos que vem acontecendo um estreitamento desta relação. O que não percebemos, é a utilização da proximidade desta relação, no desenvolvimento das aulas e avaliação dos professores e alunos. Encontramos ambientes que propõem a afetividade mais como contato físico que nem sempre considera o aluno como ser autônomo, com direitos e desejos nem sempre iguais ao do professor.

“Mestre é quem, de repente, aprende.”
GUIMARÃES ROSA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANTES, V. Cognição, afetividade e moralidade. São Paulo, Educação e Pesquisa, 26(2): 137-153, 2001; ARANTES, V. & SASTRE, G. Cognición, sentimientos y educación. Barcelona, Educar, v. 27, 2002.
DANTAS, Heloysa. A afetividade e a construção do sujeito na psicogenética de Wallon. In: DE LA TAILLE, Piaget, Vygotsky e Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
DEMO, Pedro. Avaliação Qualitativa. São Paulo, Cortez, 1987.
LUCKESI, Cipriano. Avaliação da Aprendizagem Escolar. Apontamentos sobre a pedagogia do exame. Revista de Tecnologia Educativa, ABT ano XX, nº 101, jui/ago, 1991.
LUCKESI, Cipriano. Avaliação: Otimização do Autoritarismo. Equívocos Teóricos na prática educacional, Rio de Janeiro, ABT, 1984.
PIAGET, Jean. Inteligencia y afectividad. Buenos Aires: Aique 2001

Pequeno conto chinês

Quem seria a escolhida?
Conta-se que por volta do ano 250 A.C, na China antiga, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador mas, de acordo com a lei, deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.
No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula:
- Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da cabeça; eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.
E a filha respondeu:
- Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, inicialmente, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos, etc...
O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação, a moça comunicou à mãe que, independentemente das circunstâncias, retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.
Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

MANTENHA O BOM HUMOR SEMPRE...

Por Karmem A. Amambahy
Pare de se queixar e viver dizendo que as coisas são difíceis, que nada presta, para que tanta amargura? As coisas são difíceis sim, nada é tão fácil no mundo de hoje, mas quanto mais você afirmar que a dificuldade existe e que você é infeliz, mas tudo dará errado na sua vida... Pense nisso!!!
Quantos minutos por dia você pensa com otimismo para as coisas que você quer realizar? Karla Precioso prega que “um punhado de farinha ruim é capaz de estragar o pacote inteiro” e acredito nisso.
Portanto, sorria, brinque, alimente-e de bom humor, alegria sempre. A vida é uma grande dádiva, uma deliciosa brincadeira e tudo o que mais deseja é que você seja capaz de pegar as suas frustrações, suas dificuldades, seus rancores e dores e brinque com ela, buscando soluções inteligentes. Pense nisso e mude as suas atitudes validando os demais e sendo feliz com a felicidade dos outros.