sexta-feira, 12 de março de 2010

COM O COPO NA BOCA

Onde esta o papai?
Perguntou à criança inocente e indefesa, á mãe aflita e sem vontade de viver.
- Papai, respondeu mamãe um pouco confusa – esta trabalhando.
Mas, na verdade, ele estava tomando seu tradicional gole.
Lá pelas tantas da noite, novamente, a criança perguntou: “Onde está papai?”
E esta pergunta foi feita uma serie de vezes, ate que chegou o velho-jovem pai.
Porem, não parecia ser pai, era um homem estranho, bruto, e estava cheirando álcool.
Estava bêbado, sem dinheiro algum foi bronqueado, pedindo isto, aquilo, exigindo jantar e coisas mais... A criança presenciou toda a cena e ficou triste... A mãe já era triste e as lágrimas caíram...
O papai fora de si não percebeu o mau exemplo dado ao filho, que naquela hora, tenho certeza, não queria ter nascido. E este drama se repete todos os finais de semana, se não todos os dias. Em cada lar, um drama provocado pela bebida. Não condeno as bebidas de um modo geral, ate são boas, mas condeno a maneira como usamos delas.
Condeno a dependência que você tem por ela, condeno as causas pelas quais você é obrigado a fugir tomando seu tradicional “pileque” Imagine você, se no lugar de cada copo levado a boca, nos déssemos um sorriso a mais, pronunciássemos palavras bonitas,cantássemos, dialogássemos... Se, em vez de um copo levado a boca o marido desse um beijo a mais na sua esposa, talvez muitos filhos teriam onde voltar no final do dia.
É bom tomar um aperitivo antes de uma refeição ou ao findar um trabalho, contudo é mau tomar um porre antes de cada refeição ou depois que o trabalho terminou. Se você pudesse ver seus pulmões, seu coração e outros órgãos do seu corpo perceberia que a cada copo eles iriam ficando mais fracos e, por conseguinte, encurtando sua vida.
Disse o filho ao pai: “Papai não tome mais assim, porque a cada copo que o senhor leva a boca, quem fica mais vazio não é o copo, é o senhor”...


Corações de Pedra – Valter Martinazzo, Ponta Grossa 1977

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