segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A ROTINA

Todos nós temos dias bons e ruins na vida. Quando um desses dias ruins nos assola de forma cruel e ríspida, é comum ouvirmos daqueles que têm carinho por nós palavras de apoio e de esperança, nos dando aquela idéia de que amanhã será um novo dia e tudo pode mudar.
Mas será que “um novo dia” realmente existe? Para mim, às vezes, parece que o que faço é viver e reviver o mesmo dia continuamente. Claro que algumas poucas coisas podem se alterar, mas a essência é fundamentalmente repetida. Tanto que posso relatar tranquilamente o meu dia-a-dia: Todo dia eu levanto no mesmo horário, cuido de meu filho pra ir à escola e sigo a caminho do meu trabalho, sempre acompanhado da mesma bolsa... rs rs
Poderia seguir através de páginas e páginas sobre o meu dia, mas pior do que viver nosso dia-a-dia é escutar sobre a rotina dos outros. Aí voltamos à pergunta anterior: o que seria um novo dia? Para mim, isso é algo inexistente. Claro que se encararmos pelo lado sentimental das coisas, teremos respostas como “é um dia a mais que você vive “, “ é uma benção de Deus “, “ é ter a chance de fazer a diferença “. Tudo bem! Eu agradeço a Deus por cada dia a mim concedido, mas esse não é o ponto em questão. A Rotina é algo presente na vida de todos. É uma prisão sem muros, celas e guardas. É como se fossemos livremente presos.
Vamos todos os dias aos mesmos lugares, encontramos as mesmas pessoas e fazemos praticamente as mesmas coisas. O próprio Planeta vive sob seus efeitos. Afinal de contas, nosso planeta gira uma vez por ano em torno do Sol, não é verdade? E isso ocorre há milhões de anos. Então pergunto: Existe remédio para afastar esse “mal”? Acredito que sim. Mas, isso exige coragem para mudar, para enfrentar o novo. É ter coragem de esperar o inesperado, de perseguir o imprevisível e até lutar de olhos vendados. É saber lidar com o medo. É transformar a adrenalina em audácia. É perseverar em busca do incerto até transformá-lo em realidade. É viver sem fronteiras ou limites em busca da verdadeira liberdade: A FELICIDADE. Enfim, é fazer tudo aquilo que ainda não tenho coragem de fazer, pois por um outro lado, fugir da Rotina seria abandonar minha segurança, minha tranquilidade. Além disso, não nos esqueçamos que sem a rotina não haveria o amor, apenas a paixão que é uma fase efêmera pré-amor. Talvez virar às costas para a Rotina seja virar as costas para o amor em sua essência. Amar é conviver e o convívio é rotineiro. Talvez a Rotina respeite apenas aqueles que desatracam do seu Porto Seguro rumo ao misterioso e enigmático horizonte. Quem sabe um dia eu tenha a coragem de desatar o nó da segurança e também parta rumo ao inesperado. Ou quem sabe, um dia, eu encontre uma razão tão profunda que me faça querer que a Rotina me abrace e me proteja como uma mãe, me alimentando de amor através de seu cordão umbilical. Por isso eu digo a todos: COMO EU AMO A ROTINA.

0 comentários:

Postar um comentário