quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Como fazer nossos alunos aprenderem a pensar?

Declev Dib-Ferreira

Não sei se é verdadeira este texto ou não, mas achei interessante. Copio e colo aqui, após meus comentários.
Isto é que é aprender a pensar.
Talvez seja exatamente isto que devemos fazer com nossos alunos, fazê-los aprender a pensar, a raciocinar sobre qualquer assunto, em qualquer lugar.
Mesmo em situações inexistentes.
Eles devem saber buscar as informações, a pesquisar, a retirar das fontes de conhecimento os dados que vão colocar nas mentes e, com eles, reorganizá-los para gerar um conhecimento.
Mas tá tão difícil…
Ontem, em uma turma da 6a série (7o ano agora), coloquei um exercício no quadro:
“Ler o capítulo 2 e fazer os exercícios da página 41″
Começa a confusão pelo fato de mais da metade da turma não trazer o livro. Este foi distribuído aos alunos – algo que sou extremamente contra, devido esta realidade que vos conto – e eles não levam à escola.
Mas pedi para que fizessem em dupla.
Depois de uns dois ou três minutos começa a chuva de perguntas:
“Professor, é pra fazer o quê?”
“Professor, é pra ler onde?”
“Professor, é pra ler estas perguntas aqui?”
“Professor, é pra ler esta página?”
“Onde achamos as respostas?”
Reconstato, quase desesperançado, que eles simplesmente não sabem nem mesmo como olhar, folhear e buscar as informações de um livro didático! Na 6a série!!
Não sabem o que significa “capítulo 2″…
Pego o livro, subo em uma cadeira para que todos me vejam – eram 38 adolescentes em sala – e começo:
“Gentes, este é um livro. É um livro didático, para ser utilizado na escola para estudar e aprender sobre determinado assunto. Aqui temos a capa, esta folha com papel mais duro. Na capa, temos informações que permitem saber o que vamos encontrar no livro – neste caso Ciências Naturais -, quem fez o livro – o autor -, a editora que o imprimiu e a série que vai trabalhar com ele. Dentro, vocês podem perceber em todos os livros didáticos que vocês têm, que ele é dividido em ‘pedaços’, que são chamados de ‘capítulos’. Cada capítulo é como se fosse um pequeno livrinho dentro do livro, sobre um tema específico, mas sempre sobre o grande assunto do livro, que, como eu disse, neste caso é sobre Ciências Naturais. Cada capítulo, por sua vez, ainda é dividido por subtemas. Como podemos então, achar o que queremos dentro de um livro? Vemos aqui no início. Todo livro didático tem, no início, uma parte chamada sumário, ou índice, onde encontraremos todos os assuntos – capítulos e subtemas – que o livro traz. Então [mostrando o sumário], daqui até aqui, é o capítulo 1 e as páginas onde encontraremos seus assuntos. Daqui até aqui, o capítulo dois, daqui até aqui o capítulo três e assim por diante. E, por fim, vocês vão perceber que nos livros didáticos – podem comparar com os outros, de História, Geografia etc., – existe, geralmente no final de cada capítulo, uma série de questões, de perguntas para serem respondidas. Estas perguntas servem para ajudar os alunos a estudar, a olhar novamente o texto, a buscar informações e fixar aquilo que ele leu. Portanto, quando eu falo para ler o capítulo dois, estou falando para ler… ‘da página tal à página tal’ [eles respondem], e quando falo para responder as perguntas da página 41 vocês vão procurar as informações para dar as respostas onde? ‘no capítulo dois!’ [eles repondem]“.
Caras de quem estava vendo e ouvindo isto pela primeira vez.
Acho que alguma coisa está errada no nosso ensino, não?
Vamos ao texto ao qual me referi lá no início.
Divirtam-se…

Engenharia Química da UFBA
Pergunta feita por Professor(a) da matéria Termodinâmica, no curso de Engenharia química da UFBA em sua prova final.
Esse Professor é conhecido por fazer perguntas do tipo “Por que os aviões voam?” em suas provas finais.
Sua única questão, nessa prova, foi:
“O inferno é exotérmico ou endotérmico? Justifique sua resposta.”
Vários alunos justificaram suas opiniões baseadas na Lei de Boyle ou em alguma variante da mesma.
Um aluno, entretanto, escreveu o seguinte:
“Primeiramente, postulemos que o inferno exista e que esse é o lugar para onde vão algumas almas. Agora postulemos que as almas existem, assim elas devem ter alguma massa e ocupam algum volume. Então um conjunto de almas também tem massa e também ocupa um certo volume. Então, a que taxa as almas estão se movendo para fora e a que taxa elas estão se movendo para dentro do inferno? Podemos assumir seguramente que,uma vez que uma alma entra no inferno, ela nunca mais sai de lá. Por isso não há almas saindo.
Para as almas que entram no inferno, vamos dar uma olhada nas diferentes religiões que existem no mundo e no que pregam algumas delas hoje em dia. Algumas dessas religiões pregam que se você não pertencer a ela, você vai para o inferno … Se você descumprir algum dos 10 mandamentos ou se desagradar a Deus você vai para o inferno.
Como há mais de uma religião desse tipo e as pessoas não possuem duas religiões, podemos projetar que todas as almas vão para o inferno. A experiência mostra que pouca gente respeita os 10 mandamentos. Com as taxas de natalidade e mortalidade do jeito que estão, podemos esperar um crescimento exponencial das almas no inferno.
Agora vamos olhar a taxa de mudança de volume no inferno. A Lei de Boyle diz que para a temperatura e a pressão no inferno serem as mesmas, a relação entre a massa das almas e o volume do inferno deve ser constante. Existem, então, duas opções:
1) Se o inferno se expandir numa taxa menor do que a taxa com que as almas entram, então a temperatura e a pressão no inferno vão aumentar até ele explodir, portanto EXOTÉRMICO.
2) Se o inferno estiver se expandindo numa taxa maior do que a entrada de almas, então a temperatura e a pressão irão baixar até que o inferno se congele, portanto ENDOTÉRMICO. Se nós aceitarmos o que a menina mais gostosa da UFBA me disse, no primeiro ano: “Só irei pra cama com você no dia que o inferno congelar”, e levando-se em conta que AINDA NÃO obtive sucesso na tentativa de ter relações amorosas com ela, então a opção 2 não é verdadeira.
Por isso, o Inferno é exotérmico.”
O aluno tirou 10 na prova.
CONCLUSÕES:
“A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original.”
“A imaginação é muito mais importante que o conhecimento.”
“Um raciocínio lógico leva você de A a B. A imaginação leva você a qualquer lugar que você quiser.”

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