sábado, 23 de abril de 2011

20 dicas para dominar as modernas práticas pedagógicas

Muitos professores têm dificuldade de passar o discurso pedagógico do papel para a prática. Não é para menos. Por isso, preparamos esta reportagem, repleta de dicas preciosas para professores generalistas e de todas as disciplinas. Elas foram desenvolvidas pelos avaliadores do Prêmio Victor Civita Professor Nota 10 e por vários especialistas na área da educação com base na leitura e na avaliação dos milhares de trabalhos inscritos nos últimos cinco anos no prêmio. Além das novas práticas - contextualização, interdisciplinaridade, avaliação... -, você vai encontrar sugestões para obter maior rendimento dos alunos. Boa leitura! E bom planejamento!
1. Plano de trabalho: conhecer a turma para saber o que e como fazer
Uma turma é sempre diferente da outra. Você sabe disso. E sabe também que, ao iniciar o trabalho com um novo grupo, é fundamental conhecê-lo bem. Só assim podem-se definir com clareza as melhores estratégias e os métodos e materiais a serem usados. É disso que trata o plano de trabalho. Baseado na proposta pedagógica da escola, ele deve também ser norteado pelo planejamento específico de cada série ou ciclo que varia de uma escola para outra. "O plano de trabalho trata das especificidades e demandas de cada turma", explica Maria Luisa Merino Xavier, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É importante, portanto, conversar com os professores da série anterior; descobrir se há alunos na turma com necessidades especiais; se existem, por exemplo, crianças de diversas culturas, etnias ou religiões; e pesquisar o histórico escolar de cada um. Entrevistas com os pais ou responsáveis também são úteis para saber com quem a criança mora, o que faz nas horas de lazer, se tem algum problema de saúde, de que brinquedos gosta e em que outras escolas estudou e como foram essas experiências. "É bom descobrir o que os pais pensam, o que esperam da escola e o que desejam para seus filhos", afirma Maria Luisa. Em sala, é hora de observar quem desenha bem, tem facilidade ou não para leitura, gosta de falar ou é mais tímido. Com tantas informações em mãos, você poderá elaborar estratégias adequadas para todo o grupo considerando as características de cada um. "O plano de trabalho não pode estar pronto nos primeiros dias de aula porque exige contato prévio com alunos e pais", afirma a professora. Além disso, é preciso levar em conta o seguinte: mesmo que você planeje suas aulas de acordo com os conteúdos a ser abordados, sempre haverá, ao longo do ano, a necessidade de mudar os rumos. Um dos motivos é atender às necessidades momentâneas dos alunos. De que adianta, por exemplo, seguir o roteiro sem abordar temas que todos vêem na TV, como as catástrofes naturais ocorridas ultimamente? "As aulas consistem em uma seleção pertinente para o momento, pois os conteúdos não se esgotam", diz Maria Luisa.
2.Avaliação: acompanhar o aluno para traçar o melhor caminho
A avaliação sempre deve estar a serviço do aluno. Isso significa que ela não tem como objetivo determinar as notas a ser enviadas à secretaria, mas acompanhar o caminho que o aluno faz, descobrir suas dificuldades e necessidades e alterar os rumos, se preciso. Ela é constante e pode ser feita durante trabalhos em grupo, jogos e brincadeiras. Só que o olhar do professor, nesses momentos coletivos, deve ser sempre para cada estudante. "Assim se observam os interesses e os avanços de todos na turma", revela Jussara Hoffmann, consultora em educação, de Porto Alegre. Ao pensar em avaliação, você pode lançar mão de atividades interativas em que existam o diálogo, a troca entre os alunos, a participação e a cooperação. Também é importante ter conversas individuais com os alunos, olhar o caderno e as produções, perguntar o que aprenderam e do que gostaram. O questionamento constante dá aos estudantes a oportunidade de aprofundar as suas respostas. Para que você aproveite tudo isso, o registro diário é fundamental. "A observação só se torna um instrumento válido quando é registrada. As anotações mostram em que as crianças se desenvolveram e em que elas ainda precisam avançar", afirma Jussara. Você pode ainda avaliar a produção de texto individual, as manifestações dos alunos sobre diversos assuntos ou sobre um mesmo tema, em vários momentos e as atividades menores, individuais e freqüentes, corrigidas imediatamente. É preciso garantir que o aluno possa expressar seu conhecimento de muitas maneiras (em músicas, textos, pinturas, fotos). Tudo isso contribui para a aprendizagem. O processo é semelhante a um percurso e seu papel não é esperar os alunos no final. Você acompanha a turma, ajudando a ultrapassar os obstáculos do caminho.
3. Contextualização: ela vai muito além da relação com o cotidiano
Existe uma certa confusão sobre o significado do termo contextualizar. A primeira definição é a de que se trata de trazer o assunto para o cotidiano dos alunos. É também, mas não só isso. Muitos conceitos e conteúdos são contextualizados na própria disciplina. "Isso significa colocar o objeto de estudo dentro de um universo em que ele faça sentido", afirma Ruy Berger, consultor em educação, de Brasília. Imagine que você está dando uma aula sobre divisão celular. Os estudantes precisam saber o que é DNA para poder entender o processo. Portanto, o DNA passa a ser um objeto de estudo que faz sentido nesse conteúdo, que é a divisão das células. Esse é um exemplo de contextualização que não está necessariamente ligado à vida das crianças (o que não impede que o professor diga que o DNA faz com que elas se pareçam com os seus pais, por exemplo). Entendido isso, evitam-se situações forçadas, em que o professor se sente na obrigação de relacionar todo e qualquer conteúdo à vida dos alunos. Algumas vezes, aquilo que ele não consegue contextualizar acaba até sendo excluído do currículo o que prejudica, e muito, a aprendizagem da turma.
4. Objetivo: só depois que ele é definido, vêm o conteúdo e a metodologia
Os objetivos que o professor deseja alcançar devem sempre preceder sua ação. O ideal é estabelecer primeiro um objetivo e, depois, um caminho para alcançá-lo o que inclui definir o conteúdo e a metodologia. "É preciso ficar atento para ver se a escola não está fazendo o contrário: definindo o caminho, que é passar um conteúdo preestabelecido, para depois pensar nos objetivos", alerta Danilo Gandin, especialista em planejamento da educação, de Porto Alegre. Segundo ele, muitas vezes os professores ficam presos à obrigação de trabalhar o currículo preestabelecido e, ao mesmo tempo, à necessidade de fixar objetivos, mesmo que eles não façam sentido. "Aparecem situações estranhas: enquanto o objetivo é desenvolver a consciência crítica, o conteúdo a ser passado é a crase", afirma. Obviamente o que domina a cena é a crase, que o professor pensa que tem de ensinar. O objetivo aparece apenas porque alguém disse que ele deveria estar lá. Para Gandin, é preciso pensar no que vai ser feito e para quê. Dois exemplos de objetivos que norteiam um trabalho: 1) realizar um estudo sobre a escravidão para aumentar a solidariedade e compreender mais profundamente o significado da liberdade; e 2) estudar a variação dos preços em dois supermercados para iniciar a compreensão do processo econômico no país. Esses objetivos, é bom lembrar, devem sempre estar alinhados com a proposta pedagógica da escola. Os conteúdos e a metodologia, portanto, são o caminho a ser trilhado com base no que se estabeleceu como meta.
5. Conhecimento prévio e interesse dos alunos: quem descobre é você
Os conteúdos abordados em sala de aula devem, basicamente, contribuir para a formação de cidadãos conscientes, informados e capazes de melhorar a sociedade. Por isso, é muito comum os professores tentarem montar suas aulas tendo como centro do trabalho o interesse dos alunos. Dessa maneira, eles teriam mais elementos para refletir sobre o meio em que vivem e sobre o que os cerca. Essa prática, porém, nem sempre garante bons resultados. "Ocorre até o contrário. Ao dar importância somente ao que os estudantes já conhecem, muitas vezes os professores acabam caindo na superficialidade, presos a interesses imediatos", alerta Danilo Gandin. Segundo ele, como conseqüência, surge um currículo ditado pelas circunstâncias, que destaca acontecimentos pontuais e não um roteiro de trabalho construído com base na relação entre a proposta pedagógica e a realidade. "Essa questão só se resolve quando a equipe de cada escola define os grandes horizontes políticos e pedagógicos de seu trabalho e, confrontando esses grandes ideais com a realidade e com a prática, descobre as necessidades de seus alunos", conclui.
6. Trabalho Interdisciplinar: as matérias se unem e os alunos aprendem
A interdisciplinaridade ocorre quando, ao tratar de um assunto dentro de uma disciplina, você lança mão dos conhecimentos de outra. Ao estudar a velocidade e as condições de multiplicação de um vírus, por exemplo, é possível falar de uma epidemia ocorrida no passado devido às precárias condições de saúde e higiene e à pobreza do local. Daí, é possível até explorar, em outros momentos, os aspectos políticos e econômicos que geraram tamanha pobreza. A interdisciplinaridade é, portanto, a articulação que existe entre as disciplinas para que o conhecimento do aluno seja global, e não fragmentado. É muito comum a idéia de que, ao utilizar um tema gerador, se garante a interdisciplinaridade. "Ela não se resume em escolher um tema e abordá-lo segundo a visão de duas ou mais disciplinas", afirma Ruy Berger. Ao estudar a questão dos índios, por exemplo, o professor de História fala sobre a colonização do Brasil, o de Língua Portuguesa trabalha as lendas indígenas e o de Matemática acaba propondo um problema sobre o índio: isso não garante a relação entre as disciplinas. O tema gerador pode ser um ponto de partida, mas não o centro do estudo e nem se alongar muito, para os alunos não se cansarem. Ao planejar, portanto, é importante levantar quais são as possibilidades de trabalhar de forma interdisciplinar ao longo do ano. Essas oportunidades podem ser criadas com base nas pesquisas dos alunos e do próprio professor ou em parceria com os colegas de outras disciplinas.
7. Seqüência didática: uma série de aulas que desafia e ensina os alunos
A seqüência didática é um conjunto de aulas planejadas para ensinar um determinado conteúdo sem ter um produto final. Sua duração varia de dias a semanas e você pode elaborar várias seqüências ao longo do ano, de acordo com o planejado ou com a necessidade dos alunos detectada pelo caminho. É possível, inclusive, aplicar essa modalidade ao mesmo tempo em disciplinas diferentes. "O princípio da seqüência didática é dar ao aluno desafios cada vez maiores para que ele se desenvolva", afirma Regina Scarpa, coordenadora pedagógica do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac) e do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. Por exemplo: você quer que seus alunos aprendam o uso do "r" e do "rr". Primeiro observa o que eles já sabem a respeito e depois elabora uma série de aulas com várias atividades, jogos, questionamentos e muita reflexão, aumentando gradativamente a complexidade dos desafios propostos. Com esse tipo de abordagem, os alunos vão, aos poucos, percebendo que não existem palavras que começam com "rr" ou que não se usa "rr" após o "s", por exemplo. A seqüência didática é indicada, ainda, quando se quer trabalhar o universo de um determinado autor. "Além de ler suas obras, as crianças verão nessas aulas o que o autor escreve, que livros já publicou e qual o seu estilo", diz Regina. Se a idéia é trabalhar as diferentes versões da história do Pinóquio, outra seqüência pode ser estabelecida: leitura feita pelo professor do original e de uma segunda versão, leitura e reescrita em grupos de trechos de outras versões e a exibição de um filme sobre o personagem. Trabalhando dessa forma, os conteúdos se distribuem de maneira intencional e mais consistente.
8. Temas transversais: o pano de fundo do trabalho da escola
Temas transversais não são disciplinas, apenas permeiam todas elas. Se a escola decide abordar ética de maneira transversal, não pode estipular uma aula sobre o assunto uma vez por semana e esquecer dela no restante dos dias. "Esses temas precisam estar presentes em todas as disciplinas, o tempo todo, como pano de fundo do trabalho da escola", orienta Josca Baroukh, selecionadora do Prêmio Victor Civita. Segundo Josca, ao abordar os temas transversais, o professor leva os alunos a refletir para que eles tenham condições de construir conceitos, em vez de apenas coletar informações a respeito. "Caso contrário, é possível que os estudantes organizem uma coleta seletiva no bairro ou arrecadem alimentos para um asilo sem pensar no porquê de fazer aquilo", afirma. Se a escola propõe à garotada, por exemplo, mobilizar a população e a prefeitura da cidade para fazer um poço artesiano em benefício de uma comunidade que vive na seca, é preciso, antes da ação, uma reflexão profunda. O que é a seca? Que problemas ela traz? Um poço é a melhor solução para o momento? Há outras formas de contribuir? E, principalmente, por que devemos contribuir? Para Josca, não é apenas o conteúdo escolar que dá gancho a esse tipo de trabalho. "Uma notícia de jornal e até um conflito em sala de aula podem ser mote para reflexão. É um trabalho contínuo, que nem sempre depende do planejamento das aulas."
9. Tempo didático: para não errar na dose, é preciso ter objetivos claros
Muitas vezes é difícil definir quanto tempo será gasto para desenvolver um tema, uma atividade ou um projeto. Para não errar na medida, é fundamental ter em mente três pontos: o que você quer ensinar, como cada um de seus alunos aprende e como você irá acompanhar e avaliar o trabalho da garotada. "Se o tempo previsto der errado, é porque pelo menos um desses três itens não foi observado", afirma Regina Scarpa. Na prática, isso significa que você deve estabelecer, primeiramente, os objetivos e os conteúdos (seja para uma aula ou para um projeto mais longo). Depois, pensar nas atividades a ser desenvolvidas, baseando-se na maneira como seus alunos aprendem. Então, considerar que é preciso tempo para avaliar, constantemente, a produção da garotada e, dessa forma, saber se será necessário estender a abordagem de um ou outro conteúdo, sobre o qual as crianças apresentaram dificuldades. "É possível prever o tempo de um projeto, apesar dessas variações no meio do caminho", diz Regina. Por isso, é importante planejar o encerramento com certa antecedência em relação ao fim do bimestre ou do semestre. Se algum aluno não aprender, haverá uma folga. "Não faz sentido o professor fazer a revisão dos textos ou ilustrar um trabalho no lugar dos alunos porque o tempo acabou e é hora de concluir o projeto", diz Regina.
10. Inclusão: a escola leva o aluno com deficiência a avançar
Receber uma criança com deficiência não deve ser motivo de angústia. Cada vez mais a inclusão escolar tem sido discutida no meio educacional, e os professores hoje conseguem encontrar, em parceria com os pais, a coordenação da escola e os especialistas nas deficiências, caminhos seguros para trabalhar. "A escola serve para ampliar os conhecimentos dos estudantes. Por isso, o primeiro passo é procurar saber o que o aluno com deficiência já sabe e quais são as possibilidades que ele tem de aumentar esses conhecimentos", ressalta Maria Teresa Eglér Mantoan, da Universidade Estadual de Campinas. Procure descobrir como tem sido a experiência da criança, pesquisando seu histórico escolar e trocando informações com os pais e os professores das séries anteriores. Se ela estiver recebendo atendimento educacional especializado no contraturno em alguma instituição, é importante conversar com os especialistas ao longo de todo o ano para acompanhar seu desenvolvimento. Isso pode ajudar muito a planejar as aulas, definir estratégias e escolher os melhores materiais o que é bom não só para o aluno com deficiência mas para a turma toda. Se sua escola já oferece esse atendimento, a parceria com o professor especialista se dará de maneira ainda mais efetiva, pois o contato é diário. No caso de haver uma criança cega, esse profissional pode, por exemplo, ajudar você a elaborar materiais concretos para ensinar um conteúdo de Matemática (como figuras geométricas feitas em relevo, com tinta plástica ou sementes coladas no papel). "O professor deve receber essa criança como ele recebe todas as outras. Ela é, acima de tudo, um aprendiz", afirma Maria Teresa.
11. Matemática: interação entre os conteúdos é essencial
O melhor caminho para garantir o aprendizado da turma é relacionar os conteúdos matemáticos e mostrar como eles se complementam. Isso é o que dá significado ao estudo. Geralmente, os tópicos aparecem de forma fragmentada, como se não tivessem nenhuma ligação entre si. Na prática, é como ensinar multiplicação com o objetivo de fazer o aluno calcular mais rapidamente e de cabeça, sem fazer nenhuma relação com situações em que a operação é necessária. "O professor deve organizar os temas de forma que possam ser vistos como uma rede de significados", aponta Maria Sueli Cardoso, selecionadora do Prêmio Victor Civita. Por exemplo: em vez de pedir à turma apenas para calcular quanto é 2 x 4, é possível pedir para desenhar em um papel quadriculado duas colunas com quatro linhas. Assim todos perceberão que 2 x 4 é igual a 8 quadradinhos. Esse resultado significa também a área de um retângulo (com 2 unidades de altura e 4 de comprimento). Nesse tipo de atividade, estão relacionados multiplicação, figura geométrica e perímetro. "É sempre interessante que o aluno compreenda que um mesmo assunto pode ser estudado sob vários aspectos", diz Sueli.
12. Língua Portuguesa (1ªa 4ª): mais importância para a oralidade
Atividades de leitura e escrita aparecem muito nas primeiras séries do Ensino Fundamental. Mas e a oralidade, onde fica? Para Eliane Mingues, selecionadora do Prêmio Victor Civita, é importante criar situações em que as crianças utilizem as três práticas. Elas podem elaborar uma coletânea de contos ou poemas; um livro de receitas; ou o encarte de um CD com as canções preferidas da turma. Para fazer a coletânea de poemas, por exemplo, a garotada tem que ler, selecionar, recitar e escrever as poesias. Essas situações ensinam a leitura e a escrita e também a oralidade, o que será útil para a vida dentro e fora da escola. "Alunos que não vivem situações de fala formal em sala de aula podem demorar mais para construir esse conhecimento", afirma. Surge, assim, a dificuldade em se expressar, elaborar apresentações e criar argumentos sobre o que pensam. O mesmo vale para a dificuldade em anotar, pesquisar e resumir. "Quando as crianças já estão alfabetizadas, pode-se focar em atividades que dão mais autonomia em relação à leitura e à escrita, como a entrevista", sugere Eliane. A atividade proporciona uma situação comunicativa em que os alunos precisam escrever um texto de gênero específico para leitores reais e que será publicado no mural ou boletim da escola.
13. Língua Portuguesa (5ªa 8ª): gramática como uma ferramenta
É importante não separar o estudo das regras da língua da leitura e produção escrita. "A reflexão sobre os mecanismos da língua produz um aprendizado mais consistente quando é feita misturada ao ler e escrever", afirma o selecionador do Prêmio Victor Civita Ricardo Barreto. Para envolver a garotada no ensino da gramática, um bom caminho é associá-la a situações concretas. Transformar um texto formal em coloquial, comparando as palavras e as estruturas que foram alteradas, é um bom exercício. Escrever uma reclamação a uma autoridade e, em seguida, contar o fato a um amigo, também por carta, é outra
opção. "A idéia é levar o aluno a perceber as possibilidades da língua sem ter de decorar regras", diz Barreto. Ele destaca mais uma estratégia: fazer os estudantes pesquisarem as diferenças entre textos de diversos gêneros, como o de divulgação científica, a crônica e a notícia. Durante a leitura, eles acabarão comparando os elementos gramaticais utilizados em cada um. "Por fim, o professor pode solicitar ao aluno que escreva sobre o que aprendeu. Essa prática também estimula a reflexão sobre a língua."
14. Língua Estrangeira: as palavras precisam de contexto
Ninguém esquece sua língua materna quando aprende uma língua estrangeira. O que acontece é bem o contrário: quanto mais o aluno utiliza o conhecimento que adquiriu em sua vivência e sobre o próprio idioma, melhor entende uma segunda língua. Por exemplo: certa vez uma empresa lançou uma campanha publicitária com o slogan Put a tiger in your tank. "Para entender a mensagem, não basta saber o significado de cada palavra. É preciso conhecer uma série de elementos prévios", afirma a selecionadora do Prêmio Victor Civita Celina Bruniera. "Ajuda, por exemplo, conhecer as características do texto publicitário e saber que o tigre representa força e agilidade e que é o símbolo de uma distribuidora de combustível." Outro exemplo: lendo a palavra engaged isolada, o aluno terá mais dificuldade de entender seu sentido do que se vê-la na fechadura da porta de um banheiro público. "Se disserem a ele que, ao girar a fechadura, a palavra desaparece e, em seu lugar, surge vacant, será mais fácil concluir que vacant significa vago e engaged ocupado." Celina ressalta, no entanto, que, ao tentar tornar o ensino interessante, muitos professores se esquecem dos gêneros textuais e abusam de atividades lúdicas sem contextualização. Disso surgem palavras cruzadas e joguinhos que só ajudam a decorar palavras.
15. História: de olho no presente para transformar o futuro
Estudar história local com a turma é uma prática muito comum e pode ser uma experiência importante e enriquecedora desde que o resultado não se torne uma mera coletânea de curiosidades, hábitos e causos sobre o lugar e seus moradores. Por isso, ao pensar nos conteúdos que serão abordados durante o ano, é preciso levar em conta as respostas para algumas perguntas que você deve fazer a si mesmo: posso com isso contribuir para transformar minha região? Em que esse assunto ajudará meu aluno em sua vida diária e no seu processo de formação como cidadão? Como fazer com que ele tenha uma aprendizagem significativa? "Em cada contexto social, político e geográfico as respostas são diferentes. Portanto, só o professor tem reais condições de respondê-las e de formular as melhores propostas didáticas", diz o selecionador do Prêmio Victor Civita Daniel Helene. "O importante é levar os alunos a enxergar a realidade com um olhar crítico." No norte do Maranhão, por exemplo, algumas empresas usam mão-de-obra infantil. Por que não estudar a história local para compreender essa problemática? Em alguns municípios de Rondônia, na fronteira com a Bolívia, muitos estudantes discriminam os colegas vindos do país vizinho. Estudar a formação dessas cidades é um caminho para combater o preconceito. Ações como essas, baseadas em problemas que exigem solução imediata, tornam o ensino de História dinâmico.
16. Geografia: ela não está só nos mapas, mas também no cotidiano
Para que essa disciplina faça sentido desde a Educação Infantil, uma boa seqüência de conteúdos é fundamental. Caso contrário, conceitos como ordem, hierarquia e proporção — importantes para a área — não serão assimilados pelas crianças. Segundo Sueli Furlan, selecionadora do Prêmio Victor Civita, as primeiras noções de Geografia são adquiridas ainda na pré-escola. Para que a criança aprenda cartografia, por exemplo, deve-se partir do conhecimento prévio que cada uma delas possui. "Para calcular uma distância, os alunos podem usar objetos de diferentes tamanhos, passadas, o palmo ou um barbante", exemplifica. Dessa forma, ao chegar à 1ª série, eles já adquiriram conhecimento sobre espacialidade e hierarquia. Daí em diante, brincadeiras e jogos ajudam. No futebol, conhecer as posições dos jogadores faz a turma assimilar noções de perto, longe, ao lado, fora, dentro e lateral direita e esquerda. De 5ª a 8ª série, é hora de usar os mapas como fonte de informação para o estudo do mundo em que vivemos. Os alunos devem estudar como se produz a cartografia, quais são suas fontes de informação e qual o papel das cores, dos números e dos símbolos nos mapas.
17. Educação Infantil: o segredo é a autoconfiança do professor
Ouve-se muito que o professor de creche e de pré-escola não pode ser autoritário e que deve se basear no interesse da turma. Mas o verdadeiro responsável pela definição dos temas e das atividades a ser desenvolvidas é ele mesmo. Deixar a cargo dos alunos essa escolha não é sinônimo de liberdade nem demonstra uma postura pedagógica avançada. "O professor precisa conhecer o modo como as crianças aprendem e como se desenvolvem e levar isso em conta na hora de planejar cada aula", afirma a selecionadora do Prêmio Victor Civita Regina Gomes Sodré. Segundo ela, deve-se compartilhar com as crianças algumas etapas do trabalho — pois isso também ensina a estudar e a planejar —, mas sem deixar que elas tomem todas as decisões. Na construção de uma maquete, por exemplo, vale uma conversa com os alunos sobre o material a ser utilizado e sobre o que será representado, além de fazer com eles um cronograma, que será utilizado ao longo do trabalho. Esta é a melhor maneira de envolver as crianças e garantir o interesse pela aula: escolher temas adequados à faixa etária, que sejam relevantes do ponto de vista cultural, estejam relacionados ao local em que a escola está inserida e sejam propostos de forma instigante.
18. Educação Física: o programa vai além do conteúdo esportivo
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), as aulas de Educação Física devem trazer discussões sobre assuntos como ética, cidadania, respeito às diferenças e cooperação. O cuidado constante com essas questões é essencial e se aplica até mesmo durante um campeonato de futebol. Sempre os escolhidos para formar os times são os mais hábeis e competitivos. Ficam para trás aqueles que, por algum motivo, têm dificuldade para jogar. "Cabe ao professor discutir o problema claramente e perguntar por que foi escolhido este e não aquele aluno", afirma Paulo Henrique Nilo Monteiro, selecionador do Prêmio Victor Civita. "Essas respostas vão permitir a ele trabalhar a questão das diferenças, que não se restringem às habilidades físicas, mas que são também socioeconômicas e culturais." Discussões desse tipo podem fazer parte da vivência diária dos alunos. "Não adianta apenas falar sobre as diferenças e continuar propondo somente atividades clássicas, como os jogos esportivos", afirma Monteiro. Para ele, uma boa alternativa é trabalhar com os chamados jogos cooperativos, em que são valorizados elementos como aceitação, envolvimento, colaboração e diversão. "Joga-se com o outro e não contra o outro. Para alcançar os objetivos é preciso esforço e dedicação."
19. Ciências: sem a dúvida, a turma não avança no conhecimento
"A dúvida é, por excelência, o motor da ciência", afirma Maria Terezinha Figueiredo, selecionadora do Prêmio Victor Civita. "O questionamento deve fazer parte da aula do início ao fim." Em classe, enquanto os assuntos são trabalhados, você pode estimular os alunos a fazer também suas perguntas. Ao estudar a fotossíntese acompanhando a germinação de alguns feijões, por exemplo, experimente questionar a turma: o que tem dentro da semente? Por que comemos feijão? "Quando o professor estimula o aluno a elaborar perguntas, está instigando sua capacidade de enxergar o feijão de um jeito diferente do que é apresentado ali", afirma. A dúvida leva a criança a uma ação investigativa sobre o problema, aproximando-a do conhecimento. "Sem reflexão e investigação, a ciência não progride. Como pesquisar se não há algo a descobrir?", indaga Maria Terezinha. Ao se questionar, a criança verá que há inúmeras coisas que a ciência ainda não desvendou. "O professor precisa mostrar que muitos conceitos hoje aceitos são passíveis de mudança, pois a ciência é dinâmica."
20. Artes: uma disciplina que também se ensina e se aprende
As aulas de Artes não dependem do talento ou da sensibilidade dos alunos. A disciplina funciona como qualquer outra: existe um conteúdo, que pode ser ensinado — e aprendido por todos. Segundo a consultora Zá Marisa Szpigel, de São Paulo, um bom caminho é mesclar a visão tradicional do ensino da matéria (em que o estudante baseia seu trabalho em modelos já prontos) com a menos convencional (em que o professor valoriza a espontaneidade da criança para criar). Com base nessa interação, o professor propõe modelos e também cria situações para que o aluno utilize as próprias idéias para transformar as referências que possui. Ele pode, por exemplo, apresentar uma pintura famosa como referência. Ao pintar, a criança não deve, no entanto, fazer uma cópia fiel ou dominar as mesmas técnicas que o artista. O que vale é a criatividade. O aluno define quais materiais usar, se prefere trabalhar sozinho ou em grupo e quanto tempo necessita para as tarefas. Essas oficinas dão ao professor a chance de apresentar os conteúdos e ao mesmo tempo explorar as capacidades dos alunos sem cobrar deles uma produção artística primorosa. Todos têm a mesma oportunidade de criar, a seu modo, sem ser comparados. "Ao propor ao aluno desenhar uma paisagem, não se deve dizer de que modo ele fará isso ou que tom de verde usará na grama"

domingo, 3 de abril de 2011

Uma reflexão sobre a formação de professores

José Eduardo Baroneza* e Shirlei Octacílio da Silva Para atuar no ensino superior não é exigido o curso de licenciatura, muitos profissionais recém-formados ingressam neste mercado de trabalho sem ter contato, no decorrer da graduação, com disciplinas que enfoquem teorias psicopedagógicas. O resultado é que, atualmente, há professores de ensino superior capacitados para atuarem nas suas áreas específicas, mas despreparados para exercer a atividade docente de forma crítica, o que pode ser observado pelo excesso de aulas expositivas tradicionais, baseadas quase que exclusivamente na transmissão de conhecimento, em detrimento de aulas em que se valorize o desenvolvimento do aluno com o objetivo de torná-lo um sujeito crítico e transformador da sociedade e não meramente um especialista em reproduzir idéias pré-concebidas. Entre os alunos que não estavam satisfeitos, os problemas apontados foram: professores mal qualificados, professores sem experiência, muita teoria e pouca prática, falta de interesse da faculdade e de alguns professores, falta de didática, péssimo aprendizado em algumas disciplinas, entre outras coisas. O documento-síntese do Seminário Internacional Universidade XXI – Novos Caminhos para a Educação Superior – (Brasil, 2003; p. 3) registra que “A característica fundamental da atual crise do ensino superior é a sua incapacidade de enfrentar os desafios e dar respostas adequadas às necessidades sociais de um mundo globalizado que não é solidário na produção, distribuição e utilização democrática do conhecimento”. Entendemos que tal crise deve ser enfrentada com um ensino que prime, sobretudo, pela qualidade, o que passa pela formação de professores capazes de atuar de modo consciente e transformador, tanto nas instituições já estabelecidas como nas que há por vir. Até meados do século XX, de acordo com Lopes (1996), o professor era considerado o detentor do saber e deveria dominar os conteúdos fundamentais a serem transmitidos para os alunos. Neste contexto, a aula expositiva era reconhecida como a técnica mais adequada à transmissão de conhecimento na sala de aula, de modo que a aprendizagem consistia exclusivamente em memorizar os novos conhecimentos que os professores transmitiam em aulas expositivas ou que os alunos liam nos livros texto, e o progresso dos alunos era medido pela sua habilidade em recitar aquilo que tinham lido ou ouvido. A partir da metade do século XX, em meio a críticas severas à pedagogia tradicional, constituiu-se a denominada “pedagogia nova”, em que o aluno, e não mais o professor, passou a ser o centro do processo de ensino-aprendizagem, que se daria mediante a reconstrução das experiências, e, por meio dessa reconstrução, caminhar-se-ia para a transformação social, conforme postula Teixeira (1978). No entanto, ainda hoje podemos encontrar a opção por aulas expositivas com características predominantemente tradicionais em todos os níveis de ensino, inclusive no superior. Assim sendo, visto a atual conjuntura da educação superior no Brasil, e apoiados no Artigo 43, da Lei 9394, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996) a qual ressalta que “A educação superior tem por finalidade estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo” acreditamos, assim, ser necessária a introdução de conteúdos das áreas de Psicologia da Educação e Metodologia do Ensino na formação de todos aqueles que podem vir a se tornar professores do ensino superior, licenciados ou não. Fundamentos teóricos e discussão. Primeiramente gostaríamos de enfatizar a diferença semântica que existe entre os vocábulos ensino e educação. Segundo Ferreira (1999), ensino refere-se à transmissão de conhecimentos, informações ou esclarecimentos úteis ou indispensáveis à educação; educação, por sua vez é o processo pelo qual o ser humano se manifesta em suas múltiplas possibilidades, inclusive a de elaborar, metabolizar, assimilar e transmitir conhecimentos na escola e na sociedade, construindo a cultura e a transcendência. Assim sendo, faz-se necessário atentar à amplitude que o tema educação representa a formação de futuros profissionais. A transferência de conhecimento não pode ser de maneira nenhuma, confundida com o verdadeiro sentido de educar. Portanto, neste trabalho, evitaremos falar em processo de ensino-aprendizagem, a não ser em citações. Acreditamos que o mais conveniente para as idéias que defendemos é a utilização do termo educação-formação. Cowan (2002) considera que o processo de educação, em qualquer nível de ensino, depende da criação proposital de situações nas quais aprendizes motivados não devem conseguir escapar sem aprender ou desenvolver-se. O mesmo autor postula que a aprendizagem só ocorre quando a estudante pensa ativamente sobre as novas idéias expostas pelo professor e tenta utilizá-las, apoiando-se em suas experiências e conhecimentos anteriores. No mesmo sentido, Adrian (2004) registra que educação é toda influência exercida por um indivíduo sobre outro, no sentido de despertar um processo de evolução. Logo, educar é muito mais que apenas transmitir informação, assim como aprender é mais que apenas absorver o que foi ensinado. De acordo com a visão de Moretto (2003), um professor completo é aquele que é também educador, que sente prazer em provocar aprendizagem e, para tanto, ele deve ser capaz de se ajustar a uma larga variedade de estudantes, oriundos de realidades sociais, econômicas e culturais diferentes. Segundo a visão de Marques (1999), cada nível e modalidade de ensino requerem certas condições para os seus professores, com base nas quais é possível prognosticar sucesso no magistério. O exercício da docência deve ser diferenciado em cada modalidade de ensino – Infantil, Fundamental, Médio e Superior. Em se tratando de ensino superior, Vasconcelos (1996) afirma que o professor universitário deve ser um profissional que conheça profundamente o campo do saber que pretende ensinar, detentor de necessário senso crítico e conhecimento da realidade que o cerca, para fazer uma análise criteriosa do conteúdo a ser transmitido e suficientemente preparado para, com base neste mesmo conhecimento e amparado na complementaridade da perícia de seus pares, ser capaz de produzir um novo conhecimento, inovando e criando. No entanto, como pressupomos a especialidade no campo onde se almeja ensinar é fundamental na educação superior, mas não suficiente. Além de especialização e competência na área, é imprescindível que o docente, mediador no processo educação formação, conheça e aplique, em sala de aula, conceitos da Psicologia da Educação e da Metodologia do Ensino (Anastasiou, 1998), bem como atue de forma crítica, voltada para o desenvolvimento do aluno, na elaboração das atividades intrínsecas ao currículo da instituição. Quanto às qualidades ou condições para o exercício do Magistério Superior, Larroyo (1974) estabelece que estas se consubstanciam em duas direções: a vocação pedagógica e as condições profissionais. Vários pensadores contribuíram de maneira significativa para a atual compreensão de como o processo de educação-formação pode ser consolidado, dentre eles, podemos citar Jean Piaget, biólogo e filósofo suíço, que viveu de 1896 a 1980. Segundo o autor, a inteligência é uma forma de adaptação humana, que admite paralelismo entre processos intelectuais e biológicos, realizada por meio da criação contínua de estruturas mentais cada vez mais complexas e em progressivo equilíbrio com o meio (Piaget, 1982). Piaget distingue etapas sucessivas no desenvolvimento da inteligência e tenta explicar como as estruturas mentais evoluem ao longo da vida para proporcionar o aprendizado significativo. Embora seus estudos tenham iniciado a partir da observação de crianças, em sua teoria, a qual denominou Epistemologia Genética, Piaget faz considerações importantes a respeito do processo de educação-formação, desde crianças até adultos. O pensador não acredita que todo o conhecimento seja inerente ao próprio sujeito, nega o fato de o conhecimento provir totalmente das observações do meio que o cerca. Para ele, em qualquer nível, o conhecimento é gerado por meio da interação do sujeito com seu ambiente, de modo que a aquisição de conhecimentos depende tanto de estruturas cognitivas inerentes ao próprio sujeito, como de sua relação com o objeto de aprendizagem (Piaget, 1982). De outro ponto de vista, Burrhus Frederic Skinner, psicólogo nascido nos Estados Unidos, que viveu de 1904 a 1990, não se interessa pelas estruturas mentais, e tenta explicar o comportamento e a aprendizagem como conseqüência dos estímulos ambientais. Sua teoria fundamenta-se no poderoso papel da recompensa ou reforço e parte da premissa fundamental que toda ação que produz satisfação tenderá a ser repetida e aprendida (Reynolds, 1968). Skinner é um crítico do controle aversivo, ou seja, do uso de estratégias punitivas, por parte dos professores na intenção de obrigar os alunos a estudar (Skinner, 1967). Dentre tais estratégias, o autor combate a repreensão, o sarcasmo, a retirada de privilégios e os exames avaliatórios, utilizados por professores adeptos às aulas expositivas tradicionais, pois sob tais penas, o estudante passa grande parte do seu dia fazendo coisas que não deseja fazer e para as quais não há reforços positivos. Segundo o autor, estudantes devem ser encorajados a explorar, a fazer perguntas, a trabalhar e a estudar, independentemente para serem criativos e se desenvolver em suas plenitudes. Neste sentido, ao invés de assumir um caráter punitivo e sofrer o risco de formar um cidadão temeroso em suas ações, repetidor de verdades prontas, acredita-se que os professores de ensino superior deveriam se esforçar na tentativa de encontrar formas menos punitivas possíveis de promover o ensino, de forma que os alunos tenham prazer em aprender e, desta forma, tornem-se profissionais competentes, envolvidos com as transformações sociais e tecnológicas necessárias ao desenvolvimento do mundo contemporâneo. Um terceiro pensador bastante importante por suas teorias sobre o processo de educação-formação é o russo Lev Semyonovich Vygotsky (1896-1934), que tem sido considerado, ao longo dos últimos anos, um psicólogo do desenvolvimento subsidia teóricos fundamentais às questões educacionais, pois, segundo considera Isaia (1998, p. 23), “sua teoria envolve a supremacia do componente sóciocultural sobre o biológico-natural, pois as fontes do desenvolvimento psicológico não se encontram no indivíduo, mas principalmente no sistema de comunicação e de relações sociais que ele estabelece com outras pessoas”. A proposta de Vygotsky (1984) parte de uma construção social do conhecimento enfatizando, os aspectos interacionais, a necessidade de professores como mediadores e a promoção do desenvolvimento via aprendizagem. Ainda no dizer do mesmo autor, o cérebro humano é a base biológica por meio da qual se assenta o desenvolvimento, mas as funções psicológicas superiores são construídas ao longo da história social do homem e dependem mais da relação do homem com o mundo que do estágio de maturação do cérebro. Rabello e Passos (2007) referem que, para Vygotsky, não é suficiente ter todo o aparato biológico da espécie para realizar uma tarefa, se o indivíduo não participa de ambientes e práticas específicas que propiciem esta aprendizagem. Vygotsky (1984) registra que o processo educativo tem por função própria transmitir o conhecimento acumulado pelas gerações anteriores, além das formas de ação, no mundo, próprias da cultura. Desta forma, o autor focaliza a educação no aluno e não no professor, e, de acordo com sua teoria, o papel do professor deve ser de mediador da aprendizagem, proporcionando momentos de interação que possibilitem aos alunos a compreensão e a resolução dos problemas inerentes a cada área de ensino. De acordo com Bordenave e Pereira (1998), as análises de Piaget, Skinner e Vygotsky, embora partam de princípios epistemológicos distintos, formam a base da discussão sobre a origem do conhecimento e, conseqüentemente, sobre o papel do professor no desenvolvimento crítico do aluno. Conforme relata Moretto (2003), constantemente se pode ouvir em instituições de ensino reclamações de professores em relação a atitudes de alunos, em particular, e de turmas, no coletivo. De maneira geral, as reclamações quase sempre giram em torno dos seguintes contextos: falta de base dos alunos para acompanhar o conteúdo específico de sua disciplina, falta de vontade da turma em aprender o que está sendo exposto, de que os alunos não estudam etc. No entanto, ao fazer estas críticas, tais professores se protegem da autoanálise que os leve a refletir, com a devida amplitude, sobre o que está atrapalhando o desempenho dos alunos. Marques (1999) postula que a técnica da aula expositiva, para surtir efeitos desejados, exige do grupo de ouvintes certas condições de maturidade e identidade com o problema apresentado ou com o expositor, cuja empatia dependerá, em muito, do interesse do grupo. Uma aula expositiva, que não envolva o aluno de modo que ele interprete o conhecimento e verbalize a compreensão, tem várias desvantagens como, por exemplo: permitir a prática do dogmatismo e do verbalismo, improdutivos em termos educacionais e da aprendizagem; estimular a passividade do aluno ou ouvinte; não permitir controlar, por muito tempo e de forma eficaz, a atenção do aluno; estimular a prática do formalismo; não estimular a interação entre orador/expositor/professor e o aluno pela desconsideração do conhecimento prévio deste em relação ao tema que será tratado em aula. No entanto, de acordo com Moretto (2003), o aluno tem uma vivência que lhe permite construir uma estrutura cognitiva formada por idéias e concepções prévias, ligadas ao senso comum de seu meio social e às representações que ele mesmo constrói em função de suas próprias experiências, estando estas ligadas ao contexto do sujeito e, sobretudo, à linguagem utilizada em seu grupo social. Ainda, segundo Moretto (2003), a escola, por seu lado, tem como função propor um outro conjunto de saberes, um “saber oficial”, que pode ser chamado de “concepções escolares”. Este saber é selecionado, pela escola, a partir do conjunto dos saberes construídos socialmente. Teoricamente, os critérios para esta seleção é a relevância dos conteúdos para aquele contexto, o grau de complexidade em sua elaboração e a possibilidade de se construir pontos de ancoragem para novas aprendizagens. Na relação entre aluno e professor, observa-se, com freqüência, em particular nas aulas expositivas, uma dicotomia entre as concepções prévias e as escolares. Como as primeiras são frutos do contexto, elas são consideradas para o professor que adota a aula expositiva-padrão como representações sem importância ou mesmo erradas. Neste caso, julga-se que a função do professor é transmitir ao aluno o que é certo para que ele abandone suas idéias prévias e passe a adotar as concepções oficiais. E para ter certeza que isso ocorrerá, a escola faz provas com o objetivo de verificar se o saber oficial foi absorvido e está sendo repetido com perfeição. Moretto (2003) considera que esta postura deixa de o aluno como ponto de partida do processo de construção do conhecimento, isto é, o que ele já sabe quando algo novo lhe é ensinado, uma vez que o aluno costuma justapor concepções prévias às concepções escolares, usando uma ou outra, conforme a conveniência, sem ressignificá-las. Para corrigir tais erros, o processo de apropriação do conhecimento proposto na perspectiva construtivista sócio-interacionista indica um caminho alternativo para uma nova relação de ensino que leve à aprendizagem significativa e venha fortalecer os alicerces do ensino superior naquilo que o caracteriza. A universidade, de acordo com a formação de professores do ensino superior é um espaço de produção de conhecimento, de resoluções de problemas tecnológicos e de criação de um espírito crítico que permita ao estudante reconstruir os seus percursos de formação na base de valores concretos”. No mesmo sentido, para Habermans (1993, p. 60-61), a função da universidade está ligada “não apenas com o desenvolvimento técnico e a preparação para profissões acadêmicas, mas também com a educação em geral, a tradição cultural e o esclarecimento crítico”. Assim sendo, muitas vezes se faz necessário rediscutir e reavaliar o processo do ensino superior para que este assuma seu papel transformador e de mobilizador social. Entendemos que tal feito pode ser atingido por meio da construção de ambientes de aprendizagem ricos, onde o docente valorize as interações com os alunos. Indivíduos não aprendem apenas explorando o ambiente, mas também dialogando, recebendo instruções, vendo o que os outros fazem e ouvindo o que dizem. No construtivismo sócio-interacionista, o professor deve dominar três núcleos de conhecimento: as características psicossociais e cognitivas do aluno, os conteúdos relevantes da área do saber e o papel de mediador da aprendizagem (Macedo, 1994). Nesse aspecto, de acordo Macedo (1994) e com Moretto (2003), Assim, o professor precisa identificar, analisar e compreender as características de desenvolvimento psicológico e social de seus alunos para que seu ensino seja eficiente. Além disso, conhecendo o contexto dos alunos, o professor poderá usar linguagem adequada e contextualizada. O professor também precisa conhecer as competências associadas ao papel do mediador do processo de aprendizagem. É preciso que o professor conheça as tecnologias disponíveis para apoio pedagógico e as melhores técnicas de intervenção pedagógica, de modo a criar melhores condições para que o aluno aprenda. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANASTASIOU, L.G.C. Metodologia do ensino superior. Curitiba: IBPEX Autores Associados, 1998. LARROYO, F. História geral da pedagogia. São Paulo: Mestre Jou, 1974. MACEDO, L. Ensaios construtivistas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1994. (Coleção Psicologia e Educação). . PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. TEIXEIRA, A. A pedagogia de Dewey. In: DEWEY, J. (Ed.). Vida e educação. São Paulo: Melhoramentos, 1978. p. 14-41. VASCONCELOS, M.L.M.C. A formação do professor de terceiro grau. São Paulo: Pioneira, 1996. VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo:

PSICOLOGIA APLICADA AO COMPORTAMENTO

CONTORNOS DA IRRITAÇÃO E DA IMPACIENCIA: Domine sua irrtação e impaciencia e poupe seus nervos. Demonstrações de irritação tem sua origem numa revolta contra a modificação de uma linha de ação arraigada no sistema nervoso. Uma criança que age dessa forma, revela apenas que foi educada de uma certa maneira. Se essa criança está habituada a ingerir determinados alimentos ou a levar-se de acordo com certas normas, não aceita facilmente modificações e se irrita. Já uma criança, cuja corrente nervosa seja mais fraca, não se irrita com tanta facilidade. No entanto, convém salientar, a criança que revela um temperamento facilmente irritável demonstra possuir uma vontade forte, sem qualquer dúvida, uma excelente armadura psicológica para a conquista das suas ambições. A irritação mostrada por uma criança, na realidade, não obedece a qualquer plano deliberado. Antes que dê conta do que faz, ela o faz. Isto é produto da educação recebida. Ensinaram-lhe a esperar que certas coisas acontecem sempre da mesma forma. Não esta, portanto, preparada para modificações. Daí a irritação. A disposição mental do adulto para com as contrariedades é muito diferente do que a da criança. Nesta, a aversão é inconsciente; no adulto é consciente. Uma pessoa adulta pode facilmente classificar os objetos e circunstancias que lhe causam irritação. Assim, se predispõe favoravelmente com certos objetos, considerando-os agradáveis e também se predispõe desfavoravelmente contra outros, tachando-os de desagradáveis. Pode mesmo prevenir sua irritação no caso que surjam alguns desses estímulos. O sistema nervoso já prevenido contra certos fatores, evita a irritação. Considerando a essência e direção de cada estado mental é lógico que em oportunidades diferentes se esteja a favor ou contra certos objetos. Um exemplo: um chefe de família, para ajudar a esposa, toma conta da criança por algumas horas, depois do seu trabalho diário. Um dia lhe agrada a tarefa, enquanto que em outros dias a coisa lhe é decididamente insuportável. Este é um caso de disposição mental. Sem qualquer dúvida, ele ama o filho e se irrita por ter que cuidá-lo não é porque não disponha de tempo, nem porque seja algo inconveniente. É pelo simples motivo de que sua mente estava “disposta” a fazer outra coisa, algo que não tinha mesmo que necessariamente ser feita naquela hora. A criança não se achava incluída nessa espécie de “disposição mental”, de forma que cuidar dessa criança nesse estado leva á irritação. Existe no homem uma tendência a consolidar seus sentimentos e emoções. Então, uma modificação não agrada. Possuir uma emoção é aparentemente, mais cômodo do que substituí-la, há pessoas que, entregues ao pranto, se ressentem quando outras lhe pedem que parem de chorar. Gostam e lhes agrada chorar. Ao descrever as três circunstâncias principais que contribuem para a irritação, ou seja: a condição física deficiente, associações erradas e a oposição a um determinado estado mental, chegaram à conclusão de que em todas essas circunstâncias predomina como fator mais importante, a falta de preparo por parte do individuo para superar as dificuldades que se lhe apresentam. Uma pessoa em condições físicas precárias, com a saúde abalada, não esta preparada para sofrer tensões. A pessoa cansada não quer ser incomodada, não deseja nada que a perturbe. O individuo vitima de associações erradas não está preparado para aceitar com benevolência certas condições diferentes das que imagina. Tais pessoas se acham preparadas em certas direções, mas não em outras. Para o primeiro caso, ou seja a irritação causada pela saúde deficiente, compete a pessoa tomara certas medidas: ausentar-se, ir para um lugar mais tranqüilo, escapar dos estímulos perturbadores, cortar as atividades ate um certo grau que lhe permita dispor de tempo suficiente para restabelecer-se. Em muitos casos, a pessoa não tem condições para deixar serviços e obrigações por falta de recursos materiais. Nesses casos, a única saída consiste em diminuir ao mínimo as suas atividades, a fim de proporcionar ao corpo a oportunidade de armazenar uma reserva de energias. Dificilmente uma pessoa consegue ajustar-se fisicamente se continua desenvolvendo a mesma atividade que causou o desgaste dos seus nervos. Deve ainda procurar alijar de si mesmo toda tensão excessiva, procurando ambientes relativamente isolados. Com respeito a irritação causada pela fadiga, tanto os fatores físicos como os mentais devem ser levados na devida conta. Em primeiro lugar a pessoa terá que melhorar as condições físicas, alimentando se bem e reduzindo o esforço muscular. A maioria das pessoas não se alimenta bem ou de maneira adequada. Quanto ao esforço muscular, é necessário ao individuo compreender que muitos serviços, ás vezes aparentemente simples, são realizados com um gasto de energia muitas vezes desnecessário. Tal serviço poderia ser realizado com menos esforço. Assim, é necessário fazer uma revisão no trabalho e ver o que poderia ser feito com menos gasto de energia. O mesmo esforço mental que realizamos para diminuir o cansaço constitui uma prova. As preocupações, as tensões internas, as decepções, criam com mais facilidade a fadiga do que o trabalho físico. Cada pessoa tem necessidade de coordenar uma melhor atividade conjunta do corpo e da mente, o que diminuirá sem qualquer duvida a irritação causada pelo cansaço. Certos indivíduos, de corrente nervosa retardada, podem com mais facilidade combater a irritação. Basta a tais pessoas regular o ritmo das suas atividades, não procurando imitar os mais ligeiros. É o caso de que algumas pessoas podem realizar muitas coisas num dia sem forçar muito os seus nervos, enquanto que outras não podem realizar tanto. Noutra parte desta obra tivemos ocasião de falar sobre esse assunto. Quanto ás pessoas cujas aversões estão ligadas ou associadas com certas circunstancias, objetos ou pessoas, estas são vitimas em sua maior parte da sugestão. Tais pessoas nunca procuraram saber as causas da sua irritação que consideram como coisa natural, um desses inexplicáveis fenômenos da natureza humana. Tais aversões, entretanto, são causadas por defeitos de educação, experiências isoladas da infância, cujas fontes ou origens permanecem no esquecimento. Assim, se a pessoa consegue pela recordação chegar ate as fontes das suas associações, descobrirá que a maior parte dela foram simples coincidências, que causaram aborrecimentos e decepções injustificadas.Existe qualquer razão que justifique o menosprezo de uma pessoa da “alta roda” para com uma pessoa pobre, mas respeitável? Logicamente, o individuo da alta.. Tensão Emocional: Psicologia Aplicada ao Comportamento (Vol. I) Relações Públicas Relações Humanas Autor: Alberto Montalvão e Aurora S. Rosa (org Assuntos abordados na obra: Psicologia; Comportamento, Relações Humanas; Estrutura Psicossomáticas; Consciencia de força. Tensão Emocional: Psicologia Aplicada ao Comportamento (Vol. I) Alberto Montalvão e Aurora S. Rosa (org.) Língua: Português (Brasil) Editora: Grupo Novo Horizonte Ano: 1980 Edição: n/c Ano da Primeira Edição: n/c Nº de páginas: 245 Medidas: 13x21 Encadernação: Capa Dura

Olá educadores e gestores,

A importância de aprendermos com o fracasso e a necessidade do professor se tornar mais flexível estão entre as abordagens presentes no artigo. Resiliência e educação . O medo do fracasso é um dos motivos pelos quais desenvolvemos resistência à aprendizagem. Adquirir um novo conhecimento exige persistência, dedicação e esforço; requer tempo, renúncia a várias formas mais imediatas de prazer, e, principalmente, abdicar do conforto oferecido pelas habilidades já dominadas. Aprender um novo idioma, por exemplo, demanda investimento financeiro e intelectual. Envolve frustração, insistência, leituras, conversas, testes, mais leituras, e, ao final, muita alegria e o descortinamento de novas possibilidades culturais e profissionais. O maior problema parece ser a dificuldade de trilhar os árduos passos necessários para o aprendizado, pois estamos imersos em uma cultura na qual se deposita demasiada esperança na sorte, no jeitinho, nos milagres de loterias e “realities shows”. A impressão generalizada é a de que o esforço pessoal, o zelo, o aprofundamento dos estudos de nada valem, pois o mundo é dos espertos e não dos dedicados. Boa parte dos heróis midiáticos parece ungida pela fortuna sem necessidade de perseverar em objetivos educacionais ou profissionais, bafejados por boa estrela em pontos de ônibus ou passeios em shoppings, sem vicissitudes existenciais, sem sofrimentos visíveis. Não é bem assim, para cada pessoa que obteve sucesso instantâneo há milhares de outras que não o conseguiram; e mesmo os aparentes felizardos muitas vezes atingiram suas metas com sacrifícios, algum talento e muita sorte. Na vida real erramos, somos criticados e ficamos constrangidos. Como superar o receio dos tropeços, a vergonha da exposição pública de insuficiências, das faltas, das ignorâncias? Alguns pais, e com as melhores intenções, cultivam excessivamente o desejo da vitória em seus filhos, esquecendo-se de pontuar o difícil caminho para obtê-la, e muitos desses filhos crescerão com a sensação de que o sucesso lhes é devido, por decreto e sem esforço. À primeira frustração correrão a buscar culpado externo, eventualmente sua escola, que não ensinou corretamente, ou seja, de forma fácil e sem atribulações, todo o necessário para evitar o malogro. Nenhum professor ensina sem ter desenvolvido em longos anos de estudo suas habilidades e conhecimentos, ninguém aprende por magia ou mero compromisso apenas com o resultado. Obstáculos fazem parte do processo educacional, alguns fracassos ensinam mais que certos triunfos. O ser humano desta nova era deve possuir resiliência. Resiliência, em Resistência dos Materiais, é a propriedade de um corpo se deformar quando submetido à determinada tensão e retomar sua forma original depois de cessada a aplicação da força que o deformara. Em termos educacionais é a qualidade de ser adaptável a novas situações e conhecimentos, sem perder a determinação original e os fundamentos éticos e cognitivos, já que o conteúdo vem antes da técnica. Afinal, comunicadas oralmente, escritas em pergaminho, impressas em papel, transmitidas pela internet, as palavras do pensador de mais de dois mil anos atrás têm maior importância que o meio em que são divulgadas: “conhece a ti mesmo”. Autoconhecimento não é simples, e envolve muitos enganos. Precisamos ver nossos fracassos como outra forma de aprendizagem. Texto de Wanda Camargo, coordenadora da Comissão do Processo Seletivo das Faculdades integradas do Brasil (UniBrasil). Dedicada a “ideias que valem a pena espalhar”. Neste novo vídeo, Robinson afirma que o mundo está vivendo uma crise de recursos humanos e que a educação não está contribuindo para despertar talentos. Boa leitura!

Orações

PRECE PARA AFASTAR OS INIMIGOS Eu recorro a Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, que ordenem São Miguel, São Gabriel e São Rafael para afastar de mim, da minha família e dos nossos negócios todas as perturbações feitas por invejas e atos diabólicos. Assim seja. ORAÇÃO AO ANJO DA GUARDA Anjo de luz, guardião da minha vida. A ti fui confiada pela santa misericórdia de Deus, ilumina a minha alma, guarda-me dos males, orienta a minha inspiração, fortalece a minha sintonia com Deus e torna-me forte diante dos percalços. Lembra-me todos os dias de não julgar nem ferir. Tinge a minha mente de amor e harmonia, para que eu possa tornar o mundo melhor, agora e para todo o sempre. PRECE PARA PROTEGER SEU LAR DE CHUVAS E TEMPESTADES Bem aventurado pelas graças Divinas, vós Bento, homem letrado que deixastes os estudos para viver no deserto em comunhão com Deus Pai Todo- Poderoso. Protegei-nos dos inimigos que nos proíbem de progredir na vida. Ajudai-nos na pobreza, para que anda nos falte, que tenhamos trabalho digno e honrado, que nossa morada seja coberta de vossa benção e, infinitamente, protegida das chuvas e tempestades. Que nossa Fe seja suficientemente grande para agradar a Deus e receber dele os cuidados necessários. Amem. AFASTAR O MAL DE SUA CASA Senhor, Vós chamais todos nós, cristãos, a sermos fieis testemunhas de Vossa vida e de Vosso amor. Hoje, rendemos-vos graças, de maneira especial, pelos videntes por sua missão e testemunho que dão das mensagens da Rainha da Paz. Apresentemo-nos todas as necessidades, e pedimos por cada um deles que vos estejais perto deles e os ajudeis a crescer incessantemente na experiência de vossa força. Pedimos-vos que por meio de uma oração cada vez mais humilde e profunda, vos possa conduzi-los a um testemunho sincero da presença de Nossa Senhora em Mediugórie. Amem. BENÇÃO NO LAR Deus, Pai de misericórdia, Criador de todas as coisas, invocamos o teu Espírito Santo sobre este lar e seus moradores. Assim como visitaste e abençoaste a casa de Abraão, de Isaac e de Jacó, visitai-nos e guardai-nos na Tua Luz. Guardai estas paredes de todos os perigos, do incêndio, da inundação, do raio, dos assaltos, de todo e qualquer mal. Venham teus anjos portadores de paz!Suplicamos também a proteção e a saúde para todos os que aqui habitam. Afastai-os da divisão e da falta de Fe. Abençoai e guardai este lar e todos os que o visitam. Por Cristo Jesus. Amem!

O Professor

O PROFESSOR A aprendizagem só ocorre quando a estudante pensa ativamente sobre as novas idéias expostas pelo professor e tenta utilizá-las, apoiando-se em suas experiências e conhecimentos anteriores O professor universitário deve ser um profissional que conheça profundamente o campo do saber que pretende ensinar, detentor de necessário senso crítico e conhecimento da realidade que o cerca, para fazer uma análise criteriosa do conteúdo a ser transmitido e suficientemente preparado para, com base neste mesmo conhecimento e amparado na complementaridade da perícia de seus pares, serem capaz de produzir um novo conhecimento, inovando e criando Por professores adeptos às aulas expositivas tradicionais, pois sob tais penas, o estudante passa grande parte do seu dia fazendo coisas que não deseja fazer e para as quais não há reforços positivos O papel do professor deve ser de mediador da aprendizagem, proporcionando momentos de interação que possibilitem aos alunos a compreensão e a resolução dos problemas inerentes a cada área de ensino De maneira geral, as reclamações quase sempre giram em torno dos seguintes contextos: falta de base dos alunos para acompanhar o conteúdo específico de sua disciplina, falta de vontade da turma em aprender o que está sendo exposto, de que os alunos não estudam etc. No entanto, ao fazer estas críticas, tais professores se protegem da autoanálise que os leva a refletir, com a devida amplitude, sobre o que está atrapalhando o desempenho dos alunos. Indivíduos não aprendem apenas explorando o ambiente, mas também dialogando, recebendo instruções, vendo o que os outros fazem e ouvindo o que dizem. O professor precisa identificar analisar e compreender as características de desenvolvimento psicológico e social de seus alunos para que seu ensino seja eficiente. O OFÍCIO DE SER EDUCADOR Qual é a filosofia que orienta a minha prática pedagógica. •Prática construtivista •Tendências pedagógicas •O que considero de mais precioso no ato de educar? O que pretendo com o meu ensino? Quais os pressupostos da minha prática? O que eu quero que os meus alunos aprendam? Ex: professora ensinando a subir na árvore